quinta-feira, dezembro 30, 2010

A passagem

Se não ligo ao Natal, muito menos ligo à passagem de ano. É um dia apenas, marca o fim de um calendário e o início de um novo o que, na verdade, só me dificulta a vida pois passo o primeiro mês a escrever sempre a data errada. Uma pessoa deita-se num dia 31 de Dezembro do ano X e acorda no 1 de Janeiro do ano X+1, e pronto, é só. E isto, cada um o faz como quer, não fôssemos nós livres, é verdade: não temos obrigatoriamente que andar eufóricos. Podemos ficar sozinhos, a dormir, ir ao cinema, ir à rua a bater panelas, estar em casa a atirar pratos pela janela como no Cinema Paradiso, dançar com uma data de gente numa festa qualquer, usar cuecas azuis ou amarelas, não interessa. Olhemos para mim: como estou doente, e bem doente diga-se de passagem, não estou a pensar sair de casa amanhã. E está tudo bem.
O princípio das resoluções até podia ser engraçado mas eu sei que nunca as cumpriria  todas a não ser que fossem demasiado fáceis e isso eu não faço a mim própria. Não ponho a fasquia baixa. A por, seria bem alta mas como não me quero sentir frustrada ao fim de um tempo não a ponho; ponto. As decisões acabam por ser tomadas e as mudanças acabam por acontecer. Sejam pensadas no dia 1 ou não. 
Se há algo que eventualmente se safa é o balanço do que passou, mas repito, isso pode-se fazer a qualquer momento. Em 2009, por exemplo. Um belo dia, olhei para trás e pensei. Pensei. Pensei. Voltei a pensar e disse para mim própria que daí em diante ia proceder de outra forma. Tomei uma resolução. Pus a fasquia nos píncaros e caminhei, e a bem dizer caminho ainda, qualquer dia vou cumprir e será a melhor resolução que já tomei na vida. Se tem mais piada porque não foi tomada na São Silvestre de nenhum ano? Quero lá saber. No 31, no 7 ou no 23, o que interessa nestas coisas das resoluções não é propriamente escrevê-las num papel todo giro, num documento que fica guardado no pc ou proclamá-las diante de umas quantas pessoas. Acho que é mais querermos mesmo cumpri-las e mexermos-nos para isso.

quarta-feira, dezembro 29, 2010

O estado

Fazendo de conta que isto é o Facebook quero partilhar aqui que estou doente. Vou-me poupar a pormenores...

segunda-feira, dezembro 27, 2010

A ânsia

Ou a falta dela. 
O que está ao pé da árvore permanece por abrir. Ainda não fui a casa desde que cheguei. Mais logo trato disso. Não sei se antes ou depois de dar uma limpeza geral ao apartamento, que deixei aquilo tudo de pernas para o ar quando de lá saí na passada terça-feira. Que vergonha... Se a minha mãe visse... Mesmo que ela não veja, eu sei o estado em que a casa está. Isso basta para me fazer sentir algo culpada.
Sei o que está nos embrulhos, sei que adoro o que lá está. Não... Não fui eu que os comprei a mim própria. Mas sei que foram comprados para mim. A pensar em mim. E isto, só por si, na minha vida, é praticamente um inédito.
Um par de sapatos. Vermelhos.
Um cavalete.
Um bule e uma panóplia de chás.

sábado, dezembro 25, 2010

Afinal

ainda não acabou, já não posso mais com isto, a palavra Christmas já enjoa, as músicas de Natal já enjoam e até as rabanadas já enjoam. Tenho família, gosto muito deles, eles de mim, e bla bla bla mas por favor, não estou um ano inteiro à espera para os estar com eles num dia específico do calendário.
Quero ir para minha casa e voltar à normalidade. Isto afinal  não é só um dia no ano: é um mês inteiro antes do dia, é a véspera, a noite, o dia e, pelo andar da carruagem, as duas semanas seguintes que já estou mesmo a ver que antes dos Reis não se vê o fim desta história.
Eu imagino, juro que imagino, o vazio que certas pessoas devem sentir depois desta época. Tanto salto, tanta luz, tanta antecipação, tanto tudo para um dia que dura umas horas e que acaba como qualquer outro. Depois de amanhã muitas das prendas estarão postas a um canto e já não haverá por que correr ou ansiar.
E depois? Pensa-se em quê e corre-se atrás de quê?

PS: Tenho que desabafar. Sinto-me uma baleia, apetece-me devorar todos os restos de doces que ainda há práqui, quero a minha psi, quero a minha nutricionista, quero a minha posição de dormir.

Pronto.

Já passou, não custou nada, ou quase, e para o ano há mais. Esperemos que com a boca fechada e melhor atitude ainda.

quarta-feira, dezembro 22, 2010

Os dias

Os fins de semana são só dois dias, começam no final da sexta e acabam na madrugada de segunda. São constituidos pelo sábado e pelo domingo, dias dedicados normalmente a não trabalhar, ou seja, dias em que as pessoas têm que se ocupar por conta própria, a fazer o que bem lhes apetecer independentemente do facto de terem ou não companhia. Os fins de semana não são bichos papões, não existem para atormentar as pessoas nem para tornar mais evidente o quão necessitados somos uns dos outros. São dois dias. Ponto.
Parágrafo.
Custou mas aprendi e, sobretudo, entendi. Tenho que fazer este exercício em relação ao Natal e à Passagem de Ano.

terça-feira, dezembro 21, 2010

As leis

Bolas... Demoro demasiado tempo a desligar a ficha de umas situações para outras... Se é que alguma vez desligo...
Enquanto penso nisto e num eventual boicote ao meu bem-estar, qual teoria da conspiração barata, penso no Newton. Um génio de mau génio, dizia-se. Estes são sempre os mais interessantes, digo eu.
Penso no Newton e penso: aquela primeira lei não se aplica a mim... Esta coisa de não conseguir desligar a ficha é equivalente a ter dificuldade em parar. Simplesmente parar e parece que, em mim, isso se aplica a tudo: pensar, querer fazer, preocupar-me, tentar resolver; bref, este tipo de coisas. Sair do repouso é fácil, não há atrito que me impeça de arrancar. Fácil talvez não seja mas consigo fazê-lo, nem que demore anos como aconteceu da última vez. O contrário é uma treta; inércia: não vales nada...
A segunda, F=ma. Esqueçamos os sinais de vector (menos 2 pontos) e analisemos isto em módulo: a minha m diminuiu mas consegui manter a minha F, pelo menos, constante, na verdade eu acho que aumentou mesmo. Bom, admitindo que a lógica não me falha, se F se mantém constante e m dimimui, a aumentou de certeza.
Lá está. Tudo explicado... É por causa disto que ando cansada como nunca andei; eu bem sabia que o curso um dia me ia servir para qualquer coisa (a única falha aqui é que isto se aprende no secundário e que, para isto ser válido, m teria que se manter constante... mas faz de conta, serve).
Ao pensar na última lei é que volto à teoria da (auto-)conspiração: para toda a força aplicada, existe outra de mesma intensidade e mesma direcção mas de sentido oposto. Acção. Reacção. E se sou eu que faço isto a mim própria? Às vezes acho que sim, parece que faço isto porque quero, só para dificultar um pouco mais a minha vidinha, no fundo igual a tantas outras mas que eu teimo em achar tão diferente e tão especial, pois já que é minha que seja alguma coisa de jeito, não? Isto explicaria também o cansaço, dá trabalho puxar em dois sentidos opostos.
Mais uma vez há aqui uma falha. É que não sou masoquista. Nem idiota. 

segunda-feira, dezembro 20, 2010

Back

from Barcelona. De passagem por Lisboa. A caminho de "casa".
Praí com 2kg a mais.
Feliz Natal a mim...

quarta-feira, dezembro 15, 2010

Macau

Estive naquele pátio, há mais de 10 anos antes de voltarem à pátria-mãe. Lembro-me de pensar que aquilo parecia uma selva a querer furar o cimento do muro da escola. Pui Tou, o nome da escola.
Também estive naquele jardim onde os velhotes estavam a pendurar as gaiolas dos pássaros. E em tantos outros sítios que estão a mostrar...

terça-feira, dezembro 14, 2010

Tivesse eu paredes suficientes...

 
Portrait of a Young Woman, 1896-97 (Gustav Klimt)


Blue Nude, c.1902
(Picasso)


Anthropometrie (ANT 130), 1960 (
Klein)

 
Natura Morta, 1952 (Morandi)

Bom dia.

Adormeci sem dar conta. 
O filme acabou, o portátil foi para o chão e o livro veio para a minha mão. A luz do candeeiro está-me a incomodar mas só gosto de ler virada para este lado, tenho que aguentar, tenho que aguentar só mais um bocadinho; deixa cá fechar os olhos, só uns instantes que já continuo a ler... Voltei a abri-los porque o livro me entalou o polegar; pronto, deixa cá marcar a página e apagar a luz; livro em cima da mesa e não me lembro de mais nada
Acordei, o contrário é que seria de estranhar, tenho o sono demasiado leve. Devo ter dito alguma coisa, perguntado as horas, sei lá; virei-me, posição de dormir, edredon para cima e tudo preto outra vez até que o grilo começou a cantar às 7, irritante como só ele sabe. 
"Sabes, quando cheguei, estavas a ressonar..." Foi o meu bom dia.

segunda-feira, dezembro 13, 2010

O altruísmo

É desejar que, neste Natal, a minha vizinha deixe de ser surda.
Não quero mais nada.
Obrigada.

quinta-feira, dezembro 09, 2010

Please give

Ou como a culpa é a gasolina da vida de tantas pessoas...
Saí de lá a pensar que daqui a 60 anos e 3 meses não quero ser como aquela velhota hilariante irritante... Ou continuar a pensar como aquela mulher daqui a uma dezena de anos, apesar de desejar um dos aparadores que ela tinha na loja.
Em suma, gostei muito do filme. Digam o que disserem, that's life. Pelo menos eu conheço algumas bem parecidas...

terça-feira, dezembro 07, 2010

TPC para 2011

Parar de responder "Eu sei" a quase tudo.
E se possível não substituir por nenhum sinónimo. Manter a matraca fechada, vá...

To do list

- Comprar os módulos de aquecimento.
- Mudar o contador para bi-horário.
- Pintar a sala, o corredor e o quarto (já agora, decidir a cor dava jeito).
- Escolher a porta da casa de banho, esta já irrita.
- Mudar ou compor o rodapé.
- Mudar o estore da sala...
- Comprar o bendito aparador para a sala.
- Comprar a bendita mesa da sala.
- Mandar emoldurar os quadros...
- Fazer desaparecer o camiseiro do quarto.
- Organizar os meus livros que eles merecem. 
- Escolher a próxima cadeira lá de casa, namorá-la durante uns meses e, por fim, chorar o meu dinheiro de felicidade quando carregar na tecla OK de confirmação de pagamento...
- Dar pulinhos quando a cadeira entrar lá em casa.
- Fazer desaparecer a minha vizinha de baixo.

Agora que re-leio a lista dou-me conta que a maior parte dos itens podem ser resolvidos facilmente, é acordar de manhã com vontade disso e já está.
First things first: o aquecimento. Ter frio em casa é que não.

segunda-feira, dezembro 06, 2010

Fazer, dar, ajudar, whatever...

Não há desculpas para quem tem vontade de fazer alguma coisa. O Sr. PT e o Sr. CGD ajudaram e até aderiram; foi só para a foto?, não faz mal, até isso vale. Há para todas as idades, disponibilidades, funções, áreas de actuação e locais.
 

domingo, dezembro 05, 2010

Que irónico...

Pela primeira vez desde que moro sozinha, tenho uma árvore de Natal. Que irónico...
Não morro de amores pela época, é sabido, faz-me confusão a atitude das pessoas nas semanas que antecedem a noite do dia 24. A corrida às prendas, a azáfama das compras de última hora, o nervoso de querer fazer tudo a tempo, porquê isto por causa de um dia? A falta de tempo crónica que temos uns para os outros nunca há-de ser compensada num dia. Meti na cabeça que esta é das alturas mais hipócritas do ano mas não quero ter razão. E talvez não tenha. Talvez eu seja demasiado pessimista...

sábado, dezembro 04, 2010

Procura-se

Método infalível, silencioso, limpo e impossível de rastrear para por a minha vizinha de baixo com dono, que é como quem diz, fazê-la desaparecer, fazer-lhe a folha, o que seja. Ou então alguém que descubra a cura par a surdez.
É só isto que quero para o Natal.
Obrigada.
(não parece mas estou furiosa, só me apetece descer as escadas, bater-lhe à porta, mandar dois gritos e partir-lhe a televisão).

sexta-feira, dezembro 03, 2010

Boa...

Meti a pata na poça e agora não sei como a tirar de lá.

quinta-feira, dezembro 02, 2010

Conclusão

Acho que já percebi. 
Gosto de estar acompanhada mas de sentir tudo à minha volta como se lá estivesse só eu. De sentir que não é forçado, que posso continuar calada e que isso não é estranho. Que posso andar pela livraria à vontade, ver isto, aquilo, e sentar-me no chão se me apetecer folhear um livro com mais atenção. Demorar-me a ler a revista que fui buscar enquanto espero pela minha fruta com iogurte e pelo meu pão com manteiga sem estar sempre a pensar se devia dizer alguma coisa. Apetecer-me, entrar num sítio só porque sim, parar no meio do local e olhar em volta, questão de perceber se algo me chama a atenção por tempo suficiente que me faça deslocar até lá e, se não, dar meia volta e sair, sem perguntas descabidas. Não ter que andar de sorriso na boca se não estiver para aí virada. Ficar a ler uma treta qualquer no sofá com a manta nas pernas, as almofadas nas costas, a chávena de chá no chão. Caminhar em silêncio.
Ao fim e ao cabo, ser e estar sem enviar constantemente um sinal de heartbeet ou de keep alive. Eu estou ali e sei que os outros também.

terça-feira, novembro 30, 2010

Podia e devia guardar para mim but who cares...

Pela primeira vez em mais de um ano e meio, engordei. Uma insignificância, dizem. Para mim foi o mesmo que ter enfiado 20kg em cima. Estava pior que estragada no sábado, totalmente em modo stupid bitch depois de ter saído daquele consultório e de ter ouvido o que já ouvi mais de cem vezes, já sei de cor e e que mesmo assim continuo a fazer.
É assim, tudo ou nada, preto ou branco, 0 ou 100, péssimo ou óptimo, os extremos só. Eu sei que não deve ser assim, que devia haver o mais ou menos, a escala toda de cinzentos e mais os cinzentos coloridos, o suficiente, o meio termo. Mas uma coisa é o que eu sei e outra é o que eu sinto. 
Como é que se muda o que se sente?

segunda-feira, novembro 29, 2010

É sempre a mesma coisa.

Ora bolas, acabei de ver ali ao lado que, esta noite, no Maria Matos, há música que eu gostaria de ouvir. Infelizmente está esgotado.

O fim de semana

O frio nunca me impediu de nada, estou habituada a ele, no entanto, este ano, sinto-o de maneira diferente. Entrar na cama é tão terrível como tomar um duche com a botija do gás vazia. Corta-me a respiração por breves momentos, petrifica-me naquela posição em que me ponho, joelhos quase no peito, braços à volta das perna, mãos nos pés. Cada centímetro de lençol conquistado enquanto me estico devagarinho é uma vitória. Sinto frio em todo o lado, eu que não era nada assim; mas será que mudei?
Na rua puxo a gola do casaco o mais para cima que consigo, enrolo o cachecol até me tapar o queixo, enfio o cabelo para dentro e ponho as mãos nos bolsos. Luvas ainda não, não exageremos. No sábado caminhei assim um bom bocado, a ver tudo e nada ao mesmo tempo, admirada com a quantidade de gente que andava entre a baixa e o Chiado, os seus ares de É Natal, estamos contentes, não sabemos bem porquê mas diz que é suposto. Se lhes pudesse perguntar porque andam assim, a maior parte não me responderia nada de jeito. Acho que compreendo. Talvez eu procure significado a mais nas coisas, se calhar é assim porque sim, e então? Não se podem fazer coisas só por fazer, porque todos fazem e porque não convém sair fora da norma? Posto assim já não me soa tão bem, não... Se calhar eu até tenho razão. Já não sei. Vamos esquecer isto. As pessoas fazem-me confusão e pronto, ponto final parágrafo.
Compras não fiz, à excepção de um cachecol para mim, cópia fiel do que perdi no ano passado e que já tinha há mais de dez anos, a mesma cor e feitio, exactamente igual, ainda bem que aquele tom voltou à loja. Não viveu tudo o que o outro viveu, não cheira ao que o outro cheirava mas, hoje de manhã, gostei de abrir a gaveta e de o ver lá à minha disposição, fazia-me falta.
Ah, ontem comprei uma árvore de Natal. Sou o cúmulo da coerência, eu sei. Depois pergunto-me porquê...

sexta-feira, novembro 26, 2010

Why should I give a damn?

Acabo de sair de uma reunião em que a única coisa que me apeteceu foi pregar um valente pontapé no traseiro de uns colegas que não se mexem para lado nenhum. Ne-nhum! Esta gente está com a corda ao pescoço e dá-se ao luxo de se manter passiva, assim não há suporte que lhes valha e, sendo assim, o que raio estou eu ali a fazer? Um milagre é que não.
Já estou como o outro; francamente, porque raio é que eu me ralo? Porque é que eu hei-de fazer um esforço  para puxar as coisas para diante quando os próprios interessados não estão dispostos a por um pé à frente do outro para andar? Eu sei porque é que o faço, só não sei porque é que sinto que devia fazer mais.

Uma boa combinação

Uma voz que me mata a cantar palavras de outro que me encanta.
Be careful darling you migth fall 
 

As bebidas

Logo num dia como o de hoje é que me havia de dar para vir com as pernas ao léu. Está frio, não tão frio como o mais frio que já senti mas um gelo mesmo assim. Segundo a minha mãe, quando este tempo está para vir, há um passarinho que aparece e canta como se fosse o anunciador do inverno, ela diz que ele canta como quem diz friiiiiio, friiiiiio, friiiiiio. Ainda ontem à noite, quando lhe liguei, ela me veio com esta conversa, que já ouviu o passarinho. Acho engraçado; no ano em que ela não falar disso é porque há algum problema com ela...
É nestas alturas que as bebidas quentes melhor me sabem, em particular o chá. O café é diferente, o café é uma necessidade; o chá é um prazer. Começa no sabor em si, passa pelo cheiro e vai até à beleza das embalagens, gosto disso tudo. Não mentiria se dissesse que já comprei alguns chás só porque a caixa tinha graça, sim pode ser estúpido, eu sei. É rara a viagem que faça e não traga um diferente para casa, é raro o dia de trabalho que não tenha por companhia umas quantas chávenas como é rara a gaveta que me pertença que não tenha uns quantos pacotinhos. É uma prenda que me agrada sempre, é algo que gosto de oferecer e é um óptimo pretexto para chamar os amigos a casa. 
Hoje já bebi uma chávena de maçã e canela, mas tenho aqui ao meu lado duas infusões de frutos, um pacotinho de chá dos Açores e um de chá de menta biológico, todos em lista de espera. Bom, bom, era ir buscar umas folhas de cidreira e hortelã ao quintal mas isso fica para os fins de semana em "casa".

quinta-feira, novembro 25, 2010

Mixed feelings

Já tens agenda para 2011? 
Já, porquê? 
Então já lá marcaste 2 semanas para ires ter comigo, certo? 
Não me digas mais nada, quando é que vais? 
Dia 26. 
De Janeiro?! 
Não... de Dezembro...

Fico contente mas estou triste.
É menos uma com quem vou poder contar fisicamente embora saiba que, de resto, nada muda. Só passamos a estar a 2500km de distância. E viva a Internet, vivam as telecomunicações; quer dizer, ao fim e ao cabo, viva eu que contribuo para que isto tudo exista. Ah, vivam também as companhias aéreas, claro; e que se lixe a minha pegada ecológica e a minha conta bancária... Saudades é que não.

segunda-feira, novembro 22, 2010

Ontem

Nada como uma ida ao meu sítio do costume para acalmar um bocadinho os ânimos malucos dos últimos dias. Gosto do CCB, do sítio em si, de deambular pelas lojas, pelas salas e corredores, do café de lá, do ambiente, mesmo agora que não dá para estender a manta na relva e dormir a sesta à sombra das oliveiras. 
Ia almoçar na Commenda mas, pela segunda vez em pouco tempo, retraí-me à entrada. Too much, pareceu-me, tal qual como da outra vez, acho que não volto a tentar tão cedo. Optei por algo mais simples e fiz bem, é muito mais eu.
Depois de um escorrer de baba no CPS, de uma passagem pela Trienal de Arquitectura e de uma vista de olhos pela exposição Paradise Motel que valeu uma bela discussão à qual daria o título: Modern Art = I could do that + Yeah, but you didn't!; passei pela papelaria e saí de lá com um saco e com um vou voltar a pintar na cabeça. Já no dia antes tinha passado umas horas a comer livros na Bertrand e a pensar seriamente em fazer uns rabiscos. 
Penso demais e faço demenos, tenho que acabar com isto...

sábado, novembro 20, 2010

Ontem à noite

Rebentei.
O cansaço a mais, a minha crónica falta de paciência, a minha característica intolerância a tudo e mais alguma coisa, a pura demonstração do meu eu, afinal; tudo isto falou muito mais alto que o barulho pretexto do meu incómodo. Eu tento não ser isto todos os dias, ontem não consegui. O melhor foi mesmo eu ficar só comigo e resolver isto, ou não, de uma maneira qualquer.
Foi uma soma. Foi uma merda.
Mas hoje já passou.
Acho eu.

sexta-feira, novembro 19, 2010

{news}

Acho que estou a ficar doente... É tão bom, logo agora que vem aí o fim de semana...

quinta-feira, novembro 18, 2010

As lembraças

Há coisas às quais eu acho graça porque me fazem lembrar coisas que em tempos ouvi como conselho ou como aviso ou que só ouvi, ponto final, e por qualquer motivo registei na cabeça. Um delas aconteceu no outro dia; era uma senhora que pela manhã, ali pelos lados do Conde Redondo, ia a entrar numa pastelaria com duas miúdas. Ia a fumar, as miúdas entraram e ela demorou-se só para acabar o cigarro. Eu estava parada no semáforo, tinha tempo de sobra para divagar. Internem-me mas olhei-lhe para os pés e reconheci os sapatos, apostava um dedo que saíram de uma loja qualquer naquela avenida que sobe para o Marquês. Logo, logo a seguir o meu olhar subiu mais um pouco e os cantos da minha boca distenderam-se ligeiramente ao mesmo tempo que a minha cabeça começou a abanar; assim como quem quer dizer tsss, tsss, tsss... A saia da senhora, preta e ajustada a bater nos joelhos, tinha mais de metade da bainha descosida à frente e atrás. A mim, aquilo soou-me a uma nota completamente fora de sítio. Era impossível não reparar. De que valem uns sapatos daqueles coroados duma saia daquelas?
A minha mãe sempre me disse que os sapatos certos são capazes de fazer brilhar o conjunto mais simples mas acho que não se referia a isto. Tenho que lhe perguntar.

terça-feira, novembro 16, 2010

A bola

Esta era a bola de pêlo que eu queria adoptar mas parece que vai fazer as alegrias de outra pessoa... É amoroso todos os dias, fofo até não poder mais, tenho muita pena mas, de facto, não posso mesmo tê-lo cá comigo...
Falando em bola, amanhã vou àquele estádio vermelho e cinzento ver 22 marmanjos a correr atrás de uma. Esperemos que valha o dinheiro do bilhete.

segunda-feira, novembro 15, 2010

Hoje

Este dia passou-se aos saltinhos entre salas de espera, em tempo perdido sentada (em salas de epera), em minutos gastos a observar pessoas (sentadas em salas de espera) e pouco mais. Podemos somar a isto uma viagem de comboio de manhã e outra que decorre enquanto vou escrevendo e temos o panorama completo do dia extremamente produtivo que tive hoje. A certa altura pedi que me explicassem o que é que eu estava ali a fazer. Estás a manter-me calma. Toma, já sabias que era melhor estares calada... Assim me mantive até dizermos adeus uma à outra no cais da linha 1, sem dizer mais disparates. Ela foi para cima, eu vim para baixo. Ela deve ir a dormir, eu vou aqui a escrever e a olhar para as pessoas que vão nos outros bancos. Vou num daqueles lugares de quatro mesmo no meio da carruagem de costas para o sentido do movimento. Não me podia ter calhado pior lugar, nem que tentasse.
À minha frente vai uma miúda entre o sono e a vigília, os olhos dela não sabem se hão-de estar abertos ou fechados, aquilo é uma luta terrível, já passei por isso, se tivesse que apostar o meu dinheiro apostava que vão acabar por se fechar. Tal e qual como me disse a minha psi, que apostava o dinheiro todo dela sem pestanejar em como uma coisa iria acontecer caso eu passasse um determinado limite (não vou passar, se isso acontecer internem-me).
Do outro lado da coxia vão dois rapazes. A antítese um do outro agora que reparo: um careca o outro com uma juba de caracóis, um sem barba outro com ela farta, um com óculos de sol da moda outro com pestanas maiores que as minhas. Vão os dois a dormir, ambos de boca aberta, ambos de braços cruzados e, daqui a nada, ambos com baba no queixo. Agora só já sobra um porque, enquanto re-lia o que está para trás, o cabeludo saíu. A substituí-lo está uma loira de unhas rosa fluorescente e aquele que suponho ser namorado dela, com ares de virem do Leste e a falarem a condizer com esse ar. Ele não é esperto; em vez de ir com a mão em cima da perna dela vai com a mão em cima da perna dele.
De resto não se passa nada. E ainda tenho que aguentar mais uma hora disto...

domingo, novembro 14, 2010

Reminder

Da próxima vez que estiveres com a neura e te lembrares de pintar as unhas ao mesmo tempo que passas a ferro e vês um filme, escolhe uma cor mais fácil que a Paradoxal. Ou então vai dormir.

Hoje

É domingo à noite, passa das nove e não estou em Lisboa. Mas era o que queria. A minha casa, mais precisamente o meu sofá, a minha manta e silêncio para ouvir a chuva a cair na beira da janela. Aborrecer-me do livro que me faz companhia e, a dada altura, abrir o armário e tirar de lá qualquer coisa em que mexer.
Sentar-me no chão com papéis espalhados, gesso e uma trincha pequena, como quando preparava as aulas das semanas seguintes. Se me desse na telha misturava algum óleo com terebentina e apertava uns tubos contra a paleta que anda para lá guardada num armário. Esfregava os pincéis untados de óleo e cor numa tela que anda para lá perdida, tentava passar a embrulhada que tenho na cabeça para lá, perdia tempo a olhar e a pensar, no fim achava tudo uma grande porcaria e arrumava a tralha. Esta tentativa iria parar onde pararam as outras: primeiro deixava secar, depois arquivava. Nunca consigo passar nada de jeito da cabeça para as mãos e destas para a ponta do pincel; bem, não é de admirar visto que também não consigo fazê-lo da cabeça para a boca. Depois olhava para o relógio, já passaria da uma da manhã e iria dormir após ter escovado os dentes e posto creme na cara, só mesmo por descargo de consciência que o tempo há de passar e deixar as suas marcas no matter what. Por acaso discuti isto na última consulta, envelhecer, pfffff, e então? não posso fazer nada contra isso, é uma coisa que não posso controlar. Sim, que na minha vida tudo gira à volta do controlo, daquele que exerço a mais e daquele que não tenho sobre o que devia ter. Bom, isto foi só um aparte; adiante.
Acho que continuo tal qual como era, se mudei foi só à superfície, quando deixar as drogas volto a ser aquela que não gosto de ser. Tudo muda e nada muda. Continuo sem entender o que me  falta, o que me tráz assim meia insatisfeita, meia resignada, meia em stand-by. Há dias em que não penso tanto nisto, outros então em que é demais. Isto já mete nojo.
Amanhã volto a casa...

sábado, novembro 13, 2010

Dar

Vem aí o que aí vem, só já se pensa no que toda a gente sabe e isso, a mim, enerva-me e deixa-me mais uma vez às voltas com o que sinto. 
Custa-me receber. Soa-me a obrigação, ao tinha que ser, cheira-me demasiadas vezes a frete que se tem que fazer ano após ano nas mesmas alturas. Normalmente, quanto mais cara é a coisa oferecida pior, sinto-me num processo de compra em que sou o alvo; é o que dá ser maltratada durante anos mas disto ninguém tem culpa, só eu. Sei que não é assim com toda a gente mas também sei que é assim com muitas outras, inclusivé comigo, aqui me confesso, eu a pecadora que se sente por vezes compelida a oferecer prendas a certas pessoas em determinados momentos porque, se não o fizesse, pareceria mal. Normalmente esta voz da razão (?) vem de fora que eu, por mim, estou-me bem nas tintas; o problema é que depois de ouvir a vozinha fico a sentir-me mal. E se esta minha percepção é estúpida, e se não é nada assim, e se estou a ver monstros onde não os há?
Gosto de dar pelo prazer de dar mas não porque se espera que eu dê. Quanto mais me parece que a outra pessoa espera algo de mim, mais chato se torna para mim oferecer seja o que for. Não sei explicar isto de outra maneira. Fizeram-me assim.
Se tiro pouco partido do que me oferecem por me passarem estas tretas pela cabeça? Tiro. Lá no fundo, não é que não goste mesmo de receber prendas, até gosto, parece-me sobretudo que depende de quem dá. Porque de pessoas verdadeiras posso até receber uma sms, caixas que fazem o barulho de vacas,  folhas de jornal de há 30 anos, 9 meses e 10 dias ou rolos de papel higiénico que me cai de certeza melhor que qualquer jóia.

sexta-feira, novembro 12, 2010

Os sapatos

Morro por uns sapatos vermelhos que ando a espiar há semanas mas neste momento penso no dia de ontem,  passado de sapatilhas (ou ténis vá), a caminhar num matagal em Sintra. Aquilo sim foi o reviver das saídas que fazia há 20 e qualquer coisa anos. Foi mais que bom.
Morro pelos estúpidos dos sapatos e, no entanto, ontem, depois de muito pensar, optei por não calçar uns muito parecidos para sair ao fim da tarde. Escolhi a segurança de uns rasos mas queria ter enfiado os outros, foram-se-me os olhos por eles. Os outros faziam-me sentir bem, as bailarinas fizeram-me sentir confortável. 
São escolhas.
Compro ou não?


quinta-feira, novembro 11, 2010

Mine Vaganti

Vi o filme ontem, adorei, ri, pensei e fiquei com esta música na cabeça. Adoro que o M. me cumprimente com um Ciao Bella, um abraço e um beijo, como só os Italianos sabem julgo eu. Pensei nele o filme inteiro, se já o terá ido ver e a rica conversa que isto vai dar a próxima vez que nos virmos.

quarta-feira, novembro 10, 2010

{enorme suspiro...}

No domingo, uma coisa qualquer mordeu-me perto do olho e ando a dormir pouco e mal de novo. Na segunda-feira perguntaram-me o que tinha e ontem disseram-me para avisar quem de direito que "... na cara não, nota-se. Diz-lhe que as listas telefónicas não deixam tantas marcas". Na dúvida se havia de rir ou chorar optei pela primeira e acompanhei de uma ameaça verbal. Ontem maquilhei-me e hoje também, parece melhor; o que não melhorou foi a tendência assassina que tenho vis-à-vis da minha vizinha de baixo.
Ontem perguntaram-me se me podia dividir em duas mas o que queriam mesmo dizer era se me podia multiplicar por duas o que, bem vistas as coisas, é diferente. Não se trata de manter a mesma carga de trabalho e de dividir a atenção por dois projectos mas sim de duplicar a carga de trabalho e de consagrar a mesma atenção a cada um deles. Ou esta gente não se explica ou eu complico tudo. 
Ok... Talvez eu complique um pouco. Mas isto tudo também não melhora a tendência assassina que tenho vis-à-vis da minha chefia.
O que eu preciso é de férias e Barcelona ainda está tão longe...

sexta-feira, novembro 05, 2010

Do outro lado do espelho

Não sei o que é pior, se ouvir a minha voz gravada ou se ver fotografias minhas. Nunca me reconheço, ou não me quero reconhecer, nunca acho que sou eu. Um dia gostava de entender porquê.
Se telefonasse para mim própria acho que teria que perguntar Quem fala? todas as vezes. A resposta seria sempre Tu, sua mentecapta, tu... Já me aconteceu ficar a pensar na maneira como soam as minhas palavras, às vezes é estranho, podia jurar que o som saiu de outra garganta. Não sei a minha voz de cor, parece-me que não é com aquele tom que falo comigo própria.
A única evidência que há de mim enquanto gorda são as fotografias (para além da memória dos meus amigos e de uma ou outra estria). Na minha cabeça sempre fui como tinha sido até mudar; agora que estou  mais ou menos normal de novo, continuo a ver-me gorda porque ainda não estou bem como sempre fui. Na minha cabeça é que já não sei bem como sou. Quando sonho comigo vejo-me sempre normal, isso quer dizer alguma coisa? Não há espelhos em minha casa (o da casa de banho não conta, não o consigo tirar), será que é normal?
Pois é, eu sei, isto é cansativo, já chateia e já não há paciência, eu sinto o mesmo. Por outro lado e um pouco contraditoriamente, ando estranhamente bem, diria até leve.

quinta-feira, novembro 04, 2010

Saída de campo

Por aqui isto significa irmos-nos todos enfiar numa sala enorme e ficarmos a ouvir uns senhores e umas senhoras falar acerca de quão afortunados somos por trabalhar com (para) eles. Vai ser um exercício mental intenso, sobretudo para não adormecer. Sei que vou chegar a casa cansada e desiludida porque podia ter aproveitado muito melhor a tarde a apenas uns passos dali, à beira rio, do outro lado da estrada.
Quando era miúda, significava calçar botas de borracha, vestir um casacão e ir de passador em punho para a floresta apanhar girinos para meter num frasco. Acho que até já disse isto. Era exercício físico intenso, chegava a casa cansada, orgulhosa por levar marrons nos bolsos pensando que era castanhas.
Pronto, é triste.

quarta-feira, novembro 03, 2010

I miss this place in Fall...

O "meu" Englisher Garten e a minha bicicleta de 25 euros para ir até lá...

terça-feira, novembro 02, 2010

Ça sert à ça l'amour...

A minha banda sonora de hoje...


domingo, outubro 31, 2010

À quoi ça sert l'amour?

Ando à procura de uma música que ouvi hoje na Antena 1, uma versão Bossa Nova de uma música da Piaf. Já revolteei o youtube e nada. É o que dá não prestar atenção...

sábado, outubro 30, 2010

Os santos

Isto de uma pessoa ter que viajar nestes fins de semana prolongados e ainda ter uma data de afazeres antes de se pôr a caminho, tem sempre que se lhe diga. (Também tinha piada que o cavalheiro que vai aqui ao lado parasse de olhar para o que estou a escrever)
Lá consegui finalmente que aquela consulta que eu andava a pontapear na minha agenda há demasiado tempo ficasse para hoje e decidi que não valia a pena desmarcá-la só para aproveitar mais meio-dia de um fim de semana que já de si é grande. Até o aproveitar é relativo aqui, tenho a certeza por exemplo que dormi mais cá do que se tivesse ido ontem para cima. Mas adiante.
A caminho da consulta, um tipo louco no metro, daqueles que vomita todos os seus pensamentos pela boca em vez de fazer como a maior parte das pessoas faz e guardá-los para si. Por isso é que fomos dotados de fala e de pensamento em separado, falamos e toda a gente ouve, pensamos e só ouvimos nós; infelizmente há quem não perceba e aquele senhor era um deles. Imagino se eu própria passasse a exclamar tudo o que penso e não é nada de mal (às vezes), quanto mais andar por aí, como ele, a classificar o tamanho dos rabos e das mamas das meninas dentro das carruagens e descrever o que lhes faria... À saída do metro, a vingança do S. Pedro: uma molha(zita) até ao consultório. Durante a consulta, a vingaça dos pastéis de nata: mais umas gramas em cima do lombo. E por final, já na estação do Oriente, o S. Pedro ataca de novo e encharca-me completamecnte enquanto procuro a carruagem de 1ª classe que fui obrigada a frequentar porque todos os outros bilhetes já estavam esgotados. Não queria deixar isto sem dizer que lá na estação a culpa não foi só do S. Pedro. Se o Sr Calatrava se tivesse preocupado em conceber uma estação de comboios, daquelas que as pessoas usam para apanhar comboios que têm que esperar em cais em vez de recriar ali o Dubai cheio de palmeiras faz e conta, eu não estaria neste momento sentada no meu banco pior que um pito todo encharcado. Tadinho do pessoal que vai ali apanhar o que quer que seja, linha de Sintra ou coisa que o valha. Para a próxima, e já que os Santos andam metidos ao barulho, Santa Apolónia me acuda...

sexta-feira, outubro 29, 2010

Hoje

É sábado à noite, estou em casa, de manta nas pernas e penso nas minhas hipóteses que são só duas, nada melhor quando temos que escolher, 50 por cento para cada lado, rouge ou noir faites vos jeux messieurs dâmes.
No vermelho aposto o ficar onde estou. É fácil, é cómodo e já cá estou. Consegui passar o dia de hoje sem apanhar uma única gota de chuva, o que é pródigo, ficar por casa seria o garante de uma noite seca também, em todos os sentidos. Tenho Magnuns after dinner no congelador, um livro aqui ao pé de mim e uma cama fofa lá dentro no quarto. Não me parece mal.
No preto resta-me sair. Ainda ir vestir-me, dar um toque de sombra, máscara e blush, um pshitt de perfume, calçar as galochas e dirigir-me ao centro da festa. Sei que o amigo vai se o S. Pedro assim o permitir, as meninas falaram nisso há uns dias mas ainda não há resposta à sms que enviei e está a ficar tarde.
Logo se vê...

quinta-feira, outubro 28, 2010

Arrumar

Quando o pânico do não-sei ou do não-me-apetece ataca o meu dia a dia, arrumo. 
Ontem, assim que cheguei a casa, comecei a arrumar o meu roupeiro. Hoje, depois de fazer nada, arrumei a minha secretária. Para não começar a rasgar papelada que ainda me pode vir a ser útil achei melhor vir aqui escrever. 
Ando desta maneira porque não tenho grande vontade de nada e não tenho grande vontade de nada porque ainda não pus este traseiro a mexer. Não salto da cama de manhã com vontade de vir trabalhar, não saio do banho a pensar que albarda irei envergar e já ando com este verniz nas unhas há demasiados dias. Não quero tornar-me uma louca das arrumações, mais vale perder uma hora a actualizar o cv...

quarta-feira, outubro 27, 2010

"Cuius rei demonstrationem mirabilem sane detexi."

Se eu tivesse tanta capacidade para fazer coisas inteligentes como tenho de sonhar disparates até podia ser uma pessoa importante nesta vida. Infelizmente, todos os meus esforços mentais (involuntários) parecem concentrar-se na tentativa de, noite após noite, sonhar com os cenários mais estapafúrdios do universo. Podia sonhar com algo útil, sei lá, com a demonstração de um teorema qualquer, mas não, sonhar com idiotices é muito melhor.
Quanto menos durmo mais sonho, o tamanho das minhas olheiras já começa a ser directamente proporcional ao grau de estupidez dos ditos e o tempo que perco de manhã a tentar juntar as peças do puzzle que faço durante a noite já começa a ser demais. Gostava mesmo que alguém um dia me explicasse porque é que isto me acontece, assim em jeito de demonstração, que eu nessas provas acredito porque a notação matemática, essa, não engana.
A partir de hoje, uma nova variável entra na equação: a minha vizinha de baixo foi para a terra. Vamos lá ver o que é que isto muda...
 

segunda-feira, outubro 25, 2010

Why is life worth living?

That's a very good question indeed... And I believe there are some people in Lisbon who also create incredible neurotic problems in order to avoid thinking about more serious things. Like me.


Acho que já chega de horas deitada no divã (por acaso é sentada no cadeirão). Acho que já percebi.

O que é que as casas fazem quando ficam sozinhas?

Imagino algumas vezes o que se passa em minha casa quando eu não estou lá. Nada. Só deve haver silêncio ou, no limite, deve ouvir-se o barulho do pó a cair no chão e das baratas a andar dentro das paredes.
Neste apartamento, parado no tempo durante 70 anos, nada mudou, qual cápsula do tempo fechada à chave em vez de enterrada. Entrar ali deve ser como entrar para dentro de um quadro a três dimensões, olhar para tudo sem mexer em nada e tentar perceber como é que aquilo tudo fazia parte da vida de alguém. Gostava de lá ter entrado.

sexta-feira, outubro 22, 2010

Visita

Não sei quantas vezes já visitei este museu nem quantas vezes já ouvi esta valsa, mas assim nunca. Também me parece que nunca toquei numa tela num museu, tentei mas aquilo apitou imediatamente e, seguramente, nunca tive a lata de dizer (pelo menos em voz alta) que Delacroix fait chier... Mas se calhar já o pensei muitas vezes.
Tem piada e não tem.
 

Ce que dirait Gainsbourg?
Je n'ai fait que passer.

Queixinhas

J'en ai marre de tout ce petit monde.
J'ai mal aux yeux.
J'ai mal au coeur.
Oh, et puis zut...

quinta-feira, outubro 21, 2010

No, I can't

Ter um animal lá em casa (exceptuando a minha pessoa). 
Por muito que queira ter um(a) gatinho(a) não posso. Bem... não é bem não posso, é não devo...
A ideia de ter o bichano em casa o dia inteira faz-me confusão, animais sim, mas com acesso a espaços exteriores para que se possam pelo menos mexer. E se o animal é de companhia estaria a fazer companhia a quem? Ao sofá lá de casa? Depois, com a treta da vida que tenho, acima e abaixo, teria que andar com o animal às costas vezes demais. Já me estou a imaginar a chegar com o gato debaixo do braço ao trabalho à sexta-feira, a pousá-lo ao pé da secretária e a dizer-lhe: Vá, agora ficas aí quietinho e, SOBRETUDO, não mias nem fazes xixi até logo à tarde, sim? É impossível de momento. Talvez um dia. 
Enquanto sim e não tenho a minha Chaneca em casa dos meus pais. A miúda da foto de baixo, que já tem 13 anos, prostra-se à porta do meu quarto de vez em quando como que a perguntar se nunca mais venho, levanta as orelhas quando ouve o meu nome e fica a olhar para todo o lado quando a minha mãe lhe põe o telemóvel ao ouvido para que eu lhe fale. Ou então estou louca e quero-me convencer que ela gosta tanto de mim como eu dela.
Tenho que me resignar a caçar com plantas. E até essas deixo morrer...

quarta-feira, outubro 20, 2010

Queixinhas

Dói-me a cabeça mas sobretudo os olhos, lá atrás das órbitas.
Não sei se tenho fome ou se estou só enjoada.
Já dormia.
Já saía daqui também.

In my dreams

O Ricardo Araújo Pereira é quem me está a emoldurar as ilustrações e os prints na oficina. Explica-me que quanto maior é o ângulo entre o topo do quadro e a base, mais difícil é equilibrá-lo na calha. Não percebo porque raio é que de simples molduras passei a querer expor a papelada em mini-cavaletes, não tenho espaço suficiente para isso mas tudo bem, isto afinal é só um sonho, posso disparatar à vontade. Posso até ter um gato mal-cheiroso a trabalhar para mim. Sonho por sonho podia pelo menos estar mais despido, era ainda mais engraçado. 
Também havia outro gato, daqueles a sério, todo branco, peludo, lindo, sentado no braço do sofá. Sempre que me aproximava dele e estendia a mão para lhe fazer uma festa, o moço abocanhava os meus dedos e transformava-se em cobra, daquelas a sério, branca também, feia, com a base enrolada e a cabeça alçada. Dois passos para trás e tinha gato outra vez, dois passos para a frente e tinha uma mordidela de cobra.
Traduzindo menina  I:
- Mexe esse teu traseiro e vai mandar emoldurar as ilustrações que tens em lista de espera há meses. 
- Decide de vez se queres (podes ter) um gato lá pra casa ou não!

terça-feira, outubro 19, 2010

Como menos

Não me agrada nada fazer visitas ao hospital. Eu sei... é mau eu dizer isto. (Que raio de pessoa és tu I?)
Entrar a medo no quarto, encontrar a pessoa num estado fragilizado, eu constrangida a tentar agir naturalmente, ela a esboçar um sorriso sentido ou não e um obrigada. Não fui obrigada, quer dizer..., mais ou menos, foi a minha consciência que me empurrou um bocadinho para vir; sabes, é aquela sensação de tem que ser.  Não é que não goste das pessoas, gosto; não sei é o que se sente do lado de lá.
Penso tantas vezes que estou a incomodar; que quem me recebe faz um frete tremendo e preferiria ficar sossegada. Logo a seguir passa-me pela ideia que talvez seja agradável constatar que alguém se lembrou de nós. Já não sei. Uma pessoa esquece-se demasiado depressa do que sente nestes casos.
Hoje vou lá. Não entro naquele sítio há uns bons 5 anos e, sinceramente, não me apetece muito ir mas vou. Não gosto? Paciência, faço como diz no título.

segunda-feira, outubro 18, 2010

Ao lanche

Uma colega: Então, disseram-me que fizeste furor no outro dia de manhã.
Eu: Eu?! O que é que te contaram?
Ela: Que puseste a fulana-de-tal no lugar dela. Mas o que é que lhe disseste?
Eu: Ahhh. Então, ela estava-se a fazer de parva, que não entendia porque é que os colegas a tratavam assim. Eu só lhe disse o que era óbvio: És uma pita... Eles desmancharam-se a rir e ela amuou.

{grande suspiro...}

Estou para aqui a pensar na OST que melhor se ajusta ao dia e hoje e não me decido. Help, Beatles ; Save Me, Aimee; Bad Day ou até mesmo Don't miss you at all, Norah Jones. Tiremos-lhes qualquer sentido romântico, pensemos só nos títulos e todas servem. Até uma da Lily Allen que eu invoco de vez em quando mas que não se pode dizer porque é asneira. Sei é que entrei hoje neste sítio ao som do Requiem do miúdo prodígio.
Mas porquê? Porque é que as licenças têm que ser tão curtas para certas pessoas? Acabou a paz, recomeçam as mesquinhices, os cochichos, os corredores acima corredores abaixo, aquela atitude de não sei quê.
Das duas uma: ou fico zen até não poder mais ou, um dia destes, cometo um crime. Diz que compensa às vezes.

domingo, outubro 17, 2010

Cansada mas sabe bem

O tempo que demoro a cá chegar é o único contra, porque que passo cá dias de qualidade, passo. Mesmo que seja a "trabalhar" e que ao fim do dia já esteja na cama às 21:30. Por ter vido perdi um dia de canoagem, pena que não me parece que haja muitos mais dias propícios à prática... Não se pode ter tudo.
Agora, durante a viagem de regresso (que giro, agora já é regresso, já não é ida. Antes regresso era cá em cima), aproveito para pôr isto e a leitura em dia. Enquanto há luz...



sexta-feira, outubro 15, 2010

As notícias II

Foi há um mês certinho que soube que a história se estava a repetir. Hoje, um mês certinho depois, outra etapa ficou para trás: a operação. Podemos riscar este item da lista, esperemos que tenha sido o mais complicado. É o que as pessoas costumam dizer, que o pior já passou.
Só que eu sei que não foi, que o pior ainda não deve ter passado, infelizmente. Cortar, cozer, pôr pensos, drenos e esperar a alta não me parece o mais difícil. Não passei por isso mas sei-o muito bem, infelizmente percebes diz-me a minha mãe. Acho que na altura até tive dores por empatia mas eu sou uma maricas, tenho medo de cobras na televisão... Agora vem a fase de aceitar isto tudo, de mastigar, engolir e digerir. Isto é que custa. Parecendo que não, a carne cura muito mais facilmente que o espírito. É tão estúpido não é?, não vemos os nossos pensamentos, não lhes tocamos, às vezes parece que não existem e que não têm importância nenhuma mas eles comandam-nos. Eu se pudesse dava com cada soco aos meus...
Bom, apesar disto tudo eu sei que ela vai manter a disposição lá em cima, essa minha tia minha homónima com quem eu choco tanto. E também sei que daqui a uns meses ela vai estar tão bem como hoje está a irmã mais velha dela, minha mãe.

Oferece-se e precisa-se

- Braço (recentemente picado para administração de vacina) a quem precise de estrelar ovos.
- Vontade de sentir as músicas da Melua.
- Um café...
- Outras coisas

quinta-feira, outubro 14, 2010

É tudo e nada, não sei

Diz quem me conhece que tenho necessidade de catalogar, de pôr dentro de caixas e etiquetar, uma mania de saber (sobretudo de perceber) que tanta vez me deixa a bater com a cabeça nas paredes por causa dos pequenos obstáculos que vou enfiando no caminho. Empanco, em ninharias dizem, porque não encontro as palavras certas para definir a mim mesma o que sinto e que depois fico ali a moer, a moer, a moer... Lembrei-me que quando era garota lia dicionários, será que vem daí esta mania idiota de arranjar uma definição para tudo?
É à custa desta minha dificuldade que me dói o estômago; de tanto tentar digerir a consulta de ontem, devia ter metido um dia de férias só para isso. Ia por exemplo sentar o traseiro num banco, numa cadeira ou num sofá qualquer e ficava ali só a pensar na extensa conversa de ontem. Ou então ia comer tudo o que me aparecesse à frente estoirar dinheiro para uma loja qualquer para não ter que pensar nisso. Não é nada de realmente crítico; aliás, é tão banal que até chateia, ou melhor, é isso mesmo que me chateia. É esta treta de sentimento de insatisfação em relação a qualquer coisa que não sei definir. Às tantas não é nada e je cherche simplement la p'tite bête. Até parece que não tenho mais nada que fazer... Até parece que ando a arranjar desculpas para continuar a ter consultas...

quarta-feira, outubro 13, 2010

A futilidade

Existe em mim como em qualquer outro ser imperfeito, acho eu. 
Eu tento dar-lhe para trás, não cedo facilmente aos seus apelos mas de quando em quando gosto de me presentear com peças criteriosamente escolhidas, versáteis e intemporais, mas nunca sem me chicotear mentalmente 3782 vezes por estar a queimar o produto do meu trabalho numa simples coisa. Se me chicoteasse realmente talvez não me desse para estas coisas, não era? Não compro por comprar, não penso só nisso, mas culpo-me na mesma por estar a fazê-lo, vá-se lá saber. Chamo-lhe futilidade, não sei se é bem isso mas uso a palavra na mesma, talvez porque podia viver sem.
Já o fiz com uma cadeira, com uma mala, com uma peça de roupa, com momentos, com um pedaço de papel, sei lá... Agora apetecia-me de novo mas não sei com o quê. Ainda...

terça-feira, outubro 12, 2010

A ignorância

Não saber é uma trampa. Precisamente porque me dá margem para pensar, para imaginar e para me ir convencendo do que penso. Suspeito, acho, sinto, tenho quase a certeza, danço conforme isto tudo , o que já de si é mau, mas, na verdade, não sei. Posso estar certa (nesse caso é uma trampa ainda maior) ou errada (e aí seria o cúmulo do alívio). 
Se estiver errada fico com outro problema: o resultado final não rima com as minhas acções e isso baralha-me. Já das outras vezes me baralhou e à custa disso é que ando a asnear mais e mais,  aposto tudo o que quiserem, acho que quero provar a mim mesma que o que faço conscientemente tem repercussões visíveis em mim, parece que gosto de me ver falhar. 
Se estiver certa vai ser uma novidade. Há mais de um ano que estou errada de cada vez que tenho dúvidas. Não sei como vou reagir nesse caso mas das duas uma: ou desencarrilho de vez ou tendo para o equilíbrio de novo. É sábado mas estou tentada a adiar. E adiar quer dizer que vou continuar sem saber...

segunda-feira, outubro 11, 2010

Until something do them part

Marcar cabeleireiro fora do sítio do costume quase deu asneira. O nome era o mesmo, o sítio é que não e eu tinha que me "esquecer" de ver a morada, fiada que estava que tinha que ser num dos shoppings da praça. É claro que não era e que andei às voltas até encontrar a porta da coisa. O resultado foi meia-hora de atraso que acabou por não interferir em nada pois à hora marcada estávamos todos à porta da igreja prontos para casar a rapariga. Ela também já lá estava, formosa e segura, de braço dado com o pai, à espera da madrinha que foi quem se atrasou nesta história toda. O noivo, ou o acessório como alguém lhe chamou, também (des)esperava lá dentro enquanto nós conversávamos animados e sentadinhos nos bancos da igreja.
Se há uns anos atrás me tivessem dito que eu estaria ali para casar aqueles dois, nunca teria acreditado. Acho que nem a noiva teria acreditado... A verdade é que aconteceu, que correu tudo bem (obrigadinha S. Pedro), que chorei que nem uma Madalena ao longo do dia, que me diverti imenso, que adorei rever os meus amigos, brincar com a princesa de uma delas, que até fiz de pirosa a cantar karaoke e que só espero que daqui para a frente tudo seja melhor que antes para eles os dois. Pelo menos até que alguma coisa os separe...


PS: Acabo de recebe a pior notícia do ano... A galinhola está de volta a partir da semana que vem. Acabou o meu sossego...

sexta-feira, outubro 08, 2010

To do

Tenho esta página aberta há horas, uma data de coisas na cabeça entre as quais a indumentária do casamento que tenho amanhã e o que ainda tenho que fazer antes de ir, dois documentos chatos para acabar de escrever e uma versão interessante do I Will Survive em loop nos ouvidos. 
Olhando para o cenário até acho isto tudo muito coerente. Sou um bocadinho eu, esta confusão mais ou menos encarreirada; as quinhentas coisas começadas e nenhuma acabada, as to-do lists com itens por riscar. Sou também o cruzar dos dedos das duas mãos e esperar (esperar de esperança, não de ficar com o traseiro sentado) que no fim a coisa aterre em segurança; porque é isso que acaba por acontecer, por muita turbulência que apanhe pelo caminho. Nem sempre fui assim mas aos poucos fui percebendo que a mania de querer controlar o mundo não me leva a lado nenhum. É uma lição difícil como tudo de encaixar.
Penso muitas vezes como é que as coisas vão andando agora que já não sou eu que quero mandar em tudo.  E como é que era antes porque, afinal, hoje em dia, eu mais que sobrevivo. Não era mesmo preciso tanta coisa, tanto sofrimento antecipado por coisas de nada, tanto tempo passado a bufar, tanta voz levantada, tanta nota mental, tanta treta. É quando penso assim que tenho vontade de me esbofetear por todas as vezes que insisti na mesma tecla e me senti ansiosa e até preocupei os outros por porcarias de nada.
Se calhar tenho uma estrela qualquer em algum lado, quem diz uma estrela diz outra coisa qualquer, que me dá um pontapé no traseiro de quando em quando, me acorda para a vidinha e me diz Mas tu queixas-te de quê pá? Ou então não e tenho coisas palpáveis como a minha bengala, os meus amigos e o quadro lá de casa que me lembra todos os dias que é para keep calm and carry on.
Pronto e agora dois pares de estalos e vou almoçar que tenho uma data de coisas para acabar.

quinta-feira, outubro 07, 2010

No outro dia

Diz que o problema é passar do medo do +1 ao vício do -1. Eu digo que não sou burra e ela responde-me que é um padrão das inteligentes.
Eu acho que o problema é eu estar a pensar nisto agora em vez de estar a trabalhar.

quarta-feira, outubro 06, 2010

Os dias da república

No domingo havia duas hipóteses: ficar em casa e dar uso à manta do sofá ou saltar o pequeno-almoço e sair directamente para um brunch. O céu ameaçava mais que muito mas foi a segunda que ganhou e perto do meio-dia saímos em direcção ao Petit Bistro; eu, quando gosto de um sítio volto lá sempre. O dono é francês e simpático, há quem diga que é impossível mas não é, ouve-se música agradável, há revistas e jornais para folhear à vontade e o pequeno-almoço-almoço é óptimo. Se chegar lá já foi complicado, difícil a sério foi sair, juro que não sei o que é que o S. Pedro tem contra mim mas só não choveu enquanto estive lá dentro. A minha roupa já pingava por todo o lado antes mesmo de chegar ao Camões, o meu guarda-chuva já se tinha virado duas vezes e não iria resistir muito mais. O ar de aflição/impotência do senhor do outro lado da passadeira que levava com a água toda vinda dos beirais ainda me fez rir, ele encolhia os ombros e ria também, chorar é que não valia a pena. Escusado será dizer que chegada a casa foi a manta que acabou por me valer.
Ontem, visto que o tempo prometia algumas tréguas, o destino foi a rua também. Lembro-me exactamente do que fiz no ano anterior jour pour jour: CCB e palácio de Belém, chovia ou estava para isso. Este ano nem CCB nem fila para entrar no palácio, caminhada até à esplanada para almoçar e deambulação por ruas nunca dantes caminhadas com o bónus da descoberta de uma loja que me fez parar. Perguntei se estava aberta num dia feriado. Que sim. Então entrei e nem um minuto depois já havia conversa com a simpatia do dono acerca das fotografias, dos lenços lindíssimos e das peças de prata que havia espalhadas pela sala. Depois saí, com um saco; lá dentro uma écharpe e uns brincos em forma de Physalis ainda com folhas. São a tua cara disseram-me as miúdas no terraço do Noobai. Pois são, eu sei. 
Estar nestes dias com vocês é bem melhor que tudo o que possa ter feito pela mesma altura no ano passado. Viva a República, sim, vá...

domingo, outubro 03, 2010

O fumo

Andar de taxi é sempre uma incógnita; tanto pode ser a pasmaceira, a aventura, o medo, a surpresa ou outra coisa qualquer que se imagine. Ainda hei-de ter alguns anos disto pela frente, não vivi nada ainda mas há viagens que me ficaram na memória não pelos trajectos em si, que são sempre os mesmos, mas pela pessoa que conduzia está claro.
Hoje apanhei um senhor que passou a meninice dele na 24 de Julho, onde aprendeu a sobreviver, cuja mãe era uma santa e que detesta bêbedos, reminiscências de um pai que gostava muito de fazer duas coisas (para além de beber): não trabalhar e bater na mulher. Só um aparte: espanta-me sempre, mas compreendo ao mesmo tempo (tenho sempre que me contradizer), que as pessoas falem das suas vidas com esta aparente facilidade. Falo com mágoa, dizia-me ele; pois acredito que sim ou não estaria a falar disso, penso eu. Eu compreendo-o, ele não me conhece, nunca mais me vai ver, porque não aliviar um pouco o peso do saco? Um pouco de compaixão não faz mal a ninguém. Outra coisa que me espanta é que uma viagem tão curta dê para falar tanto, mas enfim; fiquei pelo menos contente de saber que a mãe do senhor passou mais tarde a ser tratada como uma princesa e que ele reviveria tudo de novo mesmo sem saber o que sabe hoje e sobretudo por isso!, frisou ele.
O senhor de que me lembro mais vezes é aquele cujo maior prazer na vida é fumar. Foi ele que mo disse enquanto fumava dentro do táxi que cheirava, obviamente, tremendamente a tabaco. Disse-me também que o segundo maior prazer da vida dele era ler (nunca teria adivinhado, confesso). Tinha 54 anos e vivia com os tios desde pequeno. Ele andava com o táxi de noite e o tio de dia mas que este trabalho não lhe agradava nada. O que ele gostava mesmo era de se fechar em casa a fumar, a ler e a escrever; sim que ele era licenciado e mestre em Línguas e fazia traduções regularmente para uma entidade qualquer, nessas alturas nada de táxi. Não falei muito nessa viagem, ele deu conta do recado todo com bastante qualidade devo dizer. Quando cheguei a casa não sabia bem o que pensar a não ser que aquela pessoa sabia qual era o maior prazer que tinha na vida e eu não.
Quando penso nele penso invariavelmente noutra pessoa, é um associação um pouco parva porque o que os liga é apenas e só o tabaco (no caso do segundo Gitanes azuis). Diria também o aspecto decadente e um certo nível cultural, vá. A reciprocidade da associação deu-se este sábado enquanto folheva um livro na fnac e pensava se o havia de levar para casa ou não. Acabei por deixá-lo lá.

sexta-feira, outubro 01, 2010

DEL

Não encontro a tecla DEL para mandar o dia de ontem para o caixote do lixo. Passou de relativamente calmo de manhã a mais-ou-menos durante a tarde, à verdadeira treta à noite e ao descalabro total durante a madrugada; e tudo graças a quem? A mim.
Hoje vou accionar o menu de Repair para ver se compenso o disparate que está para trás. E vou começar por fora; limpar a pele da cara, pintar as unhas de fresco e comprar um mimo para mim, ainda não sei bem o quê. Preciso de encher o meu frigorífico, de pôr a minha casa em ordem e de me demorar debaixo do chuveiro com a prateleira ao meu lado cheia de boiões e de frascos de tudo e mais alguma coisa, funções, cheiros e texturas todas confundidas. Depois, já de pijama, é sentar no sofá à chinês com uma revista e com a televisão ligada a falar para o boneco, luz apagada e janela fechada que o verão já lá vai. Vamos ver se me apetece o primeiro chá da estação.
Depois voltamos a anteontem, ou é melhor ir logo para amanhã?, e fica tudo bem.

quinta-feira, setembro 30, 2010

Sem palavras

Gosto de analogias, de comparações e de imagens. Acho que me facilitam a vida. E quando algo funciona comigo tenho tendência a usar isso com outras pessoas, afinal "os outros" não podem ser assim tão diferentes de mim, não é? Por um lado espero que sejam; diferentes de mim; mas no que toca a comunicação entre eu e eles prefiro mesmo que estejamos todos no mesmo comprimento de onda, que é como quem diz: que eles entendam o que eu digo. Eu sei, oh se sei..., que pode ser complicado encaixar certos conceitos. Normalmente, quanto mais abstractos são mais interessantes se tornam, o problema é que também são mais difíceis de entender. Aí é que me parece que ganha aquele que, com alguma imaginação, consegue reduzir a dificuldade da coisa trocando-a por palavras ou por ideias familiares a todos.
Ontem, durante uma demonstração cuja sessão de Q/A decorria em simultâneo, lá tentei explicar uma treta qualquer comparando pontos a cidades, luz a água e cabos a canalizações, tudo muito linear, nada de rebuscado ou imaginativo, afinal somos todos adultos aqui na sala. Assim que disse imaginem que isto envia tudo de Lisboa para o Porto; a coisa mais inteligente que uma das almas iluminadas que estava presente foi capaz de retorquir foi E o Pinto da Costa, o que é que fazemos com ele?
É que nem sei bem que conclusão tirar disto...


quarta-feira, setembro 29, 2010

{suspiro...}

Ai, ai...
Faz assim tão parte de mim das pessoas este sentimento que se estava bem era noutro sítio qualquer que não aquele em que se está? Que se isto ou aquilo as coisas seriam assim ou assado? 
Se eu tivesse aceite aquela proposta há dois anos atrás pergunto-me como seria hoje. A surpresa foi tanta que pensei que fosse brincadeira (para dizer a verdade, o que pensei ao início era que era um teste qualquer à minha ética profissional...), típico de quem não dá um tostão furado por si próprio. E se eu tivesse aceite aquela que me fizeram há uns meses atrás? Aí sei o que tinha acontecido por acaso; aposto um dedo que estava para aí presa num sítio qualquer por ter atentado (e sido bem sucedida) contra a vida de uma certa pessoa. Agora que me lembro foi por isso mesmo que recusei a oferta. Este se fica posto de lado, afinal fiz bem, menos um, que alívio... Espera lá, agora que penso melhor... O primeiro se também só me voltou a atormentar estes  últimos dias porque esse elemento infernizador da minha vida é que agora vai ocupar o lugar que eu deixei vago por ter dito não há dois anos (é que ou era eu a ir ou era eu, mais ninguém). Mas o que me chateia mesmo, mesmo, mesmo é eu sentir isto tudo. Se, e lá vamos nós mais uma vez com um se,  fosse outra pessoa eu não estava aqui a remoer. 
É lixado. Sou invejosa (ou lá o que é isto)... 
Mais um defeito para a colecção. 

terça-feira, setembro 28, 2010

Os animais

Estava a ver um site e lembrei-me da estupidez que se segue. (Era este: http://www.theanimalprintshop.com/)
Quando as pessoas não me conhecem imagino que me vêem como um lobo. Ou  como um porco-espinho. Na pior das hipóteses como aquele animal preto e branco do Bambi que é extremamente malcheiroso, não me lembro do nome. Um burro aos coices também é possível de imaginar.
Se eu estiver para aí virada e elas tiverem paciência suficiente, hão-de chegar à fase em que conseguem vislumbrar um carneirinho que mantém a pele de lobo (just in case) ou um coelhinho disfarçado de porco-espinho (não vá aparecer uma cobra, nunca se sabe).
Com os meus amigos acho que é diferente ou pelo menos assim o espero. Esses chamam-me doce para espanto dos outros. Uma lontra? É capaz... Uma gansa pachorrenta também.

segunda-feira, setembro 27, 2010

Foi memorável

Continuo com a mesma ideia: de cada vez que estamos juntas é como se há 10 anos atrás fosse ontem. Que caímos todas de pára-quedas na mesma casa, sozinhas, miúdas, perdidas de medo mas, apesar de tudo, com uma vontade louca de estar ali. Juntamos-nos sempre no mesmo sítio porque ali é que faz sentido.
A boa causa para a reunião deste fim de semana divide-me, fico tão feliz como de pé atrás. Claro que estou contente por a minha melhor amiga se ir casar daqui a duas semanas mas ao mesmo tempo apetece-me perguntar-lhe se tens a certeza? É que já te ouvi chorar muitas vezes e não é assim que tem que ser, pelo menos por sistema. Mas tu és crescida, ganhas a tua vida a orientar a dos outros e sabes o que fazes. Se por acaso não souberes tens o mapa para chegar à porta do meu quarto, sim?
Acho que posso dizer que nunca vais esquecer este sábado. Pelo menos até à parte que te lembras... (está descansada, tirei fotos do resto.)

sexta-feira, setembro 24, 2010

Post-it

Lembra-te de não ir ao cinema em dias de estreia, pode ser a confusão total, tu não gostas disso, põe-te mal disposta e a refilar e olha que isso é daquelas coisas de que não precisas nem te não te faz bem. Poupa-te um bocadinho. 
Vê se mantens também presente que nem toda as pessoas com quem te cruzas ou ao pé de quem te sentas primam pela educação. Por isso não te admires quando voltares a ver cenas como a de ontem; a daquela rapariga que perguntou ao senhor que estava a uma cadeira de ti se ele se importava de se chegar um lugar para lá de modo a que ela pudesse ficar perto dos amigos. Ar distinto não rima com nada.
Pensa na definição de insanity que deram no filme de ontem; doing the same things over and over again and expecting different results, é uma boa explicação para muitas coisas que acontecem na tua vida. 
Tens toda a razão quando dizes que ter tempo é que importa e o que se faz com ele é que se leva desta vida. Por muito empenhada que possas ser no trabalho, por muito que ganhes e sejas reconhecida, nada disso te dará um mínimo de satisfação se não tiveres disponibilidade e pessoas à tua volta para aproveitar o que de bom isso te pode trazer.

quinta-feira, setembro 23, 2010

Save me

Preciso de ser salva deste sítio. 
Grande erro de casting o dia de hoje, começou logo de manhã quando abri o roupeiro e escolhi a albarda, a minha única vontade é ir a casa mudar-me. O almoço foi uma péssima continuação visto que o meu esófago, perdoem-me a imagem mental, parece a chaminé do Mauna Loa em plena erupção; esta azia está a dar cabo de mim. As reuniões têm-se sucedido, anda tudo bruto, em pânico com a aproximação de uma data e com os projectos todos a encavalitarem-se uns em cima dos outros; mais um bocadinho e começo eu também a juntar-me à festa. 
Vamos para casa... Mas primeiro vamos ao cinema... Pode ser?

quarta-feira, setembro 22, 2010

As lições

Sob o pretexto de precisa que tratem de si durante uns dias fui certa vez internada, não muito de minha vontade, numa clínica especializada em tratar de pessoas durante uns dias. Que estava bem, que não era preciso, que não era sítio para mim; gastei todo o latim que me tinham ensinado mas o meu médico não foi na conversa e eu lá obedeci sem saber bem porquê. Talvez precisasse mesmo e o soubesse lá no fundo.
Em menos de três tempos vi-me num sítio estranho, onde todos eram simpáticos comigo. Ainda hoje acredito que todas as pessoas que estiveram à minha volta naqueles dias foram genuinamente simpáticas comigo, a sensibilidade delas é de certeza especial ou não trabalhariam onde trabalham.
Nos primeiros tempos deixavam-me dormir e chorar os dias inteiros se quisesse, só faziam questão que comesse, traziam e levavam tabuleiros com o que me apetecesse (que na verdade era nada mas eu lá fazia de conta para matar rasto). Passados uns dias, começaram a insistir para que tomasse as refeições na sala comum, para que fosse passear para o jardim, apanhar sol ao terraço, que me ia fazer bem ver outras pessoas. O que eles queriam dizer era que me ia fazer bem ver pessoas diferentes de mim, cujos problemas eram diferentes  do meu e bem evidentes. O que eles queriam dizer era que o problemas dessas pessoas eram problemas a sério comparados com os meus, se não era bem isto queriam pelo menos fazer-me relativizar as coisas, era uma espécie de lição. Mostrar-me que há sítios piores que o meu quintal, que devia levantar a cabeça e que se estava farta devia era tentar de novo e seguir em frente porque impedimentos a sério na minha vida, não havia nenhum.
Nunca fui boa a isso.
A comparar-me com os outros e a sentir-me consolada porque eles estão em situações piores que a minha. É uma lição que nunca hei-de aprender; não sei se é bom ou mau. Sei é que acabei com a minha reputação de pessoa equilibrada com este texto, but who cares?

terça-feira, setembro 21, 2010

Conversa alheia

Ele: Mas o que foi? Não gostas de ver livros?
Ela: Não! (a sorrir orgulhosa)
Ele: Burra... 

Ontem, numa fnac perto de mim

A rentrée

Já não ando na escola mas tenho por vezes a sensação que o mundo se continua a reger pelo horário de uma campainha qualquer que só toca de Setembro a Julho.
Setembro é assim o mês de começar alguma coisa, de mudar algo em mim, de pôr em prática e de fazer. Comecei ontem com um corte(zito) ao cabelo, ainda não decidi se me satisfaz completamente, tudo vai depender de amanhã, quando tiver que ser eu a dar-lhe um jeito. Começa o Outono, as folhas já caem e o meu cabelo trata do as imitar.
Dentro de dias segue o resto da mudança, só tenho que pensar o que quero mudar.

sexta-feira, setembro 17, 2010

Vou

a caminho de casa, como sempre sobra-me tempo para pensar e para apreciar o que consigo ver do meu lugar. O vidro do autocarro tem uma racha de cima a baixo, faz um efeito estranho nas imagens.
Aquela luz de fim de tarde que ainda havia quando saía de Lisboa, muito amarela e forte, como a dos faróis dos carros de antigamente, fez-me lembrar o depois das trovoadas. Quando o sol consegue passar pelas núvens depois de terem caído cordas do céu, foi nesse momento que pensei. Num dia assim meti a cabeça debaixo da caleira lá no pátio da escola primária. Não fui sozinha, que é muito mais divertido ir au piquêt acompanhada depois de escrever 50 vezes Nunca mais apanho chuva no recreio de propósito no quadro preto. Este tinha sido divido ao meio por um traço, a minha colega precisava de espaço para escrever as mesmas linhas que eu...
Acho que não me enganei muito quanto à trovoada, parece que vai chover, vejo uma cortina azul de núvens no céu e montes de pares de luzes vermelhas dos carros que travam à minha frente. Daqui a três horas, quando chegar a casa, vou-me arrepender de não ter trazido um casaco...

(Foi precisamente neste recreio... mas uns anos depois)

quinta-feira, setembro 16, 2010

Caro Sr. Presidente da câmara de Lisboa

Queria propor-lhe um desafio. Imagino que quem já fez downhill pela cidade não se recuse a experimentar uma coisa tão simples quanto esta que tenho em mente para si e que consiste no seguinte:
Eu empresto-lhe o par de sapatos com que andei ontem e o senhor desce a Joaquim António de Aguiar toda com eles calçados. Quando chegar ao Marquês gostava que fizesse uma dissertação acerca do estado (deplorável) dos passeios de Lisboa e as implicações que eles têm na saúde podológica das habitantes desta cidade. Por fim, diga-me o que está a pensar fazer em relação a esta questão.
Fico à espera de uma resposta.

quarta-feira, setembro 15, 2010

As notícias

Há algumas às quais tenho dificuldade em reagir e há pouco aconteceu-me receber uma que me deixou sem saber o que dizer. Ia dizer que de novo mas foi diferente da outra vez e por o ter sentido de maneira diferente fiquei a pensar nisso. Talvez seja normal. Talvez eu seja uma insensível. Talvez não.
Há 5 anos e meio foi a minha mãe. Hoje é a minha tia. Parece que o passo lógico seguinte é dizer que um dia serei eu. Não sei se vai ser mas se for, pelo menos, não me vai apanhar de surpresa. E é uma grande treta mas não o senti como há 5 anos... Ela está entregue ao mesmo médico que acompanhou a minha mãe e que me veio segurar a mão ao mesmo tempo que falava comigo depois da biópsia. É um excelente médico e para além disso uma excelente pessoa mas basta que seja competente, não posso confiar mais.
Bola para a frente.

terça-feira, setembro 14, 2010

Evidências

- Ontem lanchei bastante mais do que devia, logo, ontem à noite, fui correr e caminhar. (Por acaso foi mais porque me apeteceu e porque já andava a apregoá-lo há muito tempo, sabe-me bem andar ao fim do dia. Havia muita gente que eu não conhecia de lado nenhum a fazer-me companhia)
- Ao fim de 10 minutos de corrida estava para morrer, logo estou em péssima forma física, coisa que eu já sabia de antemão. (Na verdade estava mesmo era a deitar os bofes pela boca, a cara cor de tomate maduro; não devia insistir, eu gosto mesmo é de andar e pensar que corro)
- O exercício cansou-me o corpo, logo esta noite dormi lindamente. (Gosto desse cansaço, parece que ando a saltitar e que as pernas são feitas de gelatina)
- Já não me mexia tanto há algum tempo, logo amanhã não vou poder das pernas. (Este é o efeito secundário que eu gosto menos, o pior de tudo é mesmo descer escadas.)

Tenho um prazo que acaba amanhã, logo, agora, vou trabalhar...

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