segunda-feira, maio 30, 2011

Os mas

É perfeitamente normal que no fim de semana em que decido encetar a arrumação do vestuário de inverno e dar entrada do de verão no armário, venha esta descarga de água do céu como se tivessem partido  irremediavelmente o autoclismo lá em cima. Também de estranhar, ou não e talvez ainda bem, que o meu jardim tenha sido invadido por aquela quantidade absurda de gente barulhenta e bonita, se bem que uns mais que outros, precisamente no primeiro fim de semana em que me apetece estender lá uma manta e ficar a preguiçar boa parte da tarde. Nem espaço na relva havia nem os pássaros se ouviam se bem que também me esqueci da manta, do lanche e do livro e portanto continuo even com o destino.
Espero que nada disto seja um aviso dos céus no sentido de me desabituar do que é bom; sobretudo agora que aprendi a gostar do verão ao mesmo tempo que mantenho a má vontade relativamente a dias na praia com pessoas a 15cm de mim...

terça-feira, maio 24, 2011

A saga - parte n+1

Eis que o meu dia a dia vai voltar a andar em sobressalto; a galinhola está farta da vida dela e recomeçou a interessar-se pela minha.
É a prova provada que uma criança não preenche totalmente os pensamentos de uma mãe, pelo menos não quando a mãe é aquela e retira prazer do acto de infernizar outrem; eu neste caso. Cheguei a pensar que o nascimento daquela criança a ia mudar, que iria perceber que há coisas mais importantes na vida que a maledicência e o acto de criar conflitos. Já que mais não fosse esperava que passasse a ter menos tempo para isto agora que tem alguém a cargo dela. Enganei-me.
O meu problema nesta história é saber o que fazer. Ignoro, reajo, isolo-me, despeço-me? Como reagir a este ambiente tóxico sem sair daqui todos os dias completamente afectada. Como manter a minha cabeça minimamente sã sabendo que tenho que me cruzar todos os dias com aquele personagem grotesco. Como não explodir de cada vez que entro num espaço onde ela também se encontra e à minha vista todos se calam. Porque é que um ser daqueles s'en prend a alguém como eu era um mistério que gostava de perceber sem ter que dar um par de bofetadas a ninguém.

segunda-feira, maio 23, 2011

A viagem

De vez em quando dizem-me que sou uma menina, graças a Deus..., que me comporto como uma. Choro às vezes mas cada vez menos, não gosto de andar de costas no metro nem no autocarro, enjoo a ler no expresso mas - atenção - não no comboio, refilo q.b., digo que sim demasiadas vezes e, é claro, uso saias e vestidos. Até aqui...
Mas desde ontem que há uma coisa diferente. Já não enjoo a ler em viagem. Quatro horas de livro na mão para confirmar que não há pessoas certas nesta vida, e digo eu que ainda bem, espantada de novo por estar a gostar de um autor destes.
Só me falta aprender a dizer não. Já percebi que é tudo uma questão de prática.

sexta-feira, maio 20, 2011

Os fiordes

Basta esperar até dia 9 e seguir viagem: avião até lá e de volta para cá, hotel, comboios de A para B, voos internos, está tudo organizado. Como sempre. 
No menu há de tudo, betão e verde, passeio na cidade e longas caminhadas no meio de quase nada. Caminhar, fotografar tudo com os olhos e guardar na memória para depois recordar é um dos meus passatempos preferidos quando saio deste pardieiro. Considerando o destino, não fosse ter lá uma grande amiga nunca me teria ocorrido visitar a Noruega, é a perspectiva de encher os olhos com aquelas paisagens que me faz ansiar pela viagem. Pena já não ser época de auroras boreais... Parece-me que é desta que vou investir numas botas de caminhada; nada de muito high-tech, o suficiente para não morrer dos pés ou acabar com os meus já sacrificados tornozelos.
Contas feitas apercebo-me que vou de férias para me cansar.


segunda-feira, maio 16, 2011

O update

A casa continua desarrumada, o último orçamento vai ser pedido amanhã à tarde e parece-me que o meu rim direito está de trombas comigo outra vez. Está tudo uma maravilha. 
As minhas unhas continuam por pintar, a roupa mais fresca ainda está guardada, a roupa corrente ainda está por passar e ainda não calcei um salto alto desde que o tempo melhorou. Tudo óptimo. 
O peso parou de escalar a montanha, vamos ver se recomeçamos a descida em breve. Para isso é preciso largar os sacos de areia que me andam a atrasar a vida, quero e não quero, faz parte do processo de boicote que gosto de engendrar a mim própria para justificar a nulidade que sou em certas coisas. É mais fácil assim, a culpa não é minha, sou eu que sou fraca, não faço de propósito.
De resto, como já disse, tudo bem. O brunch do costume continua uma delícia, as sestas a seguir ao pequeno almoço continuam o melhor da minha semana e as tardes de cinema em casa a dormitar no sofá a melhor prenda dos meus fins de semana.


terça-feira, maio 10, 2011

O estado de espírito

Estou triste... Estas figuras que fazemos de livre vontade a ver se convencemos alguém que somos os maiores. A musiquinha, o vídeo, os nosso políticos e o que ainda vem aí. Eu sei, eu sei; o mal é meu que não tenho sentido de humor...
Por vezes penso se não teria sido melhor ficar com dupla nacionalidade.

Lá estás tu de novo

Sensações realistas em sonhos é engraçado, desta vez foi o pânico; não no sentido de medo mas de E agora o que é que faço e, sobretudo, o que é que digo? Aliás, como é que o digo? É quase sempre este o problema, o de como dizer algo, porque o que dizer eu sei muito bem, só não sei fazer com que saia da boca para fora sem atropelar as pessoas. Diz que se aprende; eu tento.
Eu numa joalharia é tipo um pinguim numa sauna, tem absolutamente tudo a ver, se um dia eu desaparecer procurem-me numa. Sentada em frente ao balcão como em frente a um banco de réus, a ouvir o senhor da loja e a minha companhia a discursar sobre a beleza das peças que teimavam querer impingir-me, a minha temperatura a subir e as pernas já em agitação, não consigo dizer nada, não sai um som. Também não devo ter grande expressão na cara, será que não percebem que aquilo é horroroso? Ou melhor, que não tem nada a ver comigo, que nunca usaria tal coisa, que não serve para nada? Olho para ambos e nada, sorriem-me, mas será que me julgam satisfeita? não pode ser, mas porque é que não consigo dizer nada, estou parva ou quê?
Quando ouço vir do meu lado que levamos as duas peças, uma delas já enfiada no meu dedo, saio-me por fim com um  Não! Não, por favor. Prefiro uma cadeira...
Pelo menos foi sincero.

segunda-feira, maio 09, 2011

A novidade

Vou ser tia. De verdade.

sábado, maio 07, 2011

Os livros

Aos sábados à tarde, depois da escola (don't ask...) metia os livros que tinha que devolver essa semana na mochila da ginástica e punha os pés a caminho da biblioteca municipal. Pelo caminho passava por casa de uma amiga da escola, tocava à campaínha, ela descia e íamos juntas. Primeiro escolhíamos os próximos a levar e só depois íamos com a tralha toda para o balcão central fazer a troca que já na altura se efectuava através de cartão electrónico; era azul e branco. Engraçado como não me consigo lembrar quantos livros é que levava de cada vez, 6? Lembro-me no entanto que ainda pesavam às minhas costas. Tinha quê, 7? 8? 9 anos? Íamos sozinhas e nunca fomos raptadas, o que pelos padrões dos dias que correm é uma admiração para muita gente.
Depois a vida mudou de lugar e com ela mudou também a rotina dos livros que numa aldeia não há  cá biblioteca municipal... Mas há biblioteca itinerante, na altura patrocinada (é esta a palavra adequada?) pela Fundação Calouste Gulbenkian. Já não havia cartão de plástico e fita magnética mas havia cartão de cartão com número e entrada dada num caderno de registos, que basicamente é a mesmíssima coisa, o que interessava era levar os livros para casa. Também já não havia 3 pisos de livros divididos por categorias, idades, temas, capas duras, imagens a cores, BD, enciclopédias, colectâneas de histórias, Condessas de Ségur, Verne ou Hans Christian ilustrados; havia uma carrinha com umas quantas prateleiras a toda a volta e livros sem imagens e muitas palavras. Bom; a transição havia de se dar a algum momento e 10 anos, até prova em contrário, até é uma boa idade para isso. Funcionou comigo. Acho eu... Li muita coisa que não percebi (de certeza que não percebi, hoje sei-o), mas lia porque gostava de ler e, à minha maneira, alguma coisa tirei desses livros todos que não eram propriamente para a minha idade. De Dumas a Eça passando por Camilo engoli quase tudo sem nunca ter uma indigestão. E hoje estou viva. É claro que entretanto já percebi o que na altura, provavelmente, só vi com os olhos.
Quando passei pela carrinha na passada sexta-feira, ali parada na subida do parque, fiquei a olhar e a senhora disse-me  que "pode entrar se quiser".
Os miúdos de hoje já não vão às bibliotecas pedir livros emprestados; ou vão?
 


quarta-feira, maio 04, 2011

Os bancos

Ontem, de lixa na mão, banco deitado no chão da varanda e de traseiro em cima dos pés do banco, comecei mais uma das tarefas que tenho vindo a adiar para quando tiver tempo. Como nunca tenho tempo pareceu-me que aquele momento, acabadinha de chegar a casa e de tralhas pousadas, era mesmo o adequado para dar uma vida nova aos bancos da cozinha que herdei dos anteriores proprietários da minha casa. A lixa, essa, tinha-a comprado no dia anterior, na pequena drogaria-ou-lá-o-que-é-aquilo da rua da frente, completamente armada em connaisseuse quanto à grossura do grão do papel de marceneiro. É óbvio que não se tinha perdido nada se tivesse pedido uma lixa mais grossa mas isso agora também já não interessa nada, é fazer com o que há e pronto.
Hoje, tenho meio banco lixado, uma varanda cheia de pó da madeira, um vaso com hortelã cheio de pó de madeira, um vaso com salsa cheio de pó de madeira e um vaso com alfazema cheio de pó de madeira. Se a alfazema morrer de novo, já sei do que é. As minhas mãos não vamos sequer falar nelas, está bem?

segunda-feira, maio 02, 2011

Sem título

Tenho esta janela aberta em lista de espera desde esta manhã. Já estive a olhar para ela, já regressei às minhas papeladas, já cá tive umas balelas escritas e já as apaguei, fechei a janela e voltei a abri-la para a deixar de novo em stand-by. Este deve ser o post que mais tempo me levou a escrever e, ao mesmo tempo, aquele que menos conteúdo tem, assumindo que algum dos restantes tem algum conteúdo que se aproveite. Mas adiante.
Ando afogada em orçamentos para as obras da casa, são muitos e são asfixiantes, tantos e tão caros que estou a considerar abandonar a minha profissão para me tornar pintora de paredes interiores. Isso ou adjudicar a obra sem as pinturas e fazê-las eu própria. 
Entretanto as cores estão decididas e a estante Sapiens já repousa ao lado do aparador velho e usado dos anos 50 que tanto procurei por essa internet fora. O antigo estore colorido já desapareceu da janela, falta arrancar os rodapés, a porta da sala, colocar a da casa de banho, mandar fazer as obras e pronto. Já faltou mais...

Blogger templates