terça-feira, agosto 28, 2012

Os amigos e nós

Temos amigos tão diferentes ele e eu; aliás, somos tão diferentes ele e eu que por vezes penso como é que há um ele e eu. Talvez seja por isso mesmo.
Mas, os amigos.
À parte uma excepção bem identificada* e que nem é do meu lado, não tivemos dificuldade em adoptar os amigos um do outro, coisa que até pode parecer um contra-senso vindo de uma pessoa aparentemente tão pouco tolerante quanto eu e de uma tão open-minded como ele. Digamos que se há grupo de amigos heterogéneo, é o meu e que se há grupo de amigos homogéneo, é o dele. Posto de outra forma, os amigos dele gravitam em torno do pico da distribuição de Gauss, os meus andam para lá dos três desvios padrões. Por isso, quando ele me chamou à atenção sobre o que se passou num jantar entre amigos (*esses) na semana passada, fiquei confusa comigo mesma. Há que dizer que sou especialmente intolerante no que diz respeito a comportamentos que julgo inaceitáveis, é verdade; por vezes nem sequer consigo disfarçar e exteriorizo mas juro (se servir de atenuador) que tento não o fazer. Naquele dia houve um ultrapassar de marcas e uma série de exageros que em condições normais eu seria a primeira a condenar e, no entanto, nem me pronunciei enquanto ele explodiu por dentro e a certo ponto não conseguiu disfarçar o mau estar, o desagrado e a vontade de sair dali. Assim, visto pela rama, parece que aceito comportamentos impróprios vindos de amigos meus. Mas se são meus amigos como é que posso aceitar isso? É o cúmulo da falta de coerência, não?

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