segunda-feira, janeiro 10, 2011

A desordem

Estava eu a tomar o meu pequeno-almoço à hora do almoço de domingo sossegada, com música agradável, um jornal, umas revistas e uma óptima companhia; quando senão... Entra um espécime pela porta sempre aberta daquele sítio tão simpático, que exclama em voz alta: Reservei uma mesa! Olhei em volta e não percebi, penso que o dono do espaço também não... Não vinha sozinha; entrou, sentou-se, daí até às lenga-lengas sucessivas, repetitivas e extremamente bem audíveis foi um passinho de formiga e daí até dar cabo da paz do meu brunch que até aí corria tão bem, foi um passo ainda menor; de ácaro. Não conseguia deixar de pensar que o sítio mais adequado para aquela criatura se dedicar à arte de falar alto e demasiado bom som seria mesmo o mercado da Ribeira, o que dado o teor da conversa e os recentes eventos que ocorreram nesse espaço, faria, de facto, todo o sentido.
Enquanto pensava nisto e sorria quando via a minha companhia a levantar os olhos da leitura e a franzir o sobrolho em jeito de estupefacção, ocorreu-me uma comparação. Tal como há pessoas que conseguem enfiar 3 impropérios numa frase de 5 palavras e acharem-se os maiores, há aquelas que conseguem encaixar 3 (ou 4) nomes de marcas numa oração do mesmo tamanho e acharem-se o cúmulo de qualquer coisa. Isto continua a espantar-me mais do que a enervar-me. E continua a dar-me a mesma vontade de me levantar, ir ter com a menina ou menino e dar-lhe uma lição sobre aquilo que ela(e) pensa estar a fazer tão bem. Quem sou eu para dar lições a quem quer que seja e muito menos lições de classe, mas que me apetece, apetece. 
Ocorreu-me também que há coisas que nos perseguem na vida. Foi só mais uma partícula. Estava tudo bem, uma partícula a mais apenas, o mesmo volume, algumas trocas de calor e pfffffff, entropia no máximo. Bolas, sempre detestei termodinâmica...

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