terça-feira, maio 10, 2011

Lá estás tu de novo

Sensações realistas em sonhos é engraçado, desta vez foi o pânico; não no sentido de medo mas de E agora o que é que faço e, sobretudo, o que é que digo? Aliás, como é que o digo? É quase sempre este o problema, o de como dizer algo, porque o que dizer eu sei muito bem, só não sei fazer com que saia da boca para fora sem atropelar as pessoas. Diz que se aprende; eu tento.
Eu numa joalharia é tipo um pinguim numa sauna, tem absolutamente tudo a ver, se um dia eu desaparecer procurem-me numa. Sentada em frente ao balcão como em frente a um banco de réus, a ouvir o senhor da loja e a minha companhia a discursar sobre a beleza das peças que teimavam querer impingir-me, a minha temperatura a subir e as pernas já em agitação, não consigo dizer nada, não sai um som. Também não devo ter grande expressão na cara, será que não percebem que aquilo é horroroso? Ou melhor, que não tem nada a ver comigo, que nunca usaria tal coisa, que não serve para nada? Olho para ambos e nada, sorriem-me, mas será que me julgam satisfeita? não pode ser, mas porque é que não consigo dizer nada, estou parva ou quê?
Quando ouço vir do meu lado que levamos as duas peças, uma delas já enfiada no meu dedo, saio-me por fim com um  Não! Não, por favor. Prefiro uma cadeira...
Pelo menos foi sincero.

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