terça-feira, janeiro 11, 2011

Ontem

19h. 
Eu, a assistir à minha primeira reunião de condomínio. Porta da rua, limpeza do prédio, infiltração, diz que é o costume, e foi. Mas é desta que a minha vizinha de baixo, ausente, me roga uma praga, que cometi a indiscrição de dizer que ouço as telenovelas dela como se a tv estivesse em minha casa. Por esta hora já o vizinho do 3º direito, que é irmão dela, lhe deu uma achega. "Não se preocupe menina I., amanhã eu falo com ela. Sabe é que ela é surda", dizia ele a sorrir enquanto eu procurava um buraco no chão para me enfiar. Que ela é surda sei eu por isso é que eu tenho encarado isto como um facto e não como um problema. Ensinaram-me que os problemas têm solução, a surdez da minha vizinha parece-me que faz parte dela. Gostava de estar enganada.
21h.
Subo a escada, já vou com a chave em riste quando vejo a porta a abrir-se sozinha. Por acaso sabe-me bem, sou antiquada, gosto que me abram as portas. Entro e penso que a minha casa precisa de ser limpa mas o que faço é aquecer a minha sopa e preparar duas taças de gelatina de morango com iogurte. Só uma é para mim, bem entendido, a outra é para quem há uns meses atrás detestava iogurte mas que só não lambe a taça agora porque ela é funda demais e lhe sujaria o nariz.
23h e tal
Enfiada na cama. Há silêncio, o que é estranho e bom ao mesmo tempo. Está quentinho. Até amanhã, até logo; virar; apagar a luz; posição de dormir; fechar os olhos. Nada (nem sonhos malucos nem nada).
Hoje, 7h.
A /&%$ do despertador toca. Ronha, banho, vestir, sair. A cama fica por fazer e já sei que logo à noite, quando voltar a entrar em casa, vou voltar a pensar que tenho que aspirar aquelas divisões.

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