domingo, dezembro 30, 2012

Hoje

Manifestações, corridas ou, quem sabe um dia destes, desfiles de camelos, há sempre qualquer coisa a acontecer em Lisboa. O que pouca gente sabe é que todas estas coisas têm um objectivo secreto em comum: complicar a vida a quem anda de transportes públicos, ou chatear o indígena como dizia a senhora que estava ao meu lado na paragem do eléctrico. 
Já perdi minutos de vida suficientes irritada com situações destas para continuar a reagir da mesma maneira perante elas, portanto, passados vinte minutos ali à espera sem que nenhum 28 se dignasse a aparecer, decido ir a pé até ao meu destino; sempre é melhor estar em movimento do que ali especada... Ouço uma campainha. Vem um a descer, isto quer dizer circulação reposta; não tarda vem outro a subir e escuso de ir a pé; cinco minutos depois a confirmação e, confesso, fico contente de não ter que subir aquilo tudo. À frente do eléctrico, um carro; à frente do carro, um semáforo e em breve o fim da espera. 
Verde e o carro não arranca. Pragejo; eu e todos os que estão na paragem. O carro descai a cada tentativa de arranque e a mim, cada vez mais me apetece agarrar o fulano pelos colarinhos, arrancá-lo à força do volante, tirar o carro dali e dizer Está a ver? É assim que se faz. Só que não posso, uma menina não faz essas coisas; mas os condutores da Carris podem tentar... Um minuto de conversa com o infeliz e ficamos a saber que o senhor acha que os carros híbridos andam a água; vamos ter que empurrar diz o condutor. Vamos o quê?
E foi assim que, hoje, pelas 19:40, quem passava perto da Igreja de Santa Madalena teve direito a um espectáculo digno dos apanhados: 3 raparigas (uma delas eu), 2 senhoras de uma certa idade, 3 turistas Italianos e um condutor da Carris cheios de força (e vontade de chegar a casa ou a outro sítio qualquer) empurravam um carro cinzento conduzido por um velhote que nem sequer para virar o volante servia. Mal o carro ficou em lugar decente, vai de voltar a correr para o eléctrico. Não fosse ele arrancar sem nós...


sexta-feira, dezembro 28, 2012

O exagero

Abusei claramente das rabanadas. Percebi isso hoje de manhã ao calcular a quantidade de horas que vou ter que caminhar desenfreadamente para compensar tamanha festança. Cerca de 20...
(vou ignorar as filhós e os sonhos, a coisa já está preta o suficiente...)

segunda-feira, dezembro 24, 2012

A noite

Espero que nunca me peçam para definir o Natal, não sei se saberia o que dizer para além dos chavões mais que batidos e pouco sentidos que todos debitam todos os anos. Há uns anos que não sei o que pensar desta noite e do dia que se lhe segue.
Já perdi a conta às linhas que escrevi e que apaguei ao reler, sem que consiga dizer o que penso. O que mais se aproxima é talvez só isto: é tudo tão ridículo... Penso Natal e só consigo ver o lado hipócrita da coisa. Chateia-me, para não dizer enoja-me, o lado das demonstrações exageradas de prosperidade e de felicidade, a generosidade forçada, a obrigação de nos sentirmos felizes e contentes e de aparentarmos uma data de coisas que não somos habitualmente só porque o calendário diz que é dia 24 de Dezembro.
Sei porque é que só vejo isto; é o tal lado 8 ou 80 do meu cérebro desregulado só que desta vez falta o 8 e,  para variar, o 36. Estúpido eu pensar assim quando o 36 é talvez onde se situa toda a minha experiência de vida relativamente a esta época. Estúpido eu pensar assim quando sei que não é tudo assim...

quarta-feira, dezembro 12, 2012

O feeling

Eu sabia que era uma menina!

quarta-feira, dezembro 05, 2012

segunda-feira, novembro 26, 2012

Os putos

As crianças têm andando no topo dos tópicos dos meus dias ultimamente. Vou ter uma sobrinha (ninguém ainda sabe o que é mas eu tenho a certeza que é uma garota), muitos dos meus amigos têm filhos, uma grande amiga minha está grávida de 36 semanas e farta de estar, a minha esteticista está quase com a barriga na boca, este ano nasceram 9 crianças entre os meus colegas; em suma, eu sou a ave rara no meio desta gente toda. Até já os miúdos se acham no direito de perguntar "Ó mãaaee, a tia I. é mãe de quem?!" e, não contentes com a resposta que levam, de me vir tirar satisfações (de morrer a rir, confesso) do género "Ó tia I, porque é que tu não tens bebés?"
Pois, mas para além de ainda ser cedo, nem eu sei. Não tenho porque não. Porque não quero; ou melhor, porque não sei se quero nem se tenho capacidades para isso. 
E se me passo da cabeça outra vez e em vez de fazer mal a uma pessoa só faço mal a duas? E se, apesar dos meus sobrinhos falsos me considerarem um pote de mel, quais olhos de Winnies a babarem-se todos, eu sou mesmo fria e sem pingo de paciência, panela de pressão com pipo imprevisível? E se não consigo dividir o meu amor nem aceitar ver o que recebo dividido; e se tenho ciúmes do meu bebé e o começo a odiar por isso? E se, mesmo sem querer, eu lhe passar todas as porcarias que tenho na cabeça; os complexos, o medo, a insegurança, a atitude áspera?
E se estou só a ser estúpida?

sexta-feira, novembro 16, 2012

O Big Bang

Eu conheço um Sheldon.
Fomos colegas na faculdade e um dia, de tão irritada que estava com ele numa aula de Física Experimental, atirei-lhe com um cronómetro à cara.


E com isto acabo de revelar a minha identidade perante a meia dúzia de anormais os milhares de colegas que tive na faculdade e nunca vão dar com este sítio.

quarta-feira, novembro 14, 2012

Ontem

Hey I. Are you ok? Are you sick or something?!
Sick? No, why?
I don't know, you look sick...
Oh, I see... I'm not wearing any make-up, that's why
(E foi então que ouvi o Tico dele dizer: Ups...)

quarta-feira, outubro 31, 2012

O fim de semana

As companhias do fim de semana que passou conseguiram tirar-me da cara as olheiras que já se tornaram a minha imagem de marca. É certo que muito em breve, elas, as olheiras estarão de volta; mas até lá, tudo  bem. 
Aquele cão é qualquer coisa de espantoso, bastava dizer "barragem" para o por num estado de tontice inimaginável. Lá ia ele directo ao portão, lá chegado virava-se para trás como que a dizer: "Então, demoram muito? Não consigo abrir isto sozinho!". Aberto o portão, era vê-lo ir a abanar a cauda em jeito de "Follow-me, é por aqui!" Chegado lá, água com ele, ladrando furiosamente "Então, não vêm?!" Não vou falar acerca de como o conseguimos tirar de lá.
As porquinhas pretas, mãe e filha, eram tal qual ovelhas a pastar pelo monte fora. Já vi muitos porcos ao vivo mas nunca tinha estado perto de porcos pretos e nunca de animais com bochechas tão rechonchudas ou barrigas a arrastar no chão daquela maneira. Já de pessoas não posso dizer o mesmo.
O namorado, é melhor não falar para não estragar, ainda  hoje não sei como é que me veio parar às mãos.
Falta mencionar as panquecas, boas boas boas, e é tudo. Não sei quando é que haverá mais...


segunda-feira, outubro 29, 2012

"A" mudança

Foi preciso dizer muitas vezes que tinha atingido o meu limite para estar na fase em que me encontro agora. 3 entrevistas passadas, falta-me ouvir a proposta e negociar a coisa devidamente para tomar uma decisão. Cheira-me que não vai ser tão difícil quanto sempre pensei...

quinta-feira, outubro 25, 2012

Next stop

Ver se descansamos destes últimos fins de semana. Entre urgências hospitalares, vindimas, casamentos e imprevistos vários, estamos a precisar...

terça-feira, outubro 16, 2012

Hello world

World, meet a minha futura sobrinha I.:


sexta-feira, outubro 12, 2012

Sim

Quero que o presidente do Grupo Parlamentar do PS ande de Clio.
Para dizer a verdade, preferia que andasse a pé ou de bicicleta e que andasse de transportes públicos quando a distância assim o justificasse, funcões oficiais ou não. Ministros e candidatos a coisas que tal: idem-idem, aspas-aspas.
É que, caso esses senhores não tenham dicionário em casa, ministro é aquele que serve os outros, não aquele que é tratado a pão de ló porque tem como missão servir os outros.

quinta-feira, outubro 11, 2012

Ontem

Moi non plus j'arrive pas trés bien à comprendre...



terça-feira, outubro 02, 2012

A aula

Quando chego, aquele cheiro bate-me na cara. Cheira a há muito tempo atrás. Também estou descalça. Mas a música é calma, e a professora também; sabe-me a bom prenúncio.
Nunca uma hora me pareceu tão curta, sobretudo quando me movimento tão devagar e com tanto cuidado. Os meus músculos tremem tanto em certas posições que, por vezes, tenho dificuldade em manter o equilíbrio e continuar a mexer-me. Espanta-me que consiga pensar ao mesmo tempo em manter o umbigo nas costas, os ombros relaxados, a ponta dos pés esticada; espanta-me estar tão concentrada e espanta-me ver gotas de suor caírem da ponta do meu nariz e interpretar isso como bom.
Encontrei a minha praia.

segunda-feira, outubro 01, 2012

A hora

É hora... De mexer no cabelo; de fazer aquela pequena mudança que marca a passagem para o tempo mais frio. Apetece-me aquecer um pouco a cor, dar um ar de ruiva, mandar ainda mais para a frente a pele clara e as manchas no nariz; mas talvez seja demais, assusta-me o que o espelho me vai dizer depois...
Também é tempo de arrumar o que, em breve, já não fará sentido. Parece que foi no outro dia que trouxe as roupas leves de volta à luz e já estou prestes a mandá-las para as trevas de novo... Quero manter apenas o essencial, o que realmente uso e gosto de usar, ver o que me falta e pensar onde o encontrar. Como rainha da antecipação que sou, imagino a grande trabalheira e a grande dor de cabeça que isto me vai dar. Não percebo porque é que me custa tanto separar-me da minha roupa. E de tudo o resto em geral aliás. Será medo de precisar e não ter?
Se tudo correr bem, outra hora vem aí; a de acrescentar um título de parentesco à minha lista. Para o pequeno feijão da foto a preto e branco, vou ser a Tia I. 

segunda-feira, setembro 17, 2012

Bolas...

Menino Paulo Portas, és como o Lagaffe: tu mérites des baffes. Bem dadas.
Caro Francisco Louçã, não ias embora? É que já se faz tarde.
Sr. Seguro, mantém-te caladinho, olha que o PS já fez que chegue por ti nos últimos anos...
PM deste país, vê lá se te orientas e se começas a fazer o que prometeste, vende a gravata se for preciso. Já não acredito que lá vás mas também não estou a ver que andarmos a brincar à dança das cadeiras com as opções actuais vá dar em algo diferente.


domingo, setembro 16, 2012

As voltas

O mundo deu concerteza umas a mais que as esperadas nestas duas semanas... 
Parece que estou no Médio Oriente onde multidões se juntam em praças e largos em nome de Primaveras sem datas previstas e onde miúdos de vinte anos se imolam em manifestações sem saberem porquê nem para quê mas com a certeza que assim chamam a atenção de alguém para qualquer coisa. 
Ou eu estou louca, o que não é de tirar da equação, ou há aqui qualquer coisa que não bate certo: Portugal, miúdo, imolação pelo fogo. Nunca pensei ver ou ouvir isto tudo junto na mesma frase; nem que ouvesse alguém idiota o suficiente para fazer uma coisa destas ou que sequer pense que isto é solução para o que quer que seja. Lamento mas isto é só estúpido, muito estúpido. Igual para as pedras e/ou afins que foram atirados à polícia. O que é que vem a seguir? Partir montras com bengalas, lançar garrafas de cerveja Sagres cheias de cocktails Molotov  pelas ruas (não, não é o pudim de claras...), arrancar pedras da calçada para jogar ao mata ou vão barricar-se nos gabinetes dos palermas dos nossos ministros embrulhados em dinamite?
Manifestem-se, sim; têm algo para dizer, digam-no, mas com modos. Não às custas dos outros, do trabalho dos outros nem da vida dos outros; já agora nem das vossas.
Pois; e não, não sei qual é a solução para isto, mas tenho quase quase a certeza que esta não é...

sábado, setembro 15, 2012

De volta

Quando abri a porta de casa há bocado fiquei contente por estar de volta. Às minhas coisas, aos meus cheiros, ao meu espaço e às minhas plantas quase mortas de sede... A porta seguinte a ser aberta foi a dos contadores, história de rodar a torneira de segurança da água para poder regar as desgraçadas. Cheiro a esturro: o prato debaixo da coisa estava cheio de água; já vejo a coluna de fumo a subir: começa a pingar quando dou a primeira volta à coisa; já temos incêndio declarado: dou mais uma volta e a água esguicha; conclusão: fecha tudo e pensa. Fim de semana, canalizador a preço de ouro, água potencialmente por todo o lado, ou água nenhuma durante 2 dias, mas como é que fui arranjar uma coisa destas... Este crescendo de parvoíce era tudo o que eu precisava; au diable com o canalizador, au diable com isto tudo; vamos para a outra casa e rezamos para que a coisa se resolva na segunda-feira por menos que os 110€ mais IVA que julgo, repito julgo, ter ouvido há pouco ao telefone. 
Quem nunca mais fecha torneiras de segurança durante as férias sei eu quem é...

quinta-feira, agosto 30, 2012

A catarse

Se conseguisse ser magra era perfeita, é o que a minha cabeça me diz a toda a hora. Sentir-me-ia perfeita, nem que fosse por uns segundos só até me sentir gorda outra vez. É doentio, eu sei, mas não consigo deixar de pensar nisso e de me sentir uma falhada por isso; por senti-lo e por pensá-lo. Por outro lado, tenho conseguido que isto não mine demasiado a minha vida; ou então só quando me vejo ao espelho e quando evito conscientemente vestir certas e determinadas peças de roupa com medo que não me sirvam, coisa que acontece praticamente todos os dias felizmente não a toda a hora. Para fora só passam os Estou gorda que nem uma vaca de vez em quando, vezes a mais, interpretado como absolutamente normal porque vindo de uma mulher. Tenho plena consciência que vai ser sempre assim, hoje, amanhã, daqui a 5 ou 20 anos. Em certas alturas vai piorar depois volta ao que é agora, melhorar mais que isto, duvido...

terça-feira, agosto 28, 2012

Os amigos e nós

Temos amigos tão diferentes ele e eu; aliás, somos tão diferentes ele e eu que por vezes penso como é que há um ele e eu. Talvez seja por isso mesmo.
Mas, os amigos.
À parte uma excepção bem identificada* e que nem é do meu lado, não tivemos dificuldade em adoptar os amigos um do outro, coisa que até pode parecer um contra-senso vindo de uma pessoa aparentemente tão pouco tolerante quanto eu e de uma tão open-minded como ele. Digamos que se há grupo de amigos heterogéneo, é o meu e que se há grupo de amigos homogéneo, é o dele. Posto de outra forma, os amigos dele gravitam em torno do pico da distribuição de Gauss, os meus andam para lá dos três desvios padrões. Por isso, quando ele me chamou à atenção sobre o que se passou num jantar entre amigos (*esses) na semana passada, fiquei confusa comigo mesma. Há que dizer que sou especialmente intolerante no que diz respeito a comportamentos que julgo inaceitáveis, é verdade; por vezes nem sequer consigo disfarçar e exteriorizo mas juro (se servir de atenuador) que tento não o fazer. Naquele dia houve um ultrapassar de marcas e uma série de exageros que em condições normais eu seria a primeira a condenar e, no entanto, nem me pronunciei enquanto ele explodiu por dentro e a certo ponto não conseguiu disfarçar o mau estar, o desagrado e a vontade de sair dali. Assim, visto pela rama, parece que aceito comportamentos impróprios vindos de amigos meus. Mas se são meus amigos como é que posso aceitar isso? É o cúmulo da falta de coerência, não?

terça-feira, agosto 21, 2012

Ora bem

Ando farta de ouvir barbaridades por todo o lado... É-me cada vez mais difícil não reagir, nem que seja interiormente, às inúmeras coisas-sem-jeito-nenhum que vou ouvindo ao longo do dia, seja da boca do meu colega do lado, da vizinha de baixo, de um fulano qualquer na televisão ou do idiota do ortopedista que trata o meu pai. 
Não se diz que que Não há problema nenhum da situação de um diabético impossibilitado de se mexer por uma perna toda engessada enquanto recupera de uma fractura seguida de uma operação, ou será de uma operação precedida de uma fractura, e de uma chusma de agrafos na carne. Não se diz que Não é preciso nada demais em termos de cuidados com a cicatrização e a possibilidade de  infecções, pelo menos não a mim que não gosto que gozem com a minha cara por muito feia que seja. Não a mim nem a qualquer outro ignorante que merece ser informado por quem supostamente devia saber do seu métier. Preferia ter sido eu a partir a perna, estaria menos preocupada com esta história.
Cansa-me tentar retirar informação útil de qualquer telejornal de duas horas e meia, sobretudo quando insistem em mostrar e re-mostrar o Sr. Louça a insistir que bicéfalo se diz de uma coisa com uma cabeça de homem e uma cabeça de mulher. Não Sr. Louçã, bicéfalo diz-se de algo que tem duas cabeças, ponto; um conselho: volte para as aulas de semântica ou tire partido da melhor leitura de casa de banho do mundo: o dicionário. Verá que vai começar a pensar duas vezes antes de abrir a boca. Conheço quem o faça e continue a dizer muita baboseira mesmo assim mas vale a pena tentar.
Não me apetece continuar. Já estou a entrar na categoria de pessoas que me irritam...
Preciso de férias, já disse?

quarta-feira, agosto 15, 2012

Estes dias

É lindo mas é ainda melhor estar de volta...

sexta-feira, agosto 10, 2012

A Terceira

Irónico que a primeira ilha que vou visitar seja a Terceira. As outras terão que ficar para outras núpcias. 
Então até quarta-feira...

segunda-feira, agosto 06, 2012

A Ginástica

Olho para isto e lembro-me do medo que sentia. Imediatamente antes de correr para qualquer diagonal, para o cavalo ou na preparação para sair da trave. Aqueles anos foram a brincar mas para mim eram muito a sério; o pentear antes das competições, a rotação entre os aparelhos, as quedas, os "bifes" nas palmas das mãos, os abraços da treinadora e os ralhetes, "se tens medo o melhor é ires para a natação", horríveis para qualquer miúda de 10 anos.
É um desporto tão difícil quanto bonito, tão exigente quanto cativante, tão perfectionista que até dói, mas lindo. Por isso fazer o que a Catalina está a fazer é incrível; voltar com a idade dela, competir com miúdas de 15 anos e ser o que se viu em Londres e nos europeus é uau.

Num registo um pouco diferente, isto também é lindo; e também passei por lá...

quarta-feira, agosto 01, 2012

Ontem

O meus pés e dedos das mãos não estiveram quietos um segundo. Em mim, isso é bom sinal. Pena tanto lugar vazio e pena o enjoadinho que estava sentado ao meu lado ter logo ocupado um...
Não fui eu que gritei I love you mas tenho pena...

sexta-feira, julho 27, 2012

Random

Numa altura em que a pseudo-felicidade anda estampada em 99,9% dos blogs, pessoas, cartazes, you mane it, a minha vida resume-se a viver. Respirar (normalmente), dormir (demenos), comer (demais), trabalhar (sem vontade), ruminar interiormente (mais do que devia), beijar (sempre demenos). Não fico triste por não sentir ou não gostar do que tantos tão bem ou tanto fingem ser, sentir ou gostar; limito-me a ser eu. Neurasténica (q.b), "high" (q.b), insatisfeita (como sempre), eu. Sempre pronta para uma boa sesta ou para um passeio aqui, como no outro dia...


sexta-feira, julho 13, 2012

A decisão

Tens que decidir o que queres...
Quero que não me perguntes o que quero, quero saber exactamente qual é o meu trabalho, quero que deixem de me azucrinar a paciência all day long como se eu fosse o call center cá do sítio, quero saber o que ganho com essa decisão de saber o que quero e por fim quero ganhar o euromilhões para não ter que te responder.
Esclarecido?

quinta-feira, julho 12, 2012

To I. Melhores cumprimentos, Hans.

Só vem isso escrito no envelope de papel pardo almofadado que me entregaram com um piscar de olhos e um "tenho uma encomenda para ti..." É pesado e mole. E cheira bem. Esta observação, obviamente, sou eu a adivinhar o que lá vem dentro ao mesmo tempo que um sorriso se rasga na minha cara.
Há pessoas que nos ficam algures. O Hans ficou e quebrou o meu preconceito germânico. E com estas coisas engordou-me 15kgs também...

quinta-feira, julho 05, 2012

O lugar

O meu, por vezes, acho que lhe perco o norte ficando assim sujeita a que me voltem a colocar lá. Acabou de acontecer e é-me tão bem feita, já me tinha avisado tantas vezes que um dia isto me ia acontecer; isto de ficar cheia de vergonha por ter passado dos limites (não por ter que pedir desculpas depois) que não tenho pena nenhuma de mim e me apetece bater na ceguinha que sou com mais força ainda do que já bato mentalmente. 

quarta-feira, julho 04, 2012

A Partícula


Milhões de simulações de Monte-Carlo depois só já faltam mais umas quantas... Ainda assim, Go ATLAS ;)

terça-feira, junho 26, 2012

Ontem

"Os seus documentos, os da viatura e a sua carta de condução se é a que a tem... por favor."  
Temi pela figura mais ou menos simétrica do Sr. Agente quando a C. levantou os olhos da carteira naturalmente desorganizada e o fixou nos olhos com aquela cara de estupefacção de quem está prestes a partir para os tabefes. 
Foi por pouco que, nesse mesmo instante, não explodi de riso; a visão clara do meu ainda limpo registo criminal deu-me as forças necessárias para me retrair, não fosse o Sr. Agente achar que era ele o alvo da risota. Confesso que temi também pelo cadastro da C. quando esta lhe devolveu um "O Sr. Agente está a gozar comigo?" mas aí... aí a urgência já era tanta que não devo ter pensado demasiado e desatei a rir o mais para dentro que consegui. Nesta altura já ela saía do carro para fazer o teste enquanto perguntava com a maior das descontracções "O que é que ganho se der zero?".
Ontem foi como há uns anos atrás. Voltámos a juntar-nos inesperadamente e facilmente; voltámos a partilhar o mesmo quarto, conversámos até às tantas sem grande pressa de apagar a luz e, de manhã, levantei-me primeiro e saí de mansinho para não a acordar.

sexta-feira, junho 15, 2012

A confissão

Ontem, enquanto ele dormia e eu tentava prestar atenção ao Fringe, devorei um chocolate. A ideia era comer um quadradinho, a realidade é que foi todo. Ok, foi menos mau, era Canderel. Só que, à tarde, picou-me a mosca no trabalho e marchou um Kit-Kat.
100 Pais-nossos e 500 Avé-Marias para mim.

quinta-feira, junho 14, 2012

O primeiro

escaldão do ano já cá canta, viva o Biafine. I should know better que a minha pele de alabastre não se compadece com dias como o de ontem e que o protector solar é um imperativo a partir de Junho. Bastou uma caminhada até ao local do almoço para ficar marcada como que a ferros. Daqui a uma semana estou boa, é o que vale.
No campo das inaugurações há também a destacar a primeira batidela de porta com a chave lá dentro; já tardava, a sério; ter uma casa e nunca ter ficado fechada cá fora? Onde é que já se viu? Era como ter estendal e nunca ter deixado cair roupa interior para o andar da vizinha de baixo; imperdoável... Apesar de tudo resolveu-se sem grande alarido, nada de bombeiros, nada de polícia, só arranjar uma das chaves suplentes que andam semeadas pela cidade, meter na fechadura e empurrar a desgraçadinha que estava lá dentro até ouvir o barulho metálico da coisa a cair no chão do hall. Também já me posso gabar desta.
Pensava também que me ia gabar aqui de, pela primeira vez em muitos anos, ver a minha selecção a ganhar à vontade, com golos marcados de avanço, descansadinha até ao fim do jogo, mas não. Não podia, teria sido demasiado fácil, esta gente só anda bem no fio da navalha, no ai tio ai tio, no sofrimento até ao último minuto. Mas enfim, é o que se arranja...

terça-feira, junho 12, 2012

Mais do mesmo

Este ano está estranho; aumenta a vontade de muita coisa mas falta-me a vontade para quase tudo; sei muito bem o que não serve para mim mas não exactamente o que quero e isto tudo misturado dá um nó tremendo na minha cabeça. Vejo, leio e ouço coisas que me deixam a pensar muito mais do que devia, especialmente pela pouca importância que têm para mim e que me parece que deviam ter no geral, mas não deixo de pensar quem é que raio eu penso que sou que agora sei melhor que os outros o que eles devem pensar dizer ou fazer. É a indignação de quem vê reduzido o seu plafond de troca de carro que já não dá para o BMW serie 5 da praxe, é o não-sei-que-lhe-chame de quem teima numa dieta e faz questão de o proclamar quando já está mais do que magra, é uma data de outras coisas que não devem grande coisa à lógica e com as quais eu não tenho nada a ver. Mas então porque é que me importo? Lá está, não sei. Uns dirão que é porque não tenho mais que fazer, eu digo pensem o que quiserem que eu não sei o que pensar. 
Voltando ao que interessa; estou de férias. Com metade da cabeça no trabalho que deixei por fazer, é certo, mas de férias na mesma. Já estamos em Junho e ainda não desarquivei a roupa de verão, tão pouco começei o quadro que tenho prometido, nem abri a época da manta e dos fins de tarde de fim de semana nos jardins. Falámos disso ao atravessar a Estrela no sábado e ao passar por Monsanto no domingo mas não estávamos preparados. Faltava mesmo o essencial, a própria da manta... A roupa, essa, sai hoje das catacumbas, o cavalete saíu ontem das profundezas e eu tenho vontade de sair hoje de casa com o vestido que comprei ante-ontem com a supervisão do namorado mais paciente do mundo. Assim sendo, temo que a roupa e os pincéis fiquem para amanhã.


quarta-feira, junho 06, 2012

Resumo

Não tenho tido tempo para vir aqui escrever porque não me apetece. A desculpa é não tenho tempo, a verdade é não me apetece.
Mudei de cabelo, estou para mudar de perfume, quero estupidamente desesperadamente mudar de trabalho e emagrecer 5 kg.  A minha vida resume-se a isto.

quinta-feira, maio 24, 2012

It has been a while

que não chorava.
A sensação continua a mesma, obrigada. Se dispensava? Desta vez, sim; sobretudo no local de trabalho, onde a galinhola e suas fiéis seguidoras se podem aperceber do efeito que as suas mesquinhices têm em mim.
A paciência que nunca tive mas que tenho andado a mostrar chegou ao fim. Já não consigo fingir mais que não me importo, que não me afecta e que vozes de burras não chegam aos céus.

segunda-feira, maio 21, 2012

Ontem

Lixei e envernizei finalmente o meu aparador velho; após mais de um ano de ar, sol e chuva na varanda, a sua única prateleira tinha ganho aquele ar de ou me tiras daqui ou apodreço só para te chatear. Não tive coragem de a colocar no lugar sem oferecer o mesmo tratamento ao resto do interior da coisa que, já na sala, até agora acolhia toda a tralha sem-abrigo lá de casa. Material de pintura, facturas, telas pintadas e por pintar, papelada de scrapbooking, os cinco anos de IRS que me disseram que tinha que guardar, recibos diversos, a caixa de costura, ... Por este andar, daqui a seis meses coloco finalmente o estore e penduro os quadros qui se trimbalent pela sala, encostados um dia a uma parede e outro dia a outra, ao sabor da vontade dos dias de limpeza.
Finalmente também fui espreitar o soi-disant marché aux puces da fábrica de Lisboa. O meu único comentário é que estou desiludida. Com a qualidade do mercado e com a senhora que pensava que Made in P.R.C era sinónimo de Made in France e que para coroar o tudo ainda me tentou convencer disso. Só sossegou quando lhe traduzi o P.R.C, diz quem viu que a sua expressão facial foi impagável.
O meu consolo é que não fui lá de propósito mas en passant à vinda do World Press Photo. Esse sim não me desilude, mesmo que outros o possam achar mau. Como aquela senhora, que, empurrando um carrinho de bebé, comentava alto e bom som para alguém, suponho que o marido, "Que deprimente, esta gente só tira fotografias de guerras e de mortos. Não podiam tirar umas de cenas alegres?" Apeteceu-me perguntar-lhe se vive num mundo diferente do meu.

segunda-feira, maio 14, 2012

Le cliché



Isto é o que eu penso de manhã. Sauf que je n'ai personne à oublier et que je ne fume pas...

sexta-feira, maio 11, 2012

The impossibles

O que me faz andar cá é acreditar que ainda há pessoas assim hoje em dia.

Hoje vou para cima (adoro esta expressão). Com o passar dos anos tenho partido de cada vez mais em baixo, lá em cima é cada vez mais longe...
Estou oficialmente ainda mais obcecada com o meu peso. Tenho pensado em deixar de comer o que me atrai ainda mais à comida.
Esqueçamos que escrevi a última frase.

segunda-feira, abril 30, 2012

O dilema

Por vezes, tenho destes dilemas. Daqueles chatos, que crio para mim própria, que me envenenam o pensamento e que acrescentam um pouco mais de culpa àquela que já sinto todos os dias por tudo e por nada. Ninguém diria; perguntem a quem quiserem: ela é segura de si, sabe o que quer. Mas há tanta coisa sobre mim que ninguém diria que isso já deixou de me chatear há muito tempo. Confesso tudo de vez em quando, obrigada psicoterapia, e tento alterar esta minha maneira de pensar da melhor forma que sei. E Deus sabe que tenho mudado; quem nunca me conheceu "antes" nem imagina.
O último, dilema, prende-se com a moralidade de, numa altura de crise destas, eu ir estoirar mais do que devia num item fútil. Já me pus dos dois lados da barra do tribunal quanto a esta questão; já me crucifiquei, já me absolvi, já arranjei todas as razões e mais algumas quer para o comprar e acabar com esta palhaçada como para ficar mas é quieta que isso é dinheiro muitíssimo mal gasto.
Portanto ando nisto: compro e sou um monstro insensível consumista ou não compro e ... nada.
À suivre.

domingo, abril 29, 2012

Os domingos

Se os domingos não fossem domingos não seriam tão problemáticos.  Houve tempos em que já foram mais, problemáticos, mas não deixam de continuar a incomodar-me.
Nunca sei o que lhes fazer nem o que é suposto fazer-lhes, não passam, não sei como os aproveitar ao máximo nem ao mínimo. Se descanso e me dedico a fazer nada, foi um dia desperdiçado; se passo o dia na rua acabo por não descansar nada; podia montar a tenda da pintura mas vale a pena só por um dia? posso sempre vegetar no sofá onde não consigo ficar quieta mais de vinte minutos, nem mesmo com dedos no cabelo ou massagens nos pés por muito que as aprecie. Não é por mal, não é para irritar os que me rodeiam, para me atormentar um pouco mais nem a última manifestação conhecida da minha bipolaridade, é só assim porque é assim. De tanto o tentar combater, talvez esteja a tornar-me como as pessoas que tanto critico, as que fazem por fazer, porque é assim e sempre assim foi e continuará a ser, não sabem porquê mas não faz mal, nascem vivem e morrem porque sim e passam pelos domingos como lhes ensinaram. Eu não quero isto para mim.

sexta-feira, abril 27, 2012

O ritual

É o ritual das sextas à noite; troca de sms antes de ir dormir, sozinha (gosto de ter a cama só para mim, dormir no meio rodeada de almofadas, usar todo o espaço disponível, esticar-me para onde me apetecer).
"Nada de crocodilos com pêlos esta noite..." dizia a última mensagem. Crocodilos que ao longe pareciam cães, a banhar-se num charco no centro do pátio de um palácio qualquer que afinal era um hospital. Hoje de manhã acordei a relatar este cenário, aflita, devia estar ainda meia adormecida. Ele já se habituou aos meus sonhos surrealistas (ou o que lhe queiram chamar), ouve o chorrilho de disparates e no fim só exclama Valha-me Deus...
Atrevo-me a vaticinar uns episódios interessantes para as noites das próximas semanas; o livro que tenho em mãos parece-me extremamente estimulante.

segunda-feira, abril 23, 2012

A realidade

Digam o que disserem, estou gorda que nem uma vaca. Isso, que nem uma vaca.
E este sábado vou comprová-lo.

domingo, abril 22, 2012

Estes dias

Dois dias de férias aliados a um feriado a meio da semana podiam dar um belo very long week-end, não tivesse eu prometido a mim mesma ir trabalhar amanhã de manhã. Porque ficaram umas pontas soltas que têm que ser atadas, porque assim fico mais descansada, porque sem mim aquela gente não se desenrasca, afinal sexta-feira que vem compenso e saio a seguir ao almoço.
Estou louca para não fazer nenhum, ficar a ler livros em atraso no sofá, render-me à nobre arte de ir ver montras, tomar um café sossegada ao sol numa esplanada qualquer ou andar a pé até deixar de os sentir. O que for, desde que saia daquele open-space de malucos.
So help me God.

terça-feira, abril 10, 2012

O boneco

Cheguei ao trabalho de manhã e dei de caras com o Becas, o da rua Sésamo, ele mesmo, personificado no fulano para quem o dia de hoje foi também o primeiro dia de trabalho. Enquanto lhe fazia o tour pelas instalações e lhe tentava explicar, em vão pelo menos para já, o que fazemos ali, só tinha uma coisa em mente: resistir à vontade de rir que crescia em mim.

segunda-feira, abril 09, 2012

A falta

Folgo em saber que ser tio e tia é um parentesco de segunda, perdão, de terceira. Já não quero afinal, não tem vantagens nenhumas...
Também não percebo os meus pais caramba... Tanta coisa para me manterem em contacto com a família, nomeadamente com os irmãos e irmãs deles, os pais dos meus primos com quem tantas vezes brinquei e ainda hoje me dou, e no final, mesmo no fim do fim, ser tio ou tia não quer dizer nada. Tanta coisa afinal para isto, para na altura da morrerem nem sequer ter o direito de faltar de forma justificada ao trabalho porque afinal, tio e tia é só familiar em 3º grau. Folgo em saber... Eu é que devo ser a idiota, que fui fazer 700 km num dia só para estar presente e dizer adeus. Imaginem então, os meus primos, tão sobrinhos do meu tio quanto eu, que foram fazer 3000km para a mesma coisa; que palonços... Só por causa das coisas meti um dia de férias, não se ficaram a rir de mim.
E dizer que isto ainda me vai acontecer mais 11 vezes; estou tramada. Isto se não for eu na frente, claro... Aí faltam eles e também não têm direito a nada. Toma!

quinta-feira, abril 05, 2012

Intouchables


Trop beau ce filme, j'adore (comme on dirait lá bas)."Pas d'bras, pas de chocolat..."

segunda-feira, abril 02, 2012

O igual

Ter dias bons ou algo de bom durante o dia só depende (quase) mesmo de mim? O after-work no jardim como ali atrás, uma tarde entre amigos, dormitar a manhã na cama, uma hora de caminhada ao sol ou a sesta depois de almoço são pequenas coisas, é certo, mas chegam para me dar a sensação que fiz mais do que apenas "ser" ou "estar" nas vinte e quatro horas que constituem um dia normal.
A rotina, essa besta, sem a qual não vivo e dificilmente alguém vive, mata-me. Mas a ideia de ficar rendida a essa mesma rotina, de ter cada vez menos tempo para dedicar a mim própria, de deixar de poder sair sem destino nem razão aparente, também me faz mal. Por mim já se sabe, havia sol na eira e chovia no nabal, sol em todo o lado é que não; tudo igual sempre, não; nem que seja só a ideia disso, não. Obrigada.
Agora é descobrir como é que se faz.

segunda-feira, março 26, 2012

A tarde

tem outro sabor se acabar num jardim. Para mim, são estas pequenas coisas que fazem um dia valer a pena e o quanto basta para me sentir muito melhor.
Pena não poderem ser todos assim. Ou podem?

sábado, março 24, 2012

Em suma

A uma semana de abusos segue-se um fim de semana de abusos, mas isto acaba, ai se acaba ou não me chamo eu. Desde almoços coroados de gelado do Santini, bolo rançoso e bolo de cenoura, houve de tudo estes dias, qual Natal, Carnaval e Páscoa condensados. Às 7 da manhã dos dias de caminhada a preguicite também falou mais alto, em parte ajudada pelo menino da almofada do lado e os seus argumentos extremamente persuasivos de só mais um bocadinho e de aqui está mais quentinho.
Se quiser arranjar desculpas, há milhentas; e Deus sabe o meu talento para arranjar bodes expiatórios a torto e a direito, nem que seja eu própria, mas não vou fazê-lo. Sim, que as sessões de psicoterapia algum dia haviam de dar frutos... Vou antes voltar ao eixo. Só.
No campo das novidades, a rúcula está semeada, para a semana vou plantar os morangueiros e tenho uma entrevista de emprego marcada para segunda.

quarta-feira, março 21, 2012

Ela

Incrível o que o tempo não faz a uma pessoa; falava-lhe se a visse na rua, tens os mesmos olhos, as mesmas feições, o mesmo ar doce e a mesma voz meiga.Incrível também termos falado tanto, sobre nós e as nossas vidas e sobre o que esperamos delas.
Entre uma esplanada e outra passou-se uma tarde fantástica em que, por uns momentos, também eu soube o que é ter uma amiga de infância e recordar os bons velhos tempos. Não pensei que isto me fosse acontecer...

terça-feira, março 20, 2012

Blind date

É o que me ocorre quando penso em ir encontrar-me com ela daqui a pouco. Tirem-lhe a nota romântica, tirem-lhe também a parte de eu conhecer a pessoa em questão e é isso, um blind date. Não a vejo há tanto tempo que é como se a fosse conhecer pela primeira vez. Não sei como a cumprimentar, não sei sobre o que vamos falar, não sei o que ainda podemos ter em comum. Falei com ela pela última vez, pelo menos de viva voz, há 22 anos.
Deve ser a pessoa que mais encaixa na minha gaveta de "amiga de infância";  vivemos na mesma rua, brincávamos e desenhávamos juntas, a Collette foi a nossa educadora, a Madame Bernadette a nossa professora nos dois primeiros anos, a seguir a Madame Gotielb e por fim, nos últimos dois anos, a Madame Metayer. Enquanto eu andava na ginástica, ela ia ao ballet. Entretanto vim embora e as cartas e os postais não resistiram ao passar dos anos como é normal.
E depois? Depois veio o facebook, as procuras, os encontros e agora o Octopus, que a trouxe até Lisboa.
Daqui a nada vou ter com ela.

quarta-feira, março 14, 2012

SNR

O barulho continua a conseguir despertar os instintos assassinos que há em mim; há desses instintos em mim sim, assustam-me a sério quando se manifestam, penso que também assustam quem dorme ao meu lado.
Fico tão irritada, tão cega, tão "tão" com o ruído que não me deixa dormir que não penso em mais nada, só na maneira mais eficaz de acabar com ele. Desde descer ao piso de baixo e pedir educadamente que desliguem a televisão porque já é quase 1 da manhã; arranjar um daqueles comandos que desliga a televisão dos outros; cortar o fio da antena do prédio inteiro; matar os moradores do apartamento de baixo; oferecer-lhes uns phones wireless; aconselhá-los a usar um aparelho auditivo; já pensei em tudo. Ontem, aliás hoje, estive mais virada para a solução definitiva.

terça-feira, março 13, 2012

Nunca pensei

Eu. 7 da madrugada, sapatilhas nos pés, traseiro na rua.
Ou estou mudada ou é só aquela pica inicial. Como foi só a primeira vez que isto aconteceu, tendo mais a achar que é o entusiasmo de principiante...

domingo, março 11, 2012

Hoje

O resultado da pesagem foi difícil de engolir: mesmo peso, mais centímetros. Se por si só o mesmo peso já podia ser mau, acompanhado de centímetros a mais é o caos.
Já não tenho vinte anos, há que começar a mexer o traseiro ou, daqui a uns anos, é ele que se mexe por mim. 45 min por dia. E durante os próximos tempos vamos evitar os extras. Entendida no assunto dixit; não eu.
Resultado da esfrega abaixo, 9 da matina. Vamos ver se é para manter.

quinta-feira, março 08, 2012

Há 25 anos

Estava morta de cansaço mas extremamente contente. Estava em classe de neige, aulas de manhã, ski à tarde e em vias de chocar uma monstruosa amigdalite que me arrumou na enfermaria durante 3 dias. Lembrei-me, o que é que se há-de fazer.
Hoje, estou morta de cansaço e não sei definir se estou contente. Estive no escritório-barra-laboratório, de manhã e de tarde, a trabalhar. Não estou a chocar nada nem choquei com ninguém... Pouca coisa me choca hoje em dia. Daqui a nada vou jantar com as meninas.
Afinal estou contente: amanhã não vou trabalhar. Estou velha... eu sei, é um cliché, mas estou mesmo crescida.
Era só isto.

quarta-feira, março 07, 2012

Ontem

O jantar que se queria um tête-à-tête com o protagonismo na tête sentada à minha frente, acabou quase por se tornar um jantar centrado na pessoa sentada na mesa de trás. Nem mais nem menos o senhor que costuma patrocinar, em parte, o motivo das minhas visitas tão frequentes ao CCB. E que pelos vistos vai deixar de o fazer.
Cumprimentou-nos quando entrámos; restaurante quase vazio, como gosto. Sushi muito bom, escondido numa travessa da cidade; ele esperava por companhia, nós sentámo-nos. Espantou-me pelo terra-a-terrismo e pela simpatia das conversas, também pelos gritos enquanto a bola se passeava no ecrã e no final com a despedida.
Chegados a casa, entro, acendo a vela que entretanto espetei no micro-bolo (10cm de diâmetro?) comprado à pressa mas com muito amor depois de ter saído do trabalho e que me acompanhou na mala o tempo todo; ele chega de arrumar o carro e ao abrir a porta começo a cantar.
Não sou a Marylin mas foi o que se arranjou. Parabéns...

domingo, fevereiro 26, 2012

Os domingos

Isto de ficar uma tarde inteira de domingo, ou o próprio do dia inteiro, em casa tem que se lhe diga. Se por  um lado me fez bem; porque descansei, porque dormi uma bela sesta, porque finalmente acabei de ler o livro e já posso começar outro sem me sentir culpada, porque uma data de outras coisas de que não me lembro agora; por outra fiquei a conhecer todos os hábitos domingueiros dos meus vizinhos do lado. Hábitos esses bem barulhentos, diga-se, afinal isto já nem me devia admirar, não tivesse eu um par de vizinhos de baixo surdos que nem portas. A diferença entre estes e os primeiros é que ninguém é responsável por ficar surdo.
Ora, os meus vizinhos do lado juntam os filhos e os netos em casa ao domingo. Ora, onde há crianças, já se sabe, há barulho e até eu, mau feitio de primeira, sou capaz de perceber isto. No entanto, tudo tem limites, e estes são campeões a ultrapassá-los. Mais campeões ainda são os pais e os avós que se julgam da mesma idade e os acompanham na gritaria, talvez na tentativa de os calar, ou então não. Ora, lamento informar que comportamento gera comportamento e que a continuar assim têm aí um belo par de selvagens daqui a uns tempos; parabéns. Já me lembro porque gosto tanto de domingos...

sábado, fevereiro 25, 2012

La fascinante

Comprei o batom vermelho certo para mim. Agora tenho que arranjar a coragem de o expor nos lábios. Mais um ano de espera estou a ver...

sexta-feira, fevereiro 24, 2012

As imagens

Sou uma museum sucker. Onde quer que vá é geralmente o que procuro em primeiro lugar. E relativamente a museus, sou como com os livros, visito várias vezes os que gosto.
Desta vez voltei à Neue, com neve na rua não imagino melhor programa. Chocou-me o desaparecimento do Sonntag ticket a 1euro de que eu tanto gostava, chocou-me também a imensidão de gente que teve a mesma ideia que eu mas gostei de ver aquela cambada de miúdos de lápis em punho, quais Mirós; nesta idade só os imagino Mirós; que tentavam imprimir no papel o que viam com os olhos. Tenho a certeza que algum fruto dará. Teria sido um abuso aproximar-me mais e ver o que dali estava a sair, não era? 
Fez-me pensar em mim, desde sempre artilhada com canetas, lápis de cor, papel, cartão e guaches; fez-me pensar no quanto me apetece voltar a montar o meu cavalete e transformar a sala num campo de batalha com cheiro a terebentina...
Pudesse eu virar a imagem...

quinta-feira, fevereiro 23, 2012

Tschüß

Vou embora hoje. Contente e triste ao mesmo tempo, como se isso fosse possível. Mais contente que triste apesar de tudo, porque tenho para onde voltar.
So tschüß, não sei quando voltarei.

sexta-feira, fevereiro 17, 2012

Hallo

Já não me lembrava as saudades que, de facto, tinha deste sítio e destas pessoas. Sabia que as tinha mas não sabia que eram tantas. Sabia que ia ser bem recebida. E fui.
Vinha no comboio do aeroporto para a cidade, com as malas, e estava como em casa. Mentira. Melhor que em casa, ou pelo menos muito mais segura que em casa. Vinha a ouvir este linguajar rude e a pensar nisto.
O mesmo ontem quando, depois de sair do trabalho, me meti pelo meio das ruas simplesmente para as rever e para me fartar de andar por elas abaixo e acima. Até do cheiro do metro, tão específico aqui, eu tinha saudades. Até este frio já me fazia falta; perceber para que servem os casacos e as luvas e a cagoule e ouvir aquele craquejar da neve debaixo das botas. Speaking of which... vou sair e vou dar uma volta.

terça-feira, fevereiro 14, 2012

Amanhã

Imaginem uma pulga aos saltinhos.
Uma pulga de 160cm aos saltinhos por dentro, ansiosa porque está de volta aos bons velhos tempos de expat (nem que seja só por uma semana) à sua cidade de eleição onde está um frio de rachar paredes.
Sou eu.

quinta-feira, fevereiro 09, 2012

A vida

Aquela exclamação fez-me rir. Talvez porque, quando começo mesmo a ficar desesperada com o que estou a fazer, costumo deixar sair um desabafo parecido: mas porque é que não trabalho numa pastelaria... Como se fosse de facto mais fácil atender pessoas e fazer trocos durante um dia inteiro do que idealizar e desenvolver coisas completamente inexplicáveis à maior parte das pessoas.
Não há vidas fáceis. Até as que nos parecem fáceis e apetecíveis não o são. Tenho a certeza. Ou quase. Ou é nisso que quero acreditar. Não sei bem...

domingo, fevereiro 05, 2012

O fim de semana

3 dias, 1200km e vários graus negativos depois estou de volta ao meu sofá. Só me ocorre dizer uma coisa: aleluia...

sexta-feira, fevereiro 03, 2012

Diga 32

Parabéns a mim...

sexta-feira, janeiro 27, 2012

A lógica

Quando tudo o resto falha, vale sempre sair do trabalho, embrulhada no casaco, abafada pelo cachecol, de portátil ao ombro e mala na mão, direcção onde quer que o próximo autocarro vá. Lisboa. Secretamente era o que queria; qualquer outro ter-me-ia levado para casa.
Chego e não sei o que vim cá fazer, portanto vou comprar lingerie.
É lógico...

I'm loosing it

Não sei bem para onde me virar e os dias vão passando. Não se passa nada de extraordinário nem se passa nada de extraordinariamente mau mas não estou a gostar de me contentar com este meio termo; não lhe vejo a vantagem, chateia-me. É a insatisfação a bater de novo, essa besta...
Falta-me aquela dose diária de fazer qualquer coisa que não seja o mesmo de sempre. Mas o quê?

terça-feira, janeiro 24, 2012

Ontem

Vínhamos a passar o jardim da Estrela, semáforos verdes na basílica, semáforos vermelhos lá mais à frente, vamos parar.  Dizia-me ele que não percebia porque alguém naquela posição haveria de dizer uma coisa daquelas. Meia a sério, meia a brincar, dizia eu que só podiam ser os primeiros sinais de demência. Ou que assim preferia pensar para não pensar algo pior. E afinal era mesmo. Um fulano inteligente que representa um país mas que não tem um pingo de sensibilidade; incapaz de perceber que, nesta altura do campeonato, ninguém é capaz ou tem vontade de relativizar uma comparação daquelas. Um fulano que representa um país mas que ainda não percebeu a importância do silêncio e do poder da palavra, ou melhor: que ainda não percebeu em que circunstância dar preferência a qual...

sexta-feira, janeiro 20, 2012

A selva

No outro dia vi um Orangotango dentro de um Citroen Saxo vermelho a tentar saltar da janela do condutor para o ramo do veículo onde eu seguia. Como as apitadelas anteriores não tinham sido suficientes, o bicho guinchava impropérios ao Lama que ia a conduzir o meu autocarro. O Lama, não cuspia para o lado mas quase: encolhia os ombros.
Tinham-se desentendido segundos antes enquanto lutavam pelo pedaço de terra existente entre o rail de protecção da estrada e a carcaça do autocarro. O primata, não contente com o facto de ter perdido a sua luta unilateral e de ter sido humilhado aos olhos da fêmea e da cria que iam ao seu lado, optou por fazer-se de macaco em vez de meter o rabinho entre as pernas como um cão. Escondeu-se atrás do bus, esperou pelo momento oportuno, pulou para a frente do mesmo e deu um espectáculo digno dos melhores documentários da BBC. Prova que um bicho daqueles irritado é perigoso e só tens dois poisos possíveis: embrenhado numa floresta a catar piolhos das costas dos seus semelhantes ou atrás das grades.
Antes de ir à vida dele fez aquela coisa de se rir com os dentes todos à mostra, com meio tronco fora da janela, aos guinchos. Pensando bem, estava melhor no circo...

quarta-feira, janeiro 11, 2012

Ontem

- Estás tão chocha hoje... Conta lá o que é que se passa.
- Humpf....Pffffffffffffff....O meu trabalho é uma m*rda.
- Já percebi, hoje é dia de itjobs, não é?
- Sim...

segunda-feira, janeiro 09, 2012

Uma coisa

Sabem uma coisa?
Quando a minha mãe me diz que tem dores, que anda mal-disposta, que não lhe apetece comer (yeah rigth...), ou que anda chocha e isso dura há dias, ver semanas, só me vem uma coisa à cabeça. Cancer is back. Desta feita noutro sítio.
Desde há uns tempos, desde que lhe querem dar alta das revisões, 8 anos após a primeira quimio (no dia 28 de Dezembro diz-me ela com a maior das tranquilidades "hà oito anos fiz a minha primeira quimio..." e eu só pensava "como é que ela se lembra do dia?"), 5 anos após o primeiro está tudo bem proferido do outro lado da secretária que não consigo parar de pensar isto ao primeiro queixume mais persistente.
E sabem outra coisa? Eu sei que é absurdo e que alta é suposto ser bom, mas nem por isso deixo de sentir que estamos por nossa conta, que se acabou a supervisão profissional regular, que agora tenho que estar eu atenta e que o peso nos meus ombros está cada vez maior. E também sei que isto também é absurdo.
Mais outra coisa. Daqui a umas semanas faço 32 anos...


sexta-feira, janeiro 06, 2012

Hoje

Algo não está bem. A música que escolhi para ouvir em loop foi In These Arms dos Bon Jovi. Acho que até já cantei em voz alta e tudo.
Sim, eu ouço uma música em loop o dia inteiro. Sim, isso; a mesma música todo o dia. Ajuda-me a abstrair-me deste open-space de malucos.

domingo, janeiro 01, 2012

O dia

Um primeiro dia de ano quente, cansativo e molhado, respeitei a tradição do banho, culpa do cão lá está...
Isto começa bem, que seja assim também para os restantes 365.


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