terça-feira, junho 28, 2011

Os pormenores

Menti. 
Disse que não meteria o nariz na obra e afinal  meti. A verdade é que não confio em quase ninguém como em mim mesma, nem espero que os meus critérios sejam iguais aos dos outros, coitados dos outros, viveriam num inferno, não lhes desejo isso. Quer dizer, a alguns talvez deseje. 
Abro a porta, que já não roça no chão, ponto a favor, e dou de caras com a nova cor do corredor.  
Uau. Ficou melhor do que pensava. Espera lá. Isto sou eu a ser surpreendida pela positiva? Bem... o que virá mais hoje... 
 O cinza estende-se à parede da sala mas tenho que abrir a persiana para ver melhor. 
Assim com luz parece que tem uma ponta de malva, gosto... 
O rodapé também já lá está, branco mas não tão alto como pensei, isto de tentar visualizar 10cm sem ter uma régua na mão já se sabia, mesmo assim o efeito que queria é aquele, está óptimo. A lacagem das portas também me parece bem. Pelo menos ao longe. Aproximo-me da parede, no canto onde as cores se tocam, olho para o tecto onde a sanca e a parede mais escura se juntam, faço o mesmo no corredor e já estou de cabeça a abanar. Quase digo a mim própria que eu bem te disse.
Isto não está acabado, só pode. O rebordo inferior da sanca  ainda faz parte da sanca, certo? A sanca está da cor do tecto, certo? Então porque é que o rebordo não está da cor do tecto? Não era uma linha recta que costumava unir as faces de um cubo? Então o que são aqueles zigue-zagues de tinta escura e clara?
É isso, isto não está acabado. Afinal ele não disse que isto estava acabado.
Hoje volto lá. Eu e o Sr. V. temos que trocar umas ideias sobre o conceito de perfeição.

quarta-feira, junho 22, 2011

Sem título

Se um dia eu conseguir achar que fazer as coisas de modo simples é tarefa acessível, internem-me. Por favor procedam do mesmo modo se algum dia eu disser que me consigo mostrar voluntariamente e serenamente indiferente a uma situação que me afecta. 
Eu tento, juro, é daquelas coisas que eu tento todos os dias, já que mais não seja para ser um pouco menos má pessoa, mas acho que nunca lá vou chegar. Pelo menos não sem que isso me corroa muito mais por dentro do que me transforme numa pessoa melhor. É quando penso nisto que pergunto a mim mesma o que será melhor: estar toda queimada por dentro, tipo panela de pressão sem água, mas de sorriso nos lábios, ou vá, com uma expressão normal. Ou em paz com as minhas entranhas, com a fúria já em fase de calmaria desenhada na cara mas com meio mundo a achar que sou uma psicopata?
No fundo não sei porque perco tempo com isto, vai tudo dar ao mesmo:  a ala psiquiátrica.

terça-feira, junho 21, 2011

E?

O Sr. Nobre não foi eleito, what else is new. 
Não percebo como é que este fulano se foi meter onde se meteu, como disse as coisas que disse, como mostra não ser o que tentou vender, como tanto diz como desdiz 5 minutos depois. Lá nisso está a aprender com a classe em que se quer inserir, é um bom princípio.
Vamos lá esperar então.

segunda-feira, junho 20, 2011

O sono

Quando mais durmo mais quero dormir. O mesmo se aplica à comida o que é literalmente uma merda mas ninguém é perfeito não é verdade, portanto que se lixe. 
Depois de uma manhã na cama, de um almoço ensonado e de uma grande sesta no sofá, fui capaz de ir dormir antes da meia-noite, de ter a lata de exclamar estou cansada depois do duche matinal e de ter fechado os olhos no percurso para o trabalho É uma treta e eu não percebo. Tenho que cortar no sono. E na comida também, o que, para além de treta, é uma verdadeira merda. Mas é isso ou o stress outra vez e, mal por mal, prefiro cortar.
Bom; fui ver o andamento das obras no sábado. A minha casa não parece a minha casa, parece um estaleiro de obras, o que até faz sentido visto o que se lá passa dentro. Cheira a tinta, há pó por todo o lado, desconfio que nunca hei-de conseguir aspirar aquilo tudo em vida mas a cor corresponde à expectativa e o resto parece-me adiantado o que é óptimo.
É como tudo na vida, esperar.

terça-feira, junho 14, 2011

Norwegian woods

Demasiada ordenação, demasiada obediência e demasiada passividade; foi isto que me ficou. Não digo demasiado verde nem demasiada água porque, por definição, na minha cabeça, não admito que isso exista, mas bem o diria se vivesse lá. A cultura, do pouco que me foi dado a observar, não encaixa com a minha personalidade, eu não nasci assim, não fui educada assim, não viveria assim, não comeria assim, não me comportaria assim.
Demasiado diferente de mim, no fim de contas é o que melhor exprime a minha opinião. À excepção de todos estes 'mas', gostei de visitar, de passar os serões na conversa com os amigos, de subir ao  (e descer do) Prekeistolen e de degustar aquela famosa sobremesa Norueguesa que é o gelado de baunilha com cobertura de m&ms.
Recomendo vivamente.

domingo, junho 12, 2011

quarta-feira, junho 08, 2011

terça-feira, junho 07, 2011

Fogo

Quantas asneiras é possível cometer durante um dia de trabalho? E qual é a possibilidade de este número aumentar se estivermos sob algum stress para entregar dois documentos até amanhã? De quanto acresce  o  meu sentimento de estupidez barra frustração ao ter a perfeita noção que todo este trabalho já estará desactualizado quando regressar deste fim de semana prolongado?
Já sei. Vou mandar o meu chefe falar com a minha psicóloga e com a minha nutricionista.

A obra

Hoje decido a quem entrego as obras lá de casa; aliás, já decidi, falta ligar ao infeliz contemplado e dizer-lhe que vai levar comigo e com as minhas exigências durante as próximas 3 semanas. 
Tenciono entregar-lhe uma chave lá de casa, deixá-lo trabalhar, meter o bedelho apenas no dia das cores  e da porta (porque ele pediu) e só lá voltar no último dia; é a técnica do cada macaco no seu galho de que eu tanto gosto. Como ele percebe de obras e eu só sei o que gosto e não gosto, parece-me justo que cada um contribua com a sua parte, fora isto não tenciono andar em cima do homem a todo o minuto. Isto pode sair mal, pois pode, mas em vez de pensar assim prefiro acreditar que ainda se pode partir do princípio que se pode confiar nas pessoas. Pois não, não sou tão reles quanto pareço.
Daqui a 4 semanas falamos.

segunda-feira, junho 06, 2011

A intratável

Ensinaram-me que votar é um direito e um dever e que, como tal, temos que o aproveitar e que o cumprir, benditas aulas de educação cívica de há 25 anos atrás. Foi o que fiz ontem  mas o tempo que perdi ao ir votar é o máximo que penso dedicar à causa em questão. Adiante.
A tal história do masoquismo persegue-me. Porque raio teimo eu experimentar coisas novas quando tenho aquela sensação de certeza que não vou encontrar melhor do que já tenho ao meu alcance? Gosto de me desiludir e de ficar a matutar na coisa? Gosto de dizer a mim própria eu bem te disse? Ou quê? Deve ser o  ou quê porque não me considero tão estúpida assim para gostar de me sentir idiota.
Até em questões tão simples como escolher o sítio para o almoço de domingo isto se nota; ora se já encontrei o brunch perfeito, boa onda, boa comida, boa música de fundo, serviço como se quer, dono simpático, local despretensioso, tentar outro lugar parece estúpido, ainda mais se o motivo for alguém ter dito que era engraçado. Chegar, sentar, ver, pedir, mesa para dois, até aqui tudo bem. A porca começa a torçer o rabo quando lhe anunciam que dois desconhecidos se vão juntar à mesma mesa; desculpe?; sim, estas duas pessoas vão partilhar a vossa mesa. Mas que diabo, nem me perguntam se me importo, é toma lá, isto é a casa da Joana; viro-me, olho para as pessoas, a madame parece não ter apreciado o facto de eu não ter festejado a sua chegada com foguetes, lá respondi à empregada que estava bem mesmo sem achar que estava e voltei a virar-me para a minha companhia. Fez-me sentido, era com ele que vinha almoçar e que comentava um artigo qualquer quando nos interromperam, voltei à minha vidinha enquanto eles se sentavam. Giro foi quando a porca quase ficou sem rabo quando a madame, pensando certamente que ninguém a entendia, abre a boca para dizer umas coisas menos simpáticas sobre os habitantes do nosso país. A porca não pode deixar de se virar e de olhar espantada para a madame que ficou algo surpresa por alguém a mirar como se estivesse a perceber tudo o que ela estava a dizer. Quando lhe dirigi as primeiras palavras do dia para lhe dizer que não havia problema em partilharmos a mesa, não estava a ser sincera mas paciência, falando perfeitamente a mesma língua que ela, ficou a olhar-me e disparatou que estava tudo explicado, que eu era um deles. A madame parecia não se decidir, e eu ali presa por ter cão e não ter, afinal qual é o meu problema, ser portuguesa ou outra coisa qualquer, já não sei, explique-me por favor pensava eu. Ela preferiu não explicar, procurar outra mesa para partilhar, sentar-se lá e levantar-se passado uns segundos para se dirigir à saída.
Ela não sabe mas o problema aqui não é a nacionalidade, é eu ser eu, só isso. E já não é pouco como sabiamente diz a minha mãe, é que o título refere-se a mim caso alguém esteja a pensar.
Mas moral da história: I., se te apetecer brunch não inventes, vai ao sítio do costume onde és sempre bem tratada e onde o dono que, por ironia do destino é compatriota da madame, diz que prefere viver cá pelas pessoas e pelo sol. Como o compreendo. Deve ser o sol que faz as pessoas como elas são, é por isso que este ano estou decidida a ir à praia.

quinta-feira, junho 02, 2011

Na terça

Se sou masoquista. É claro que não... 
Então porque diabo se põe a ver esse programa que mais parece tortura medieval quando não tem absolutamente nada a ver consigo, embora eu saiba que isso passa pela sua cabeça? Está proibida, não se compare com nada. Proibida, conhece o significado?
Ok, estou proibida. Agora já há pessoas a proibirem-me coisas, para variar já não sou só eu; é giro. 
Podiam-me também ter proibido de cortar o cabelo há uns tempos atrás por exemplo. Assim talvez andasse mais contente... É que isto agora não cresce, por muito que puxe.

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