terça-feira, junho 26, 2012

Ontem

"Os seus documentos, os da viatura e a sua carta de condução se é a que a tem... por favor."  
Temi pela figura mais ou menos simétrica do Sr. Agente quando a C. levantou os olhos da carteira naturalmente desorganizada e o fixou nos olhos com aquela cara de estupefacção de quem está prestes a partir para os tabefes. 
Foi por pouco que, nesse mesmo instante, não explodi de riso; a visão clara do meu ainda limpo registo criminal deu-me as forças necessárias para me retrair, não fosse o Sr. Agente achar que era ele o alvo da risota. Confesso que temi também pelo cadastro da C. quando esta lhe devolveu um "O Sr. Agente está a gozar comigo?" mas aí... aí a urgência já era tanta que não devo ter pensado demasiado e desatei a rir o mais para dentro que consegui. Nesta altura já ela saía do carro para fazer o teste enquanto perguntava com a maior das descontracções "O que é que ganho se der zero?".
Ontem foi como há uns anos atrás. Voltámos a juntar-nos inesperadamente e facilmente; voltámos a partilhar o mesmo quarto, conversámos até às tantas sem grande pressa de apagar a luz e, de manhã, levantei-me primeiro e saí de mansinho para não a acordar.

sexta-feira, junho 15, 2012

A confissão

Ontem, enquanto ele dormia e eu tentava prestar atenção ao Fringe, devorei um chocolate. A ideia era comer um quadradinho, a realidade é que foi todo. Ok, foi menos mau, era Canderel. Só que, à tarde, picou-me a mosca no trabalho e marchou um Kit-Kat.
100 Pais-nossos e 500 Avé-Marias para mim.

quinta-feira, junho 14, 2012

O primeiro

escaldão do ano já cá canta, viva o Biafine. I should know better que a minha pele de alabastre não se compadece com dias como o de ontem e que o protector solar é um imperativo a partir de Junho. Bastou uma caminhada até ao local do almoço para ficar marcada como que a ferros. Daqui a uma semana estou boa, é o que vale.
No campo das inaugurações há também a destacar a primeira batidela de porta com a chave lá dentro; já tardava, a sério; ter uma casa e nunca ter ficado fechada cá fora? Onde é que já se viu? Era como ter estendal e nunca ter deixado cair roupa interior para o andar da vizinha de baixo; imperdoável... Apesar de tudo resolveu-se sem grande alarido, nada de bombeiros, nada de polícia, só arranjar uma das chaves suplentes que andam semeadas pela cidade, meter na fechadura e empurrar a desgraçadinha que estava lá dentro até ouvir o barulho metálico da coisa a cair no chão do hall. Também já me posso gabar desta.
Pensava também que me ia gabar aqui de, pela primeira vez em muitos anos, ver a minha selecção a ganhar à vontade, com golos marcados de avanço, descansadinha até ao fim do jogo, mas não. Não podia, teria sido demasiado fácil, esta gente só anda bem no fio da navalha, no ai tio ai tio, no sofrimento até ao último minuto. Mas enfim, é o que se arranja...

terça-feira, junho 12, 2012

Mais do mesmo

Este ano está estranho; aumenta a vontade de muita coisa mas falta-me a vontade para quase tudo; sei muito bem o que não serve para mim mas não exactamente o que quero e isto tudo misturado dá um nó tremendo na minha cabeça. Vejo, leio e ouço coisas que me deixam a pensar muito mais do que devia, especialmente pela pouca importância que têm para mim e que me parece que deviam ter no geral, mas não deixo de pensar quem é que raio eu penso que sou que agora sei melhor que os outros o que eles devem pensar dizer ou fazer. É a indignação de quem vê reduzido o seu plafond de troca de carro que já não dá para o BMW serie 5 da praxe, é o não-sei-que-lhe-chame de quem teima numa dieta e faz questão de o proclamar quando já está mais do que magra, é uma data de outras coisas que não devem grande coisa à lógica e com as quais eu não tenho nada a ver. Mas então porque é que me importo? Lá está, não sei. Uns dirão que é porque não tenho mais que fazer, eu digo pensem o que quiserem que eu não sei o que pensar. 
Voltando ao que interessa; estou de férias. Com metade da cabeça no trabalho que deixei por fazer, é certo, mas de férias na mesma. Já estamos em Junho e ainda não desarquivei a roupa de verão, tão pouco começei o quadro que tenho prometido, nem abri a época da manta e dos fins de tarde de fim de semana nos jardins. Falámos disso ao atravessar a Estrela no sábado e ao passar por Monsanto no domingo mas não estávamos preparados. Faltava mesmo o essencial, a própria da manta... A roupa, essa, sai hoje das catacumbas, o cavalete saíu ontem das profundezas e eu tenho vontade de sair hoje de casa com o vestido que comprei ante-ontem com a supervisão do namorado mais paciente do mundo. Assim sendo, temo que a roupa e os pincéis fiquem para amanhã.


quarta-feira, junho 06, 2012

Resumo

Não tenho tido tempo para vir aqui escrever porque não me apetece. A desculpa é não tenho tempo, a verdade é não me apetece.
Mudei de cabelo, estou para mudar de perfume, quero estupidamente desesperadamente mudar de trabalho e emagrecer 5 kg.  A minha vida resume-se a isto.

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