terça-feira, setembro 29, 2009

Os cheiros

Ontem à noite, se tivesse os olhos fechados à saída do autocarro, podia jurar que estava de volta à cidade que foi minha durante cinco anos. Na Rua Tenente Valadim a chegar à Praça na esquina de quem desce para a Sá da Bandeira. O cheiro é igual, amarelo, enjoativo mas nunca o tinha sentido ali. Pelos vistos, há, à minha porta, um arbusto de flores irmão do que estava atrás daquele muro e nunca tinha reparado. Caso para perguntar onde tenho andado com o nariz...
Setembro e Outubro sempre foram os meus meses preferidos por serem os do regresso às aulas. Estarmos agora a meio destes dois e o cheiro de ontem fizeram-me lembrar que há 10 anos atrás começava o primeiro dia da minha última etapa como estudante. Já há 10 anos... Lembro-me como se fosse hoje, o que fiz, onde fui, quem conheci, onde almoçei, até o que levava vestido. A vontade de estar ali era tanta que até doía e apesar do que tive que ouvir por ter escolhido o que escolhi não mudaria nada. Como tudo, isso acabou e hoje estou aqui a fazer pela vida...
Os cheiros são assim, levam-me de volta a sítios. Aquelas flores levam-me até Coimbra tal como o cheiro da terra vermelha molhada me transporta ao parque infantil onde costumava brincar com o meu irmão.

I.

3 comentários:

S. C. R. disse...

Gostei muito deste texto...
Ontem quando cheguei pela tarde cheirava-me tanto a terra molhada...
Adorei... Saí do carro, respirei fundo... Inspirei de novo, olhei o céu e o arco-íris e segui.

Um beijinho

Alexandre disse...

Os cheiros às vezes são tramados...


P.S. - E não me estou a referir ao mau sentido :D

eu... disse...

Sim... consigo-te enumerar uns quantos bastante tramados...

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