domingo, fevereiro 20, 2011

O sábado

Recorrer às urgências num sábado à tarde tem destas coisas, entra-se lá cheio de dores e sai-se de lá casado; e quase sem dores também, vá. Não sei como é que isso foi acontecer, olharam para mim e acharam que tinha cara, não que eu tenha anel algum no dedo ou qualquer marca de espancamento mas devo-lhes ter parecido casada. Não fui a nenhum registo nem me apresentei a nenhum altar mas tenho ali um papel que o comprova.
O mesmo papel diz também que tive uma belíssima cólica renal. Devo dizer que preferia ter tido um filho, de certeza que (com a epidural) dói menos e devo dizer também que me portei para lá de mal. Resisti à ida ao hospital, teimei em tomar banho mesmo quase a desmaiar, fui ríspida nas respostas que dei a quem estava comigo, fui queixinhas na ambulância, fui tudo aquilo a que (não) tinha direito, excepto maricas todas as vezes que me picaram. Preferi ir para um hospital público, fui muitíssimo bem tratada e não esperei tempos infinitos graças à pulseira cor de laranja que me puseram à entrada. Não me apercebi de metade do que se passou à minha volta mas diz quem viu que "para a próxima, vamos para a CUF". Para a próxima? Mas qual próxima?

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