sexta-feira, abril 30, 2010

O trânsito

Gabo a paciência daqueles que todos os santos dias pegam no seu carrinho e fazem um desfile na 2ª circular ou noutra via de acesso a esta cidade magnífica, um brinde a eles. Eu, hoje, em menos de 5 minutos lá enfiada, gastei o meu cartucho semestral de asneiras. Até ao ano que vem não posso dizer mais tal foi a concentração delas ditas dentro daquele carro...
De certeza que aquela coisa não estava pior que os outros dias, até porque nem houve nenhum acidente nem avião a aterrar lá de emergência (mas bem que tive medo disso!), eu é que não estou habituada à etiqueta da jungle da estrada. Espero sinceramente, para o bem das espécies, que haja orangotangos mais bem encarados que aquele que eu vi no Rover 600 que se enfiou à minha frente e que haja hienas com melhor feitio que o taxista que ultrapassou 6 carros pela direita e com um braço no ar.
No metro, pelo menos, só há mamutes...

terça-feira, abril 27, 2010

Gosto tanto...

... quando me tentam por a pata em cima e eu estou a ver. E quando começam a esfregar o pé como se fosse uma beata de cigarro? Essa parte é a que eu mais gosto.
Hoje tive que relembrar uma pessoa que não sou uma beata de cigarro... E é muito chato... 
E só por causa das coisas, às 18, a I. está fora deste antro. Pena que seja só por hoje.

segunda-feira, abril 26, 2010

Futilidade

Como preciso de uma cama para dormir e de ter onde me sentar um pouco mais confortavelmente na sala não vai ser esta a primeira peça a entrar lá em casa mas vai ser a terceira (ou a quarta ou a quinta...) ou eu não me chamo I, em princípio branca mas ainda tenho que ir ver as outras cores ao vivo. Aliás, acho que vai ser a única coisa de que não preciso mesmo que vai andar lá por casa. Por mim encomendava-a já amanhã mas acho mais razoável engordar um pouquinho mais o porquinho. E a minha gestora também já voltava de férias...
E pronto, vou considerar esta como sendo a futilidade do ano. Serve como consolação que pelo menos serve para alguém se sentar.

As surpresas

Quando cheguei a casa na sexta-feira à noite já era sábado. 
Entro pela porta verde, beijo à mãe, vou directa ao quarto e atiro com a mochila para cima da cama como faço sempre. Sento-me, descalço-me e penso que tenho mesmo que tirar as lentes de contacto, 16h de seguida com elas nos olhos já é capaz de chegar...Tirar lentes quer dizer procurar o estojo e o estojo está na mochila logo tenho que enviar um comando ao meu braço para procurar a coisa de por às costas e tirar de lá a bolsa onde guardo a tralha. É melhor levantar-me.
O conteúdo da mala costuma ser tão caótico que nem vale a pena olhar lá para dentro para tirar o que quero, normalmente o tacto é o melhor remédio, é meter a mão na massa e fé em Deus. Como a bolsa está logo em cima até é fácil, abro-a e preparo-me para a despejar (é ainda mais fácil que tactear) mas mesmo a seguir ao fecho está uma coisa que eu não reconheço. Estou a sonhar, só pode ou então estou mesmo cheia de sono... Isto não estava aqui de manhã I., tenta lembrar-te, - fecha olhos, abre olhos - uma caixa castanha com um laço de ráfia?
Puxo a fita para o lado, leio o que está na tampa, percebo tudo e abano a cabeça enquanto abro a caixa. Um post-it amarelo, como se querem os post-it's para serem levados a sério. 
"Será que podem ser usados com o vestido verde?"
Debaixo do post-it, o bingo. Podem... E vão.
Odeio prendas quando não me dizem nada, quando não têm nada a ver comigo, quando são uma obrigação, quando são um frete. Não é seguramente o caso desta...Aliás, isto nem sequer é uma prenda, é uma surpresa.
Penso comigo que tenho que ter muito cuidado com o que digo...

sábado, abril 24, 2010

Não ha dúvidas,

estamos na primavera. Pelo menos a Natureza acha que sim, é bom sinal; em princípio Ela sabe o que faz enquanto já o mesmo raramente se pode dizer de nós. A julgar pelo estado das cerejeiras do jardim (a da fotografia é uma delas), este ano vamos ter clafoutis com fartura, conheço uma pessoa que já se anda a lamber de pensar nisso. Não, não sou eu (é o meu pai); adoro cerejas, sobretudo aquelas duras cuja pele estala quando os dentes as trincam. Em geral gosto de fruta pouco madura, verde mesmo, pelo menos que dê para roer vá e é claro que as cerejas não são excepção. 
Quando era mais miúda era como os gatos de apartamento, tinha medo de tudo e de nada, não media muito o perigo que certas coisas podiam ter, muito por desconhecimento o que nem sempre é desculpa para a asneira. Estava-me a lembrar de uma vez em que estava cá de férias, era início de verão, meio de Junho provavelmente uma vez que os meus pais não gostavam de Julho e Agosto, por acaso foi um hábito que me ficou porque tenho tendência para evitar estes dois meses. Mas enfim, estava cá de férias, entregue à bicharada, à solta, sem televisão e com muita miudagem para brincar. Lembro-me de uma rica tarde em que a S. e eu estávamos sentadas à beira do tanque da água sobre o qual pendiam os ramos de uma cerejeira carregada de fruto. Era a tão mal-afamada hora do calor como se chama por cá, aquelas horas em que não se faz nada no campo porque o sol é insuportável de tão a pique que está; de modo que estávamos à sombra as duas enquanto as nossas mães conversavam. Deviam estar a falar da bebé, irmã da S., que tinha acabado de nascer; lembro-me que ela não estava particularmente feliz por ter deixado de ser filha única... Deu-nos no diabo da ideia de nos fazermos às cerejas, quer dizer, a ideia foi minha, ela não queria pois dizia que a mãe não a deixava comer àquela hora. Se engolirmos os caroços ninguém descobre, disse eu, esperta que era, e vamos lá de encher a barriguinha de cerejas com caroços incluídos.
Ai se eu soubesse na altura o que sei hoje acerca dos malefícios e perigos dos caroços das cerejas, sobretudo o que eles podem fazer ao sistema digestivo de uma criança. Nunca teria tido aquela ideia peregrina e mesmo que a tivesse tido, teria-a mandado dar uma bela curva. Fiquei tão doente, tão doente, mas tão mal que tive que confessar à minha mãe o que tinha feito e é claro que, como ela achou que ainda não tinha sido castigada o suficiente pela minha própria estupidez, ainda me proibiu de tomar banho no tanque de rega do pomar durante uns dias. Já na altura a vida era injusta. Bolas...

sexta-feira, abril 23, 2010

Começa bem

Somos um país do terceiro mundo. Um autocarro avariado à saída da capital consegue ter efeitos tão ou mais devastadores que o vulcão inominável na paciência dos milhares de pessoas que fazem parte da geração A1, aqueles que sexta-feira após sexta-feira se dirigem ao fim de um dia de trabalho para esta bela auto-estrada na tentativa de regressarem a "casa" por 40 e poucas horas. (que frase tão grande...)
Escrevo neste momento sentada no lugar 3 do expresso que já me devia ter deixado em "casa" há quase duas horas e que está prestes a sair. O condutor acaba mesmo agora de entrar por aqui adentro sem dizer uma palavra. O homem está tão exasperado quanto eu, já não posso mais de viagem e vou ter que voltar daqui a duas semanas... Venho a um casamento. Iupi...
Bom, isto já está a andar, mais meia hora e estou em "casa". Vou desligar isto antes que enjoe...

quinta-feira, abril 22, 2010

Ponto da situação

Isto já começa a ser recorrente, tão recorrente que já nem tem piada, falo de mudar tudo na minha vida de vez em quando. Há um ano decidir mudar-me a mim, está quase. Há uns tempos era aquela ideia (maluca) de mudar de país, depois foi a vontade de mudar de emprego (muito motivada por uma sensação de estar a ser comida por parva, para dizer as coisas de maneira soft, aqui no trabalho) e agora é mudar de casa. A pouco e pouco a vida vai andando, engraçado não é? Depois de tantos anos a mudar por outros, a deixar de ser eu por outros, estou a mudar por mim. É assim que tem que ser, mudar por nós próprios, lição aprendida.
No departamento pessoal, estou quase a acabar de fumar o cachimbo da paz comigo própria. Olho-me ao espelho e já me reconheço. Sinto-me bem.
A hipótese de emigrar fez-me ver que quero ficar aqui, por muito mau que isto seja, por muito horrorosas que as pessoas sejam por cá, por muito mal que se ganhe por cá, por muito nada que haja por cá, é aqui que eu quero viver. Menos uma coisa para pensar. 
O assunto casa, como disse, está arrumado (senhores do banco despachem-se lá se fazem favor, sim?). Se o banco quiser, vou ser a feliz proprietária de 50m2 e a infeliz detentora de uma dívida mas, hoje em dia, quem não é? Depois da casa também vou ser proprietária de uma cadeira de baloiço, nem que tenha que andar a poupar 1€ por dia todos os dias durante 13 meses, mas vou. Isso ou peço aos amigos para fazerem uma vaquinha, será que tenho 400 e tal amigos?
Sobra o assunto emprego. Depois da wake-up call do início do ano lançei-me à procura, reconheço que foi despeito, foi, mas agora vejo que está mesmo na hora de mudar. Finalmente decidi que o meu visto aqui está a caducar, é claro que gosto disto, que vou ter saudades de algumas pessoas, do sítio, do ambiente mas estou cansada de correr mesmo que seja por gosto. Gosto posso ter por muita coisa, até posso gostar de fazer doces para fora por exemplo (uma aposta que se calhar até tinha sucesso?), mas adiante. Têm-me vindo parar algumas coisas à mão, hipóteses é certo, mas têm. Recusei algumas, não fui considerada noutras e continua tudo bem. Ainda esta manhã o telemóvel (bolas, estou a ouvir uma música que já não ouvia há anos, Je l'Aime à Mourir) tocou, outra possibilidade que se anda a desenhar no ar, vamos ver como é que isto corre. Parece-me aliciante, diferente e aliciante, se calhar é disto mesmo que preciso. O problema é que agora há uma coisa que me martela na cabeça: iniciei um processo de compra de casa e ando a pensar mudar de emprego? Mas isto é razoável? Em que planeta?
(nem a propósito, a tocar para mim, Destination Ailleurs desse "grande" tenista que deu em cantor...)

terça-feira, abril 20, 2010

O que é demais desmancha...

Analfabetos funcionais é que a maior parte das pessoas são! Então no El Corte Inglês e no Metro é o cúmulo. Acho que vou mandar esta pergunta para a lição de bom português da rtp1...

Quantas maneiras há de interpretar esta frase?
  • Nas escadas e tapetes rolantes, se ficar parado encoste à direita, se estiver em movimento  siga pela esquerda. 

segunda-feira, abril 19, 2010

Make it simple

Não acabei de perceber se afinal sou simples ou complicadinha. Brinco claro, espero que seja para brincar, ou melhor eu sei que é para brincar, o a menina é tão complicadinha é sempre acompanhado de um revirar de olhos forçado e engraçado, deve ser porque questiono muito, porque gosto de porquês e porque não entendo como é que não é tudo mais fácil quando o pode ser. Entender até entendo, simplificar é uma tarefa difícil para quase toda a gente, a mim também me custa mas quando se consegue é muito bom. É difícil simplificar, a verdadeira verdade de La palisse; bolas, se isto não é um contrasenso não sei o que será...
Há tanta coisa simples e boa, o engraçado é que a poucos ocorre que sejam tão boas por serem tão simples, muita gente perdeu a capacidade de ver isto, porque é que quanto mais inatingível melhor? Jantar pastéis de Belém e ficar na conversa sem olhar para as horas, rebolar na relva sobre nós próprios porque mudar de lugar dá demasiado trabalho, brincar com o cabelo de alguém de quem se gosta, perceber que os cannelonis do almoço estavam mesmo bons quando vemos que há alguém a raspar o queijo derretido do pyrex, comer gelatina de morango com morangos para sobremesa... Tinha lá piada jantar vichyssoise, aka sopa-de-alho-porro-com-natas ou lavagante pochée, ter que tirar o descapotável da garagem para fazer 100m ao sol, ter uma massagista tailandesa a seguir-nos como um cão ou pensar 108 vezes antes de meter a colher na bavaroise para não estragar o aspecto do doce?
Há tanta coisa ao meu alcance, só não as aproveito se for parva...

quinta-feira, abril 15, 2010

Nada mau se o banco quiser colaborar comigo...

É agora que o factor sorte vai entrar em jogo... 
Há outro interessado na mesma casa que eu, pronto a fazer proposta. A casa está a modos que reservada para mim à espera que os bancos se decidam, vamos lá ver. Seria uma pena...

quarta-feira, abril 14, 2010

As siglas

Há uns anos atrás, a única maneira de eu me ir entendendo com as pessoas aqui do sítio onde trabalho foi fazer um glossário com a carrada de acrónimos, siglas e coisas que esta gente usa na sua linguagem de todos os dias. Nas primeiras semanas que aqui estive jurava que eles faziam de propósito para me manter à margem das conversas, ficava com dor de cabeça só de os tentar seguir nas reuniões, sentia-me uma alien (mas não tão feia). Numa frase de 5 palavras, 4.5 eram acrónimos.
Agora, acho que vou ter que fazer o mesmo por causa desta história da casa... IMT, IMI, raio que parta isto tudo.

segunda-feira, abril 12, 2010

Nada mau

Vistas bem as coisas, acho que só vou prescindir da parte do último andar...
  • Metros quadrados suficientes para eu viver: check
  • Remodelada (pouco melhor faria eu própria...): check
  • Fica equipada e mobilada (se eu quiser): check
  • Boa localização e envolvente (para mim, óbvio): check
  • Varanda: check
  • Janelas grandes, luz: check
  • Imagino-me perfeitamente a viver lá e a sentir-me óptima: check
e at last but not least:
  • Dentro do orçamento: check
 Agora vamos esperar que o banco também ache isto tudo comigo e goste da ideia tanto como eu.

E foi assim...

Não há nada que pague o sol e o calor que esteve ontem, não há dinheiro que compre a disposição do S. Pedro e ainda bem, mal de nós se a meteorologia passasse (também) a ser elistista.
Afinal há tantos sítios onde nunca fui, a lógica da batata a falar, quem é que já esteve em todo o lado? Ninguém. Bom, Monserrate era um desses sítios e eu não sabia o que andava a perder... Depois de uma breve passagem pelo bar da praia mais ventosa deste país para almoçar, direcção serra de Sintra. Adoro andar a pé, ia com essa ideia, mas reconheço que ir até àquele Parque a gastar a sola dos sapatos é, quase na certa, um bilhete grátis para o cemitério. Não há bermas de jeito e as que há são fundas, circula-se de carro em ambos os sentidos mal havendo espaço para dois carros, ser peão ali só com uma ambulância a fazer de carro vassoura. A verdade é que não se vê ninguém a pé ali o que é compreensível mas, ao mesmo tempo, uma pena porque a envolvente é lindíssima.
A tarde foi toda passada na relva entre o sol e as sombras da Agathis robusta australiana e do Camecíparo-fúnebre chinês com vista privilegiada para a maior árvore que há no jardim (que eu pensava ser uma Acácia mas que afinal é uma Araucácia...). Todas as plantas que na minha zona só crescem em vaso tratadas a pão de ló proliferam como ervas daninhas ali: camélias, rododendros, azáleas, tudo em tamanho gigante. Não se ouve nada, só os pássaros, a garotada e um gorgolejar que eventualmente seria o mar, fiquei na dúvida mas até pode ser. 
Houve dedaleiras a estalar como a minha mãe me ensinou quando vinha de férias, muito descanso, óptima conversa, melhor companhia; enfim, uma tarde singelamente linda pois por muitos adjectivos que procure para a caracterizar nenhum é suficiente.


sexta-feira, abril 09, 2010

Ainda bem que me avisam...

Subject: ITÁLIAAAAAA!!!!
Meninas, estava a ver os voos - I**********, tu ainda não sabes, mas vais para Itália no dia 29 de Maio para fazer escala de uns dias antes de continuar para a Grécia.... E as três estaremos juntas!!!

Recebi este belo e-mail há pouco e não pude deixar de me rir ao mesmo tempo que abanava a cabeça para a esquerda e para a direita, aquele sinal internacional que quer dizer "olha-me só este disparate". Há uns tempos atrás começámos a pensar num destino para os feriados de Junho, é que entre estes e as pontes consigo juntar 2 semanas de férias e só gastar 6 ou 7 dias de férias. Já escolhemos o quem, quando, onde e como, só falta mesmo oficializar com a reserva e o pagamento, coisa que não deverá passar de hoje à noite quando estivermos juntas. Mas eis senão quando recebo isto. Agora parece que há mais um destino a acrescentar ao "onde", vá lá, avisaram-me, já que não me consultaram valha-me pelo menos isso ou era bem capaz de me meter no avião errado...

Ontem

Então vamos para onde?
Não sei... Jardim da Estrela?
Ir passear um pouco ao fim da tarde é tão bom, tão pacífico, tão relaxante; diria que até é melhor do que um Magnum double caramelo (sabe Deus como eu gosto deste gelado enjoativo-mais-enjoativo-não-há e há quanto tempo não como um). Ainda assim, trocava todos os Magnum deste mundo e todas as lojas da  Häagen-Dazs por um passeio daqueles e por um tempinho sentada num banco de jardim, mesmo que seja como o de ontem, de madeira velha e desconfortável. Por incrível que pareça, nunca tinha entrado naquele jardim. Eu sei, shame on me... 
Já não tenho 8 anos mas não resisti a fazer de palhaça naquela pirâmide de cordas vermelhas e duras, escusado será dizer que acabei com bocados de gravilha nos sapatos, nas virolas das calças e com a palma das mãos mais encarnadas que um pimento. Pasmei ao ver um fulano vestido de camisola e cachecol do Benfica a andar de bicicleta pelos trilhos a dar música (benfiquista) a todos os que por ali andavam, tenho impressão que era um dínamo que accionava a rádio... Falando em gente estranha, cruzei-me 2 ou 3 vezes com uma senhora cuja cara me pareceu familiar, não sei de onde a conheço mas sei que já a encontrei antes, espantou-me vê-la a andar ali sozinha às voltas com aquela cara abatida. Espanto-me com pouco, estou esquecida que já fiz a mesma figura. De resto, o típico de um jardim: um coreto onde duvido que ainda toque alguma banda, um quiosque onde se trocam livros, uma esplanada cheia de gente, um parque infantil onde, imagine-se, brincavam criançinhas (havia até uma miúda pequenita empenhada em comer pedras do chão), patinhos feios, patinhos bonitos, gansos, imensos bancos de madeira vazios e postes de iluminação parecidos com o réverbère da ilustração original d'O Princepezinho que se acederam sozinhos depois que a basílica ali ao lado deu as oito.
O portão de saída já foi cruzado de noite, direcção sítio para jantar qualquer coisa mas sem café que depois ninguém dorme.
Já agora, nunca fui ao Botânico...

quinta-feira, abril 08, 2010

Every good things come to an end

Está na hora de soltar as amarras, eu sei que está, eu sei que já não preciso (tanto) e eu sei que vai ter que ser um dia por muito que lhe venha a sentir a falta. É engraçado, soube claramente que estava a precisar de ajuda mas perguntei-me muitas vezes se saberia reconhecer o momento em que isso já não seria necessário. Tenho pensado cada vez mais que o momento está a chegar, é certo que não vou acordar um belo dia de manhã e ter uma epifania do género: acabou-se a terapia a partir de hoje, mas sei que mais uns meses e largo a minha bengala. Falámos ontem sobre isso na consulta, vamos começar a preparar a largada, limar as arestas que ainda há a limar, preparar a mochila com o que ainda me poderá fazer falta e depois é cada um por si, neste caso, eu por mim.
Poucas pessoas compreenderão quão importante isto foi para mim, provavelmente só aquelas que me conheceram antes e me vêem hoje; anyway, muito sinceramente my dear, I don't give a damn acerca do que os outros pensam, se o fiz foi por mim. Já lá vão quase dois anos. Dois anos... O que eu poderia ter feito nestes dois anos se não tivesse andado em treino intensivo para recomeçar a viver? Enfim, não vale a pena pensar assim, o que está para trás não muda e está lá muito bem, já serviu para o que tinha que servir, que lá fique; agora é hoje e daqui para a frente.

quarta-feira, abril 07, 2010

Alguém que me explique (como se eu tivesse 5 anos)

Estou a tentar perceber como é que o preço de uma casa sobe 25K de ontem para hoje. Ontem demonstrei interesse na casa.

Foi por uma boa causa

Não tenho a certeza se entreguei a alma ao subconsciente esta noite mas parece-me que não. Estava como manda a lei: confortável, de olhos fechados e na escuridão, no entanto o sandman não veio ou então não me lembro de o ter visto. É que se há assunto qui me tiens à coeur, e quem me conhece pode confirmar, é o sono (ou a falta dele). Mas hoje não me importei. Nada...
Por uma vez, não é o facto de não ter dormido que tenho a realçar. Não é isso que interessa mas tudo o resto, sei que descansei ao mesmo tempo que me mantinha alerta aos pequenos sons, aos cheiros e ao calor.
Não dormi nada, ou quase nada, mas foi por uma boa causa.

segunda-feira, abril 05, 2010

E quem não casa também

O ditado está mal, eu também quero casa. Bom, na verdade, preciso e portanto quero, comigo é mais assim que funciona, que querer até posso querer muita coisa mas quero tentar só ter aquilo de que necessito mesmo. Verdade seja dita que não sou nenhuma Tia Patinhas, não nado todas as manhãs num mar de moedas e notas atafulhadas numa caixa forte e que, logo, é mesmo mais razoável pensar desta maneira. Less has to be more, mas eu vivo muito bem com isso, todos os males fossem esses.
Está então visto que ando à procura de casa. E a coisa não está fácil porque eu até sei o que quero e também sei que vai custar a encontrar. Um último andar seria o ideal (vizinhos de cima que ressonam e/ou andam de saltos altos, não obrigada), poucos cantos (ou cantos que se aproveitem vá), zona decente (vizinhança normal, sem agitação nocturna) e acessível a quem não anda com 4 rodas próprias. Já estou a pedir muito, não é? E se disser que era óptimo que fosse em Lisboa, de preferência, remodelado, com luz e tectos altos então já parece impossível. Já defini o meu nível de flexibilidade quanto aos requisitos que nestas coisas de certeza que há que fazer cedências, agora é só arregaçar as mangas e procurar a pérola. Tenho que consultar o meu almanaque e ver que dias serão os mais auspiciosos para começar esta bela tarefa... O que vale é que estou habituada a coisas difíceis.

PS: Esqueci-me do terraço. Vá, da varanda. Ou de 50cm em frente de um portada pelo menos...

sábado, abril 03, 2010

E foi assim...

8 da manhã de quinta eu já no Alfa para 2 horas de viagem. Não fosse o acontecimento que era e não teria ido que a vontade era nenhuma e a interrupção da Páscoa podia muito bem ter esperado mais um dia. Infelizmente só se acaba um percurso académico daqueles uma vez na vida e eu queria estar lá, de modo que a prioridade era comparecer às 10:30 na Reitoria daquela universidade que eu acho feia como tudo naquela cidade que também não me inspira simpatia nenhuma. Lá estive (horas...), tivemos Doutor (agora por inteiro), almoçámos entre amigos e família e despedimos-nos até um dia destes, quando vocês vierem a Lisboa ou eu for aí, o que acontecer mais depressa.
De lá, direcção "casa" para 3 dias. Já estiveste mais magra, ora muito obrigada mãezinha, não me sinto nada culpada de cada vez que ponho meia amêndoa na boca, que dizer então do chocolate maravilhoso que está dentro daquelas caixas. Ainda bem que os dias estão maiores, vamos recomeçar com as caminhadas acompanhadas do pod. Ninguém sai do parque sem esgotar 1 álbum. Ou dois...

(2h30 de esfrega...)

(A espera é mesmo tramada, então sem café...)

(o chocolate maravilhoso que me vai ajudar a suportar o dia de hoje...)

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