sexta-feira, novembro 05, 2010

Do outro lado do espelho

Não sei o que é pior, se ouvir a minha voz gravada ou se ver fotografias minhas. Nunca me reconheço, ou não me quero reconhecer, nunca acho que sou eu. Um dia gostava de entender porquê.
Se telefonasse para mim própria acho que teria que perguntar Quem fala? todas as vezes. A resposta seria sempre Tu, sua mentecapta, tu... Já me aconteceu ficar a pensar na maneira como soam as minhas palavras, às vezes é estranho, podia jurar que o som saiu de outra garganta. Não sei a minha voz de cor, parece-me que não é com aquele tom que falo comigo própria.
A única evidência que há de mim enquanto gorda são as fotografias (para além da memória dos meus amigos e de uma ou outra estria). Na minha cabeça sempre fui como tinha sido até mudar; agora que estou  mais ou menos normal de novo, continuo a ver-me gorda porque ainda não estou bem como sempre fui. Na minha cabeça é que já não sei bem como sou. Quando sonho comigo vejo-me sempre normal, isso quer dizer alguma coisa? Não há espelhos em minha casa (o da casa de banho não conta, não o consigo tirar), será que é normal?
Pois é, eu sei, isto é cansativo, já chateia e já não há paciência, eu sinto o mesmo. Por outro lado e um pouco contraditoriamente, ando estranhamente bem, diria até leve.

3 comentários:

Miguel F. Carvalho disse...

a primeira vez que ouvi a minha voz numa gravação vídeo não queria acreditar que fosse possível ser aquilo!! eheheheheheheh

Pulha Garcia disse...

Tu és leve, ma dear. Por mais kilos que tenhas ...

eu... disse...

Ai Miguel, como te compreendo...

Tenho dias, tenho dias Garcia.

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