segunda-feira, abril 30, 2012

O dilema

Por vezes, tenho destes dilemas. Daqueles chatos, que crio para mim própria, que me envenenam o pensamento e que acrescentam um pouco mais de culpa àquela que já sinto todos os dias por tudo e por nada. Ninguém diria; perguntem a quem quiserem: ela é segura de si, sabe o que quer. Mas há tanta coisa sobre mim que ninguém diria que isso já deixou de me chatear há muito tempo. Confesso tudo de vez em quando, obrigada psicoterapia, e tento alterar esta minha maneira de pensar da melhor forma que sei. E Deus sabe que tenho mudado; quem nunca me conheceu "antes" nem imagina.
O último, dilema, prende-se com a moralidade de, numa altura de crise destas, eu ir estoirar mais do que devia num item fútil. Já me pus dos dois lados da barra do tribunal quanto a esta questão; já me crucifiquei, já me absolvi, já arranjei todas as razões e mais algumas quer para o comprar e acabar com esta palhaçada como para ficar mas é quieta que isso é dinheiro muitíssimo mal gasto.
Portanto ando nisto: compro e sou um monstro insensível consumista ou não compro e ... nada.
À suivre.

domingo, abril 29, 2012

Os domingos

Se os domingos não fossem domingos não seriam tão problemáticos.  Houve tempos em que já foram mais, problemáticos, mas não deixam de continuar a incomodar-me.
Nunca sei o que lhes fazer nem o que é suposto fazer-lhes, não passam, não sei como os aproveitar ao máximo nem ao mínimo. Se descanso e me dedico a fazer nada, foi um dia desperdiçado; se passo o dia na rua acabo por não descansar nada; podia montar a tenda da pintura mas vale a pena só por um dia? posso sempre vegetar no sofá onde não consigo ficar quieta mais de vinte minutos, nem mesmo com dedos no cabelo ou massagens nos pés por muito que as aprecie. Não é por mal, não é para irritar os que me rodeiam, para me atormentar um pouco mais nem a última manifestação conhecida da minha bipolaridade, é só assim porque é assim. De tanto o tentar combater, talvez esteja a tornar-me como as pessoas que tanto critico, as que fazem por fazer, porque é assim e sempre assim foi e continuará a ser, não sabem porquê mas não faz mal, nascem vivem e morrem porque sim e passam pelos domingos como lhes ensinaram. Eu não quero isto para mim.

sexta-feira, abril 27, 2012

O ritual

É o ritual das sextas à noite; troca de sms antes de ir dormir, sozinha (gosto de ter a cama só para mim, dormir no meio rodeada de almofadas, usar todo o espaço disponível, esticar-me para onde me apetecer).
"Nada de crocodilos com pêlos esta noite..." dizia a última mensagem. Crocodilos que ao longe pareciam cães, a banhar-se num charco no centro do pátio de um palácio qualquer que afinal era um hospital. Hoje de manhã acordei a relatar este cenário, aflita, devia estar ainda meia adormecida. Ele já se habituou aos meus sonhos surrealistas (ou o que lhe queiram chamar), ouve o chorrilho de disparates e no fim só exclama Valha-me Deus...
Atrevo-me a vaticinar uns episódios interessantes para as noites das próximas semanas; o livro que tenho em mãos parece-me extremamente estimulante.

segunda-feira, abril 23, 2012

A realidade

Digam o que disserem, estou gorda que nem uma vaca. Isso, que nem uma vaca.
E este sábado vou comprová-lo.

domingo, abril 22, 2012

Estes dias

Dois dias de férias aliados a um feriado a meio da semana podiam dar um belo very long week-end, não tivesse eu prometido a mim mesma ir trabalhar amanhã de manhã. Porque ficaram umas pontas soltas que têm que ser atadas, porque assim fico mais descansada, porque sem mim aquela gente não se desenrasca, afinal sexta-feira que vem compenso e saio a seguir ao almoço.
Estou louca para não fazer nenhum, ficar a ler livros em atraso no sofá, render-me à nobre arte de ir ver montras, tomar um café sossegada ao sol numa esplanada qualquer ou andar a pé até deixar de os sentir. O que for, desde que saia daquele open-space de malucos.
So help me God.

terça-feira, abril 10, 2012

O boneco

Cheguei ao trabalho de manhã e dei de caras com o Becas, o da rua Sésamo, ele mesmo, personificado no fulano para quem o dia de hoje foi também o primeiro dia de trabalho. Enquanto lhe fazia o tour pelas instalações e lhe tentava explicar, em vão pelo menos para já, o que fazemos ali, só tinha uma coisa em mente: resistir à vontade de rir que crescia em mim.

segunda-feira, abril 09, 2012

A falta

Folgo em saber que ser tio e tia é um parentesco de segunda, perdão, de terceira. Já não quero afinal, não tem vantagens nenhumas...
Também não percebo os meus pais caramba... Tanta coisa para me manterem em contacto com a família, nomeadamente com os irmãos e irmãs deles, os pais dos meus primos com quem tantas vezes brinquei e ainda hoje me dou, e no final, mesmo no fim do fim, ser tio ou tia não quer dizer nada. Tanta coisa afinal para isto, para na altura da morrerem nem sequer ter o direito de faltar de forma justificada ao trabalho porque afinal, tio e tia é só familiar em 3º grau. Folgo em saber... Eu é que devo ser a idiota, que fui fazer 700 km num dia só para estar presente e dizer adeus. Imaginem então, os meus primos, tão sobrinhos do meu tio quanto eu, que foram fazer 3000km para a mesma coisa; que palonços... Só por causa das coisas meti um dia de férias, não se ficaram a rir de mim.
E dizer que isto ainda me vai acontecer mais 11 vezes; estou tramada. Isto se não for eu na frente, claro... Aí faltam eles e também não têm direito a nada. Toma!

quinta-feira, abril 05, 2012

Intouchables


Trop beau ce filme, j'adore (comme on dirait lá bas)."Pas d'bras, pas de chocolat..."

segunda-feira, abril 02, 2012

O igual

Ter dias bons ou algo de bom durante o dia só depende (quase) mesmo de mim? O after-work no jardim como ali atrás, uma tarde entre amigos, dormitar a manhã na cama, uma hora de caminhada ao sol ou a sesta depois de almoço são pequenas coisas, é certo, mas chegam para me dar a sensação que fiz mais do que apenas "ser" ou "estar" nas vinte e quatro horas que constituem um dia normal.
A rotina, essa besta, sem a qual não vivo e dificilmente alguém vive, mata-me. Mas a ideia de ficar rendida a essa mesma rotina, de ter cada vez menos tempo para dedicar a mim própria, de deixar de poder sair sem destino nem razão aparente, também me faz mal. Por mim já se sabe, havia sol na eira e chovia no nabal, sol em todo o lado é que não; tudo igual sempre, não; nem que seja só a ideia disso, não. Obrigada.
Agora é descobrir como é que se faz.

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