terça-feira, julho 27, 2010

Os pormenores

São estes que fazem toda a diferença.
Num produto que se compra, na comida, na nossa casa, no modo como trabalhamos, nos comportamos e até como nos apresentamos. A meu ver, os pormenores podem definir um estilo próprio; pelo menos é assim que penso e que tento diferenciar-me do que me rodeia. A maior parte das vezes o tal detalhe nem precisa de estar à vista, basta eu saber que ele existe. É meu ou está comigo, diz algo sobre mim ou diz-me algo, está ali e isso basta-me para que eu sinta que, de certo modo, aquilo me representa. Não é preciso inventar nada à volta das coisas da minha vida, ao fim e ao cabo é tudo banal, mas basta que eu tenha feito escolhas em consciência, que tenha sido fiel a mim própria a fazer o que está em causa e não só mais uma ovelha, parte de um rebanho qualquer.
Pode ser o vestido que usei no outro dia e que já tinha sido da minha mãe, ou aquela paleta de cores  poudrées que uso no dia a dia; podem ser os cortes de linhas direitas da minha roupa, pode ser o enfeite de Natal mais comum que tenho para lá guardado que trouxe não sei de onde, pode ser a mobília da minha casa, pode até ser a maneira como falo ou o gosto que tenho em fazer bolos e tartes para os meus colegas. Pode também ser a modo como ponho a mesa do pequeno almoço ao fim de semana, a proveniência dos meus lençóis e o hábito que tenho de dormir a sesta ao sábado. A exclusividade não está ao meu alcance, provavelmente nunca estará e isso, na verdade, não importa; porque nem que fulano de tal tenha a mesma albarda que eu, a minha sou eu que a uso e só isso faz toda a diferença. Daí que uma frase que gosto de ouvir é Isto é a tua cara... mas isso, muito poucos podem dizê-lo que os meus pormenores só os mostro a quem quero.

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