sábado, dezembro 31, 2011

O ano

Tiro férias, uma semana em "casa" que sabia ser tempo a mais longe de "casa", levo trabalho claro, sempre me distrai e contribui para uma primeira semana mais leve, se levo o do trabalho para quê levar o meu pequeno?, um chega e sobra. Isto pensava eu há uma semana.
Acertei na parte da semana demasiado longa e expasperante, tinha-me esquecido da parte do cheia de comida e de gente a comer e a insistir para que os outros comam também, falhei na parte da distracção: ao segundo dia dei cabo do portátil. Quem manda forçar um shut-down enquanto ele faz o shut down sozinho? O resultado? Simples. Uma semana de reclusão e de total alheamento destas lides informáticas; sem ver mails, sem escrever aqui, sem ler os pasquins (termo querido com que trato os blogues que sigo) do costume, sem nada. O mais curioso, e divertido até, é que sobrevivi; mesmo a tempo de passar de um ano a outro.
Uma passagem rápida por "casa" antes de rumar àquela onde agora me encontro dá-me uma péssima notícia: a minha vizinha surda e insómniaca acaba de pôr meo, zon ou lá o que é, em casa, o que me faz antever um 2012 bastante difícil. Isto o medo de ficar sem tv é complicado, digo eu que, praí a 15 dias de ficar sem serviço, ainda nem me dignei a ver de um descodificador nem estou propriamente preocupada com isso.
E pronto (a minha exclamação preferida), agora é esperar por logo à noite, passar de ano e verificar que fica tudo na mesma, como a lesma e como sempre, que vêm aí mais 366 dias para gastar e aproveitar pelo menos tão bem como os que passaram. O que me chateia verdadeiramente neste momento é que o cão acaba de tentar comer a pen da net, isso sim seria grave...

sexta-feira, dezembro 23, 2011

O Natal II

À parte o consumismo louco, as prendas inúteis que se dão e o monte de gente de cara feliz por fora e contrariada por dentro que por aí anda, o Natal, para mim, é uma coisa muito simples. É ir jantar a casa num dia específico do ano, com ementa pré-definida e, pelo menos, com nós todos à mesa, mais um, mais 4 ou mais 20, quando somos menos é porque alguém morreu. É só.
Posto isto, que seja tão bom para vós como é para mim. É preciso mais?

quarta-feira, dezembro 21, 2011

O Natal

Que hoje tinham vindo todas com a mesma conversa, que andava a ouvir o mesmo discurso desde a primeira consulta e que já sabia que eu não ia ser diferente. Pois claro que não, já devia saber que eu sou um disco riscado e que estamos na época bicho-papão, a conjugação perfeita para uma hora de drama, com direito a lágrimas e tudo. No final, a promessa de fazer tudo direitinho, um abraço de despedida e um Feliz Natal, o que quer que isso queira dizer hoje em  dia.
Agora, falta pôr-me a caminho na sexta de manhã, passar pelo fim de semana sem asneirar e aguentar os dias seguintes aproveitando o melhor que puder. Isto dito assim pode parecer mau mas não, é assim; nada a fazer.

domingo, dezembro 18, 2011

O absurdo

"... já teve alguns empregos precários, como trabalhador-estudante (?), e agora que terminou o mestrado (??) em engenharia florestal (?!), espera encontrar um emprego estável ..."
A reportagem continua por aí adiante e estou pasmada e não percebo esta gente e podia continuar a escrever mas pensando melhor não vale a pena, e... , e... , e... . Se calhar sou burra. Ou então, como diz um amigo meu, para que é que tu ainda vês notícias?

quinta-feira, dezembro 15, 2011

A voz

A minha foi-se, assim, de repente. Foi-se e deixou uma dor pela garganta abaixo que me indica que as minhas amigdalas me abandonaram. Há anos que andam a ameaçar fazê-lo e nem mesmo quando estiveram para ir à vidinha, há uns vinte anos atrás, pararam de fazer das delas. O protagonismo é agora todo da laringe ou da faringe ou lá o que é isto.
Contentes da vida andam os meus colegas, a I. está em voz, dia santo na loja. Infelizmente para eles, há mails e ainda posso sussurar. Vou-me rir é amanhã nas reuniões; quero ver como é que faço o meu report...

terça-feira, dezembro 13, 2011

O desavergonhado

Liga-me às seis da tarde e pergunta o que é o jantar. Respondo que não sei, que há sopa e que se pode improvisar qualquer coisa, eu já a pensar na lista de compras das tretas que o hão-de manter entertido enquanto a coisa se faz. Diz-me que consegue sair do trabalho pelas sete e meia e que às oito está lá em casa. Combinado então. Aviso que temos convidado, acertamos as nossas agulhas e de volta ao trabalho.
Às oito manda-me mensagem a dizer que só agora está a sair, pede desculpa pelo atraso e, suponho eu, põe-se a caminho. Por uma vez fico contente que alguém chegue atrasado, a tapenade ainda está ongoing, o chèvre vai-se juntar-se ao salmão e as tostas estão a postos, mistura de alfaces na saladeira, o resto faz-se quando já cá estiver. Mais cinco minutos e podes chegar.
Há quê? Uns três meses que não o vemos? 

sábado, dezembro 10, 2011

A delícia

Observar a gata a dormir ali ao pé da lareira.
A orelha treme de vez em quando e o monte de pêlo da barriga acompanha os movimentos da respiração. De vez em quando espreguiça-se, muda de posição e vai encadeando as expressões mais lindas naquele foçinho que já conheço há tantos anos.
Na TV, a queda da Tatcher. Era escusado.

 

terça-feira, dezembro 06, 2011

Ora bem

Árvore done. Estava a pôr a estrela e a pensar no dia em que a comprei.
Na verdade era noite, primeira do Wiener Christkindlmarkt ali em frente à Rathaus, lá estava eu, debruçada sobre a bancada a abarrotar de enfeites da época, a levar com pingos grossos de água em cima, chamem-lhe neve derretida se quiserem, tento sobreviver ao cheiro agoniante a glühwein que anda no ar pois incomoda-me muito mais que o frio. O que raio estou aqui a fazer?
Acredito que tenha pensado nisso; é recorrente em mim nas mais diversas situações. Não me lembro da resposta que dei a mim própria, nem hoje faria sentido concerteza mas qualquer que tenha sido, hoje gosto de ver a estrela ali. É completamente desproporcionada relativamente à árvore e não faz mal.

 

sexta-feira, dezembro 02, 2011

Mais qu'est ce que tu racontes?

Acho que nunca acreditei no Pai Natal. Nunca senti a tal desilusão de perceber que não havia nenhum senhor que ia a casa de toda a gente na mesma noite para dar prendas, que afinal tinha sido enganada; precisamente porque nunca fui.
Não me lembro de ouvir os meus pais mencionar o Pai Natal como uma entitade real nem de fomentarem a loucura da época, o se-te-portares-bem ou a tal magia das prendas. Deve ser por isso que sou como sou e que detesto o circo do mês de Dezembro. Não é por mal: não percebo, só isso. Todos os Natais é a mesma coisa, incomoda-me ver as pessoas eufóricas sem saberem porquê, incomoda-me a sensação de obrigação que existe no ar, incomoda-me eu sentir-me assim, deslocada, e incomoda-me talvez estar errada acerca disto tudo.
Posto isto, ainda não montei a árvore e falta-me comprar uma prenda. Continuo coerente comigo mesma.

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