sexta-feira, janeiro 29, 2010

Os sinais

Assim que o sol regressar, daqui a uns meses, regressarão também aquelas pintas em torno do meu nariz e das minhas bochechas. Sinais, mais especificamente sardas, que palavra mais feia, porque é que tiveram que inventar uma tão específica... Nas outras línguas os sinais na pele são bonitos, só pode, a própria palavra ou palavras que os caracterizam são bonitas. Beauty spot, grains de beauté, até dá vontade de os ter. Sinais (de quê?), não quero, sardas também não... Grãos de beleza, esses sim gostava de ter, de achar que os meus são isso.

Esta é uma bela definição, "Le grain de beauté, c’est une île sur un océan de peau.". Os meus são arquipélagos que só aparecem com a chegada do verão...

quarta-feira, janeiro 27, 2010

Os sonhos, de novo

Duas noites seguidas a dormir pouquinho é a receita perfeita para o regresso dos sonhos esquisitos. Esta noite foi um grande clássico, tenho este sonho desde criança, recorrentemente.
É muito simples: há um barco de madeira que está virado ao contrário no mar, flutua apoiado nos bordos que são suficientemente largos para que eu me passeie por lá sempre às voltas. No meio, o mar, muito azul e barbatanas de tubarões aos montes. O sonho é só isto, eu a andar às voltas nos bordos do barco com uma grande vontade de sair dali.
Já disse que o Sr. Freud e eu seríamos grandes amigos, não já?

terça-feira, janeiro 26, 2010

Não percebo

Quantas e quantas vezes sou abordada por pessoas que vêm em busca da nossa secretária. A pessoa, não a mesa, também fora melhor. Aconteceu agora mesmo.
Há dias em que é uma festa, é chegarem aqui e perguntarem-me se posso assinar o papel xpto, ou onde deixam a encomenda, que vêm buscar o projector, que precisam de um envelope. É que nem perguntam, assumem. Sem desapreço nenhum pela nossa querida secretária, que é um anjo e que já me facilitou muito a vida, não entendo estas coisas, porquê eu? Porque é que é sempre a mim e nunca a nenhum dos meus colegas? Porque eles não têm um nome feminino? Ou porque mulher num piso de homens só pode ser a secretária?
É que se chegassem ao pé de mim e me dissessem: "Bom dia, queria falar com a Fulana por favor." Não me importo de indicar o caminho às pessoas, nada, sobretudo se me disserem Bom dia primeiro.
Apetecia-me tanto ir pra casa agora, mas ainda não pode ser...

E foi assim...

Não há grande coisa a dizer a não ser que foi um serão bem passado. Estava um frio dos diabos, mesmo com luvas e cachecol foi complicado... Isso e os miúdos que teimavam em encostar-se às grades e que não me deixavam ver a baliza.
Vi os bichos todos. O Davids levou uma cotovelada nos óculos de natação, o Chalana a deitar-se ao chão, o Obikwelu a dar às asas, o larilolela do Kaká, o Magnusson nem precisou que lhe tocassem para cair e até o Ricardo Pereira tentou tocar na bola, dos outros nem é preciso falar. Não percebo nada de futebol o que não quer dizer que não conheça algumas caras, como disse, valeu pela intenção e pela companhia. Também não percebo nada de música e gosto de ouvir...


segunda-feira, janeiro 25, 2010

Ida à bola

Em oposição à altura em que dizia que não a tudo, agora digo muitas vezes que sim. Ainda a pergunta vai no ar e eu já a dizer que sim, sobretudo quando a pergunta começa por "Queres ir...", qualquer dia tramo-me.
Na sexta a pergunta foi "Queres ir ver o jogo na segunda-feira à Luz" e a resposta foi "Sim" de modos que mais logo à noite lá estarei, piso 3, sector 20, fila J. Fica a intenção.

domingo, janeiro 24, 2010

Os pés

Eu não sei bem quem tu és
Sei que gosto dos teus pés...

Anda na boca de toda a gente e se não anda, devia andar. A música é linda, se calhar por ser tão simples e soar um pouco a pateta ou a genuína o que, ao fim e ao cabo, vai dar ao mesmo.
Para além de ficar no ouvido, se calhar, nem me teria chamado tanto a atenção não fosse haver uma coisa muito estúpida que me faz sorrir de cada vez que ouço o que está ali escrito em cima, em particular o gosto dos teus pés. Isso e terem-me perguntado há uns dias se não me derreteria se alguém me dissesse isto. A mim parece-me que não só me derretia como me evaporava porque, se fosse dito como tudo deve ser dito, com significado, isso seria a prova que eu ando enganada há muito tempo.
Já olhei tantas vezes para os meus pés para ver se lhes encontro o grande defeito que nunca lhes vi mas que, repetidamente, uma pessoa lhes apontou. Até são bonitinhos, normais, têm os dedos todos, direitos, perfeitos, têm aquela curva que é suposto terem para não serem aborrecidos, um calcanhar redondo, liso; não sei o que lhes falta ou o que têm a mais. Não percebo porque é que mereceram a conotação de feios, porque é que tantas vez ouvi que não gosto dos teus pés. E a pessoa até devia saber bem quem eu era, se calhar era por isso.
Se um dia encontrar o Jorge Palma na rua acho que vou falar com ele, dizer-lhe obrigada. Agradecer-lhe por me fazer ver que ainda há esperança relativamente aos meus pés. Às tantas, até lhe conto esta história ridícula. E se me achar doidinha não faz mal, ele não me conhece de lado nenhum.

terça-feira, janeiro 19, 2010

A inércia

Ontem como que acordei para a vida, abri os olhos, levei um pontapé tão grande no traseiro (é figurativo, hein?) que até me custa estar sentada, um abanão daqueles que eu estava a precisar há muito tempo. Não a nível pessoal, para esse peditório por acaso também já dei, foi mesmo a nível profissional. Ontem fiquei chocada. Não. Fiquei... Nem sei, se calhar foi mesmo chocada, senti-me ultrajada e injustiçada.
Podia ter ficado irada, há anos teria ficado, isso era mesmo mau. Podia ter ficado a lamentar-me sobre a situação. Podia resumir-me a resignar-me. Mas não.
1ª lei de Newton ou lei da Inércia, conhecem? Este "pontapé" era mesmo o que eu estava a precisar para me mexer, a tal força exterior necessária para mudar de estado. É que eu estava parada e portanto só podia continuar parada. Pelo menos agora estou-me a mexer, vamos lá ver onde isto vai dar.


segunda-feira, janeiro 18, 2010

Inclassificável

Hoje devia ter acordado cedo mas acordei tarde, por mim, sozinha, sem despertador. Ele tocou , vim a saber depois, mas eu não o ouvi. Quando abri os olhos procurei-o pela cama mas não o encontrei o que é estranho porque aquilo raramente anda a mais de 3 passos de mim. Levantei-me, olhei para o relógio, assustei-me e fiz em 30 minutos o que costumo fazer em 1 hora sempre a pensar onde estaria aquela coisa porque hoje não o podia deixar em casa, vou precisar dele.
Já pronta, vou buscar os meus "lanches" à cozinha, 1 peça de fruta e 2 iogurtes. Ao lado dos iogurtes, na prateleira do frigorífico, estava o telemóvel...
E não é a primeira vez que isto me acontece. Vá, também é só a segunda.

sábado, janeiro 16, 2010

Hoje

Fui ao sítio do costume curar a dor de cabeça por falta de cafeína. É ridículo sentir assim a falta de uma coisa, neste caso do café, mas o que tem que ser tem muita força, fui.
Para variar, aproveitei para espreitar as exposições, neste caso apenas uma, mulheres fatais, pequenina e fraquinha mas vá, Nan Goldin, Cindy Sherman e uma japonesa (?) cujo nome não consigo lembrar, menos mau. A primeira foto é dela, muito boa, eu que considero bom aquilo de que gosto, que me chama a atenção, se é fotografia sobre alumínio ou sobre aço, estou-me pouco marimbando. Enfim, penso que até já tinha visto algumas das fotos numa exposição anterior. Aqui e ali, umas estatísticas e cartazes a atirar para o feminista, dá para sorrir...
Estive a meio passo de comprar um bilhete para a peça La Musica mas pensando melhor, se lançar o desafio, talvez haja interessados pelos amigos. A ver vamos.



sexta-feira, janeiro 15, 2010

Reflexão

Eu podia passar uma semana sem fazer asneiras (das grossas)?
Poder, podia, mas não seria a mesma coisa... E ainda falta o fim de semana!

Segunda-feira vou levar nas orelhas, e cheira-me que quarta também...

quinta-feira, janeiro 14, 2010

Ora bem,

vamos lá ver se nos entendemos.

1- Não sou um galgo (galga seria talvez mais adequado mas não me apetece ir ver se existe). Logo, não preciso que me andem a acenar com lebres mecânicas para que corra.
2- Já penso o suficiente na base do "E se" para que ainda me venham desassossegar com promessas, possibilidades, mudanças, propostas, incertezas e tralhas do género.
3- Não sei se me apetece comprometer-me com 5 meses de antecedência para passar 1 ano fora.
4- "Ameaças" comigo (já) não funcionam. O mercado de contratações não está fechado? Pois não, e?
5- Chefe, eu gosto muito de ti, mas se me voltas a estragar o café matinal com coisas destas vamos ver problemas. Olha que não me custa nada pôr-te um bocadinho de laxante no chá...

I.

PS: Era muito azar agora se ele passasse por aqui...

quarta-feira, janeiro 13, 2010

Esta noite

Ano novo, vizinho na mesma.
O homem continua a ressonar.
Eu continuo a acordar durante a noite e a dar voltas na cama até me esquecer que o ouço.

terça-feira, janeiro 12, 2010

Toma Karl, embrulha

O senhor Kaiser, que há uns aninhos perdeu 200 kilos, diz que ninguém quer ver meninas redondas, ou gordas tout court. Ele (ainda) não deve gostar dele próprio, como o compreendo, mas daí a cuspir em cima dos outros, neste caso, das outras, porque é de mulheres que se trata, não.
Não, não fiquei tolinha da cabeça nem vou dizer que a indústria da moda, as revistas, as modelos e toda a corja em volta delas é que têm culpa pelas ruas da amargura em que anda a auto-estima de grande parte das mulheres e meninas deste mundo. Não sou hipócrita ao ponto de dizer que não gosto de ver mulheres bonitas e bem torneadas nas revistas, gosto. As revistas estão lá para isso, para o sonho, para o regalo dos olhos, de outro modo bastava fotografar cabides. Os desfiles de moda estão lá para isso, para o sonho, para o regalo dos olhos, de outro modo bastava ver a roupa a passar em calhas automáticas tipo as das lavandarias. Não sou tapada ao ponto de acreditar que aquilo que se vê nas fotografias é apenas fruto dos genes abençoados com que aquelas meninas nasceram, viva o photoshop, as dietas de passar fome e as lipoaspirações invasivas ou não e o restante tralala. Isso não me impede de continuar a gostar do que vejo, sei do que se trata, é para me pôr nas nuvens, para me fazer acreditar que se tivesse aquela saia talvez me transformasse na Lara Stone, ou que se comprasse aquele conjunto talvez ficasse como a Heidi; chama-se vender sonhos, aqui o sr. Chanel tem razão.
Mas, se calhar só 5% das mulheres neste mundo são magras como a Daria Werbowy e já estou a contar com as pobres raparigas internadas na "secção" dos distúrbios alimentares e com as que (sobre)vivem na Somália. As restantes são normais ou mais que normais, gordas como ele diz. Não vestem o 30, o 32, nem o 34 e se calhar também nem todas vestem o 36. Se apontarmos o 38 como a média já não estamos mal.
I, tu gostavas de vestir 36? Óbvio! Mas isso pergunta-se?
E 32? Credo, claro que não! Não tenho 11 anos...
Mas assim toda a gente já te queria ver... Quero lá saber, que não olhem.
Uma coisa é o mundo da moda outra coisa é o mundo da comum das mortais, ambos coexistem, é a vida, vamos aceitar a dura e crua realidade? Olhe lá, Sr. Lagerfeld, o que uma bela revista fez para lhe responder: Every body is beautiful. Esta deve ser a norma a partir de agora? Talvez não. E ali não há photoshop? Há pois. Então, em que ficamos afinal? Não sei, se calhar nem tanto ao mar nem tanto à terra. Nestas coisas há a tendência para responder ao 8 com o 80, também não me parece bem. Não vamos dizer que o 48 é que é bonito porque estamos revoltados com as siluetas (?) 30 que são mostradas como exemplo. No meio está a virtude, sempre ouvi dizer.

segunda-feira, janeiro 11, 2010

Quem tem brio...

Enquanto eu estava confortavelmente sentada à conversa numa espécie de vitrine que dava para uma rua movimentada, reparava no povo que por lá se amontoava. Bem sei que era sábado à noite, ou talvez já domingo de madrugada e que as pessoas costumam sair de casa nesses dias, quem raio sou eu para falar que também lá estava, mas não pude deixar de pensar o que é que leva as pessoas a estar na rua durante horas, numa noite de Janeiro, muitas vestidas como se estivessem nos trópicos. Disse "as pessoas", se calhar refiro-me mais às meninas, mulheres, o que quiserem. Em nome de quê?
Se pensei duas vezes antes de sair de casa? Pensei. Se pensei duas vezes no que ia vestir antes de sair de casa? Pensei. O que é que ponderei, então? Pensei para onde ia, pensei no que iria fazer e pensei na temperatura do sítio onde ia estar, devo ter pensado noutras coisas mais também. E então tomei uma decisão: vou sair sim porque quero estar com as minhas amigas; provavelmente vou estar na rua, onde está frio, portanto vou-me agasalhar, ou seja nada de decotes até ao umbigo nem saias de 15 centímetros (também não tenho pernas para elas de qualquer maneira). Tenho brio, que tenho, como qualquer mulher que se preze, mas também tenho frio.
Vale a pena estar de lábios e dedos roxos em troca de 17 olhares? Vale a pena fazer cara de forte para desfilar, ou pior, para estar parada numa rua cheia de gente com 2º de temperatura ambiente? Ou pode-se estabelecer um compromisso entre o conforto (neste caso térmico) e a boa aparência? Estar bem é só sinónimo de pele à mostra? Às vezes já não sei.

domingo, janeiro 10, 2010

Os cheiros, de novo

Tenho fases. Normalmente sou fiel a um perfume no verão e a outro no inverno. O meu cheiro de inverno tem sido o Armani Code mas só porque o perfume de que mais gosto já não se vende em Portugal há anos (nem na maior parte dos países europeus)... No entanto, graças a uma amiga, a montanha veio a Maomé, que é como quem diz, o meu perfume de eleição viajou até mim. Tudo porque um dia tive a ousadia de dizer "Eu conheço esse cheiro...", estávamos nós no meio da rua a conviver alegremente. Diz que tenho ouvido de tísica, devo mas é ter nariz de porquinho (são os porquinhos que encontram as trufas, só por isso que o meu nariz é normal) .
De agora em diante acho que vou alternar os dois, tenho que poupar o cor de rosa visto que cá continua a não haver...

Ciao Código!

Olá Costura...

Pronto, este foi o post à gaja do ano. Às vezes tem que ser...

sexta-feira, janeiro 08, 2010

Conversa

Uma colega - Então mas de que tipo de mulheres é que gostas afinal?
O visado - Só gosto de mulheres perfeitas...
Eu - Se elas tiverem o mesmo critério que tu, estás lixado...

quinta-feira, janeiro 07, 2010

Nada de novo debaixo do sol

5 minutos para o autocarro ou vou a pé, o que nem é má ideia uma vez que até está sol. Não, vou-me despachar, quanto mais cedo entro mais cedo saio, em princípio... Está tudo à mão, é só calçar-me, agarrar na tralha, fechar a porta, descer as escadas e dar uma corridinha, ja não tenho tempo para a padaria aqui ao pé de casa, vou àquela perto da estação.
Consegui.
Já posso caminhar calmamente agora, vou comprar o pão, todos os dias a mesma coisa, 2 carcaças de lenha se faz favor, 34 cêntimos menina, recebo o troco e o saco de pano, obrigada e um bom dia, bom dia, saio. Mas esta não é a padaria do costume, esta tem um degrau à saída que eu nunca vejo e logo a seguir é a calçada, grossa, de granito escuro que recebe as palmas das minhas mãos e o meu joelho. Primeiro o joelho, só depois as mãos e já está, a primeira queda do ano já cá canta. Nem a meia rasgou, de que é que me queixo... Só tenho que me rir de mim mesma e levantar-me já que ninguém se ri nem se chega para ajudar.
Burra tropeçuda que se preze não deixa de o ser assim de um ano para o outro, que é que pensavas menina I?

quarta-feira, janeiro 06, 2010

Os sabores

Pensava que o Everest era nos Himalaias lá no Nepal ou no Tibete ou entre os dois, afinal não, é ali numa rua que sobe do largo de S. Domingos para qualquer lado. Pensava que já tinha identificado todos os sabores a evitar, afinal não, há o cardamomo; que presunção a minha achar que já tinha provado tudo o que há no mundo de mais horrível. Há também o salsifi, seguido de perto pelo sauerkraut; todos me causam a mesma sensação que não vou descrever por respeito por quem vier a ler isto. Eu penso demasiado, está visto.
A dita semente, porque é simplesmente disso que se trata, ia disfarçada no molho cor de lava que envolvia o pedaço de frango, dizia o menu que era frango e de facto parecia, não desconfiei de nada. Quando a vi com a língua pareceu-me completamente inofensiva, tal qual um qualquer caroço de laranja ou de limão, aparentemente mole e provavelmente insípida. Insípida, que ingénua... Esqueci-me que estava onde estava, baixei a guarda, e trinquei. Ó maldição. Ó sei lá... As minhas entranhas chegaram ao topo do (meu) mundo. Assim de repente voltei a ter 6 anos, estava de novo sentada à mesa daquela cantina e a auxiliar tinha acabado de me enfiar pela goela uma garfada de chucrute, até o nome sabe mal. Não vou descrever o que aconteceu na altura, é demasiado mau, mas esse dia ficou-me na memória assim como o sabor da dita couve e a nota mental de nunca mais pôr tal coisa na boca. Ontem à noite só não aconteceu o mesmo porque já não tenho 6 anos. Só por isso. Fiz-me de forte e bebi até afogar a naúsea.

terça-feira, janeiro 05, 2010

É isto mesmo


Every morning (a)bout half past eight,
My Mummer wakes me says,
"Don't be late",
Get to the office, tryin' to concentrate,
My life is just a slow train crawling up a hill.

So I stop one day to figure it out,
I'll quit my job without a shadow of a doubt,
To sing the blues that I know about,
My life is just a slow train crawling up a hill.

Minute after minute,
Second after second,
Hour after hour goes by,
Working for a rich girl,
Staying just a poor girl,
Never stop to wonder why.

So here I am in London town,
A better scene I'm gonna be around,
The kind of music that won't bring me down,
My life is just a slow train crawling up a hill.

("Crawling Up A Hill", Katie Melua)


Nota: Mas não é a minha mãe que me acorda nem vivo em London town... E normalmente é half past seven.

Não percebo

Não sei o que vou fazer amanhã, nem para a semana e muito menos para o mês que vem. E pedem-me que marque as minhas férias para o ano todo...
Como?

sábado, janeiro 02, 2010

Hoje

A intenção era boa. Mas toda a gente sabe o que é feito das boas intenções, comigo não é excepção, a maior parte delas vai parar ao inferno seja lá onde isso for. Não se desperdiçou tudo, sempre saí de casa, tinha mesmo que ser depois de ter passado o dia de ontem enfiada em casa, já me estava a fazer falta o ar puro da rua. Imagino os olhos de alguns a revirarem-se, que desgraça de rapariga, não liga à passagem de ano nem ao carnaval, passa o primeiro dia do ano entregue à gula e à preguiça (o que equivale a uma grande, mas mesmo grande, asneira) e ainda se gaba disso. Não sou uma desgraça, sou eu, sou assim, ligo ao que acho que devo ligar.
Devo ter mudado de roupa umas 4 vezes antes de sair de casa, a ideia era ir caminhar para o meio do verde, acontece que entretanto começou a chover, lá se foi a tal boa intenção e lá activei o plano B: ir dar uma volta ao sítio do costume e aproveitar para tomar o primeiro café do ano. Se bem o pensei, melhor o fiz, queimei logo a língua e brindei as pessoas à minha volta com uma careta; ainda bem que o tipo giro que estava ao balcão quando cheguei já tinha ido embora, foi menos uma figura triste. A sensação de língua queimada é mesmo má, fica-se com ela na boca durante muito tempo, tira o paladar, parece que se fica com um implante de lixa no sítio. Entrei na Fnac a pensar nisto ao mesmo tempo que ia sendo empurrada mais vezes do que aquelas que gosto, parece que toda a gente engordou, não percebo. É engraçado, ou não, como faço sempre o mesmo percurso naquela livraria; olho para as novidades à entrada, desço a escada rolante, espreito a literatura traduzida à minha direita, dou a volta aos escaparates em frente à escada, passo ao lado da BD, espreito, vou lá ao fundo à estante de Arte, demoro-me o tempo que me apetecer e por fim volto para trás pela arquitectura. Pode ser previsível mas eu gosto assim.
Hoje, não sei porquê, havia imensas crianças vestidas de igual na rua, irmãos está bom de ver, faz-me lembrar de quando era pequena e a minha mãe tinha a infeliz ideia de combinar a minha roupa com a do meu irmão. Na Fnac apanhei dois miúdos assim quando já estava na fase do volta atrás, o mais pequeno devia ter uns 4 anos, não mais do que isso, estava deitado de barriga no chão e tentava explicar ao pai, que estava a folhear um livro, porque é que o Obélix era muito forte e muito gordo, porque caíu dentro da poção quando era pequeno e depois ficou assim muito forte e muito gordo, sabias? Apeteceu-me perguntar-lhe se também tinha sido nessa altura que lhe tinha crescido o bigode mas o pai era capaz de não achar muita piada, isto se ele desse conta que eu estava a falar para o garoto, ri-me para mim e chegou. É engraçado dar a volta aos miúdos mas na quarta houve um, por sinal lindo de morrer, que chegou para mim.
Sou amiga da S., vim ter com ela e fico para jantar a menos que tu te importes. Se não quiseres que eu fique, vou embora (digo eu a sorrir para ele). Posso ficar? (sou muito burra, a resposta era mais que óbvia)
Não...

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