terça-feira, julho 06, 2010

Na minha rua

parece que estou em pleno campo. 
Há um galo que canta às 3 da manhã. Parece que todos cantam a essa hora, a da traição, eu não sabia, como é que é possível eu não saber isto meu Deus, sempre houve galo na capoeira da terra. Passou-me ao lado. Como tantas outras coisas me passaram ao lado na vida.
Há passarinhos que cantam mais alto que os carros. Minto. Não cantam, piam que nem uns esganiçados, foi  isto mesmo que pensei esta manhã ao acordar, completamente esticada na cama, ao mesmo tempo que me perguntava que horas seriam. Ai se eu tivesse uma fisga... Ou uma pressão de ar...
Há um gato que faz passagens e poses de modelo nos telhados de Lusalite das casas dos quintais dos vizinhos de baixo. É um regalo ir de vez em quando à janela da sala, espreitar para baixo e descobri-lo todo esticado qual coelho na brasa ou porco no espeto. Rabo a noventa graus com o dorso, pernas da frente para um lado e pernas de trás para o outro, cabeça escondida. Fazia bem melhor se andasse à caça, tanto pássaro por ali e ele nada; ah mas espera, pois é, ele é menino, quem caça são as gatas... Se a reencarnação existe e estiver ao meu alcance escolher como quero voltar a este mundo, quero ser um gato. Mas vadio não, pode ser?
O que destoa um pouco neste cenário é o miúdo que grita "Panda, Panda, Panda, Panda, Panda, Pandaaaaa!" até que alguém satisfaça os seus desejos. Sabes o que pensei quando o ouvi nestes prantos? Que quando era pequena coleccionava autocolantes do Panda da WWF. Trazia sempre um da papelaria quando ia lá com a minha mãe, não faço a mínima ideia de onde poderão estar se é que ainda existem, duvido. O puto nem deve saber o que é a WWF... E acho triste.
Disto tudo acho que ainda prefiro os pássaros.

0 comentários:

Blogger templates