sábado, fevereiro 26, 2011

An education

Perdi um sítio de que gostava. Acabaram-se as infusões, os scones com manteiga, as leituras e as conversas na Cultura do Chá. Tenho uma certa pena...
Não fechou de vez, por acaso, reabriu há pouco mas o que a casa ganhou em compostura depois das obras, perderam os empregados em educação. E se há sítios onde não volto, é onde sou mal tratada. Muito obrigada aos funcionários que me receberam ontem, nunca mais farão o frete de me atender.

sexta-feira, fevereiro 25, 2011

A parvoíce


PS: Quanto ganham os estagiários do Destak? E os jornalistas (mil desculpas aos jornalistas) do Destak? E a senhora?

quinta-feira, fevereiro 24, 2011

Tenho pensado vezes demais que o meu sonho, neste momento, seria trabalhar a carimbar papéis o dia inteiro. Ou então a enfeitar bolos com creme em série.
Este projecto está a dar cabo de mim, estou exausta e desprovida de tolerância. Não devia haver pessoas  à minha volta neste momento a dizer que não sabem, que não estão a par, que não é com eles, que pensavam isto ou aquilo. A minha paciência esgotou-se. Isto está a afectar-me demais. É como se eu me sentisse responsável pelo meu trabalho e pelo daqueles que estão à minha volta, não me chega o que eu me esforço tenho que me esforçar por eles e não pode ser. Há aqui um problema que tem que se resolver: ou tomo uma atitude para lidar com isto ou vou andar a bufar e a infernizar a minha vida e a dos que estão à minha volta.
O pior de tudo é mesmo saber que se eu fosse de facto pasteleira ou carimbadora-de-papéis eu ia acabar por estar nesta mesma situação mais cedo ou mais tarde. Mesmo que passasse o dia apenas a rechear bolos ia exigir daquele que o faz que fosse o melhor recheio que eu já tivesse provado. Ou do responsável pelo fabrico da tinta dos carimbos que esta fosse de primeira qualidade; já para não falar do papel. O problema não é do trabalho, é mesmo meu...

segunda-feira, fevereiro 21, 2011

Ganhei a bicicleta

Perene ['rÈ]
Adjectivo uniforme

1. que dura ou permanece por muito tempo
2. que não tem fim; perpétuo
3. ininterrupto; incessante
4. BOTÂNICA (planta) que vive dois ou mais anos

(Do lat. perenne-, «perene»)  

domingo, fevereiro 20, 2011

O sábado

Recorrer às urgências num sábado à tarde tem destas coisas, entra-se lá cheio de dores e sai-se de lá casado; e quase sem dores também, vá. Não sei como é que isso foi acontecer, olharam para mim e acharam que tinha cara, não que eu tenha anel algum no dedo ou qualquer marca de espancamento mas devo-lhes ter parecido casada. Não fui a nenhum registo nem me apresentei a nenhum altar mas tenho ali um papel que o comprova.
O mesmo papel diz também que tive uma belíssima cólica renal. Devo dizer que preferia ter tido um filho, de certeza que (com a epidural) dói menos e devo dizer também que me portei para lá de mal. Resisti à ida ao hospital, teimei em tomar banho mesmo quase a desmaiar, fui ríspida nas respostas que dei a quem estava comigo, fui queixinhas na ambulância, fui tudo aquilo a que (não) tinha direito, excepto maricas todas as vezes que me picaram. Preferi ir para um hospital público, fui muitíssimo bem tratada e não esperei tempos infinitos graças à pulseira cor de laranja que me puseram à entrada. Não me apercebi de metade do que se passou à minha volta mas diz quem viu que "para a próxima, vamos para a CUF". Para a próxima? Mas qual próxima?

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

Os sinais

A minha sala parece um campo de batalha. Bem, na verdade é a casa toda que está transformada num estaleiro de obra tal é a confusão que por lá anda. É o cotão que se passeia à vontade, a cama que tem ficado por fazer quase todos os dias, a reciclagem que se amontoa e que fica sempre para amanhã, a roupa a acumular-se no cesto da casa de banho e a tela que continua pousada no cavalete à espera de óleo, já farta do pó do carvão com que marquei umas linhas. O portátil do trabalho tem vindo visitar o meu apartamento vezes a mais estes últimos tempos. Tenho resistido à ideia de "ajuda" lá para casa mas não sei até quando.
Ontem disseram-me, meio a brincar, meio a sério, que estou uma workaholic. Mau, muito mau, vou ter que fazer qualquer coisa. Carregar no travão, baixar a mudança e ver se vejo o sinal de Stop lá mais à frente. Stop já se sabe, é para parar até no deserto.

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

O propósito

Cada qual é para o que nasce, sempre ouvi dizer isto. À parte eu não fazer a mínima ideia de para que é que eu nasci nem qual será a minha grande tarefa neste planeta, concordo com a afirmação. Se tanta gente o diz, por alguma razão será.
Isto porque, ontem, os cantos dos meus lábios se distenderam ao ouvir a notícia que passou a haver um novo inquilino no número 10 de Downing street. Tiveram o bom gosto de requisitar os serviços do mais reconhecido eliminador doméstico de ratareda: um simples gato. Foram sensatos ao ponto de perceber que não precisavam de recorrer a uma empresa qualificada na eliminação de pragas e de poupar o ambiente a quilogramas de químicos desnecessários. Já para não falar que um gato serve para muito mais do que caçar ratos, serve para se aninhar ao nosso colo e para dançar nos nossos pés quando tem fome. 
Isto para dizer também que a minha vida seria bem mais fácil e pacata se eu fosse um gato. Pelo menos saberia para que fui posta neste mundo.

domingo, fevereiro 13, 2011

As escolhas

É todos os dias a mesma coisa, eu e os outros. Fazemos escolhas a toda a hora, umas extremamente ponderadas, algumas sem pensar, as que já fazem parte do dia a dia, aquelas que fazemos inconscientemente ou que outros fazem por nós. Escolhas são só escolhas, ou não? Querem dizer algo ou nada, têm um sentido, são produto ou consequência de qualquer coisa, têm a importância que lhes dermos ao fim e ao cabo.
A caminho das aulas de pintura das terças, 17:45, passava sempre por aquela pastelaria, tinha que comer alguma coisa entretanto, nunca chegava a casa antes das 23. A primeira vez olhei e escolhi, a segundo já só pedi e das restantes vezes era o empregado que escolhia por mim. Achava ele que já sabia o que  eu queria, olhava para mim, sorria, metia o lanche no saco de papel e estendia-mo. Demitiu-me da minha própria escolha, isto é um perigo. E se eu quisesse um croissant de chocolate? O mais provável mesmo seria levar o lanche para não fazer a desfeita ao senhor. Não quero desiludir ninguém mas não há problema nenhum em eu ficar um pouco frustrada. Depois? Depois, nunca mais lá voltava, escolheria outra pastelaria. Mas isso era naquela altura, agora seria diferente. Agora que já passou e que já vimos como foi, seria sempre diferente.
Hoje, por exemplo, escolheria tarte de mirtilo. Porquê? Bem, porque sim. Mirtilos, framboesas, morangos e groselha, parece que estou mesmo a ver, colhidos dos próprios arbustos, directamente para a boca e, para grande desespero da minha mãe, mãos limpas também directamente à t-shirt. Nódoa de mirtilo é nódoa para a vida. Vamos lá de novo; porque escolherias tarte de mirtilo? Porque sim. Não sei explicar... Nem tenho que.
Pode parecer o contrário mas isto tem muito pouco a ver com comida. Tem muito mais a ver com as escolhas que os outros fazem e que nos afectam, como no My blueberry nigths. Sobretudo aquelas em que não fomos chamados a opinar. Perguntamos sempre porquê mas pode não haver um porquê, pode ser só porque sim, podemos não ter sido nós, pode não ser culpa nossa nem de ninguém, foi só a escolha de alguém. Matar a cabeça a tentar entender o que nós não decidimos não vale a pena. Não se obriga ninguém a ir por onde não quer, não se obriga ninguém a manter o que já não quer, devíamos ser nós os primeiros a perceber isso e a deixar os porquês de lado. Isso, afinal, só desgasta e faz perder tempo demasiado precioso de uma vida que não volta a acontecer.
É aceitar, ficar em paz e andar. Como esperamos que os outros façam connosco.

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

When Did You Leave Heaven

Foi a primeira música que o media player escolheu para mim. Pode não ser o céu mas é um autêntico oásis; quase consigo esquecer esta batida de teclas que existe à minha volta e que por vezes só me dá vontade de bater no colega do lado. Com os ouvidos ocupados deixa de interessar tanto o que estou a ver, a fazer ou o que se passa à minha volta.

quarta-feira, fevereiro 09, 2011

A neura

Depois do Cisne Negro foi evidente. E ainda dura.

sexta-feira, fevereiro 04, 2011

O bolo

Nunca tinha comido um cheesecake tão bom, e disse-o. "Foi o melhor cheesecake que já comi na vida. Parabéns." Na brincadeira comentei que gostava de saber a receita e dei um salto à casa de banho antes de sair do restaurante. Quando voltei, tinha um papel à minha espera com a indicação dos ingredientes, prometi experimentar mesmo sabendo que nunca conseguiria um tão bom. Mal eu sabia a peripécia por que ia passar por causa de umas folhas de gelatina...
Para uma primeira vez estava óptimo, uns lamberam-se e outros repetiram. Ficou giro com duas velas em cima. Estou a considerar fazer para fora...



quinta-feira, fevereiro 03, 2011

Hoje

Trinta e um, já.
Ainda no ano passado fiz trinta e parece que foi ontem. Se antes me queixava que o tempo não passava agora tenho a impressão que algo se inverteu. Se calhar faço mais por isso.
Hoje houve direito a almoço leve num sítio de que gosto muito, a gelado de sobremesa com uma amiga, a passeio em boa companhia, a sapatos vermelhos nos pés e a cabelo novo. Houve mais uma página de jornal de presente, com notícia personalizada de há um ano atrás. Daqui a nada, há mais amigos, jantar e homemade cheesecake de aniversário.
Parabéns a mim.



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