terça-feira, março 20, 2012

Blind date

É o que me ocorre quando penso em ir encontrar-me com ela daqui a pouco. Tirem-lhe a nota romântica, tirem-lhe também a parte de eu conhecer a pessoa em questão e é isso, um blind date. Não a vejo há tanto tempo que é como se a fosse conhecer pela primeira vez. Não sei como a cumprimentar, não sei sobre o que vamos falar, não sei o que ainda podemos ter em comum. Falei com ela pela última vez, pelo menos de viva voz, há 22 anos.
Deve ser a pessoa que mais encaixa na minha gaveta de "amiga de infância";  vivemos na mesma rua, brincávamos e desenhávamos juntas, a Collette foi a nossa educadora, a Madame Bernadette a nossa professora nos dois primeiros anos, a seguir a Madame Gotielb e por fim, nos últimos dois anos, a Madame Metayer. Enquanto eu andava na ginástica, ela ia ao ballet. Entretanto vim embora e as cartas e os postais não resistiram ao passar dos anos como é normal.
E depois? Depois veio o facebook, as procuras, os encontros e agora o Octopus, que a trouxe até Lisboa.
Daqui a nada vou ter com ela.

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