segunda-feira, novembro 26, 2012

Os putos

As crianças têm andando no topo dos tópicos dos meus dias ultimamente. Vou ter uma sobrinha (ninguém ainda sabe o que é mas eu tenho a certeza que é uma garota), muitos dos meus amigos têm filhos, uma grande amiga minha está grávida de 36 semanas e farta de estar, a minha esteticista está quase com a barriga na boca, este ano nasceram 9 crianças entre os meus colegas; em suma, eu sou a ave rara no meio desta gente toda. Até já os miúdos se acham no direito de perguntar "Ó mãaaee, a tia I. é mãe de quem?!" e, não contentes com a resposta que levam, de me vir tirar satisfações (de morrer a rir, confesso) do género "Ó tia I, porque é que tu não tens bebés?"
Pois, mas para além de ainda ser cedo, nem eu sei. Não tenho porque não. Porque não quero; ou melhor, porque não sei se quero nem se tenho capacidades para isso. 
E se me passo da cabeça outra vez e em vez de fazer mal a uma pessoa só faço mal a duas? E se, apesar dos meus sobrinhos falsos me considerarem um pote de mel, quais olhos de Winnies a babarem-se todos, eu sou mesmo fria e sem pingo de paciência, panela de pressão com pipo imprevisível? E se não consigo dividir o meu amor nem aceitar ver o que recebo dividido; e se tenho ciúmes do meu bebé e o começo a odiar por isso? E se, mesmo sem querer, eu lhe passar todas as porcarias que tenho na cabeça; os complexos, o medo, a insegurança, a atitude áspera?
E se estou só a ser estúpida?

1 comentários:

Pulha Garcia disse...

Toda a gente tem dúvidas, ma dear. É normal, próprio de seres inteligentes e responsáveis. Eu, da minha parte, tenho a certeza que serás uma óptima mãe. Sobretudo se não pensares demasiado nas coisas.

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