quinta-feira, maio 06, 2010

Estúpido do Murphy

Sou de hábitos, gosto de voltar aos lugares onde me sinto bem e o Sinans era o meu sítio preferido para almoçar perto de Goetheplatz. Fosse a pé directamente do mercado, de bicicleta, de metro ou no 58, apetecia-me sempre ir lá aos sábados quer houvesse sol, chuva ou neve; ali estava-se bem qualquer que fosse o tempo lá fora. Depois de escolher um lugar, normalmente ia sozinha, na esplanada o mais possível ao sol ou num dos bancos corridos lá dentro, preferencialmente à janela com uma grande almofada debaixo do rabo, vinha a empregada inquirir sobre a bebida. Essa é fácil... Água com gás não obrigada, Coca-cola é sempre a mesma coisa e não sou fã de weißbier nem de qualquer outra bier aliás, portanto tinha sempre a escolha facilitada.
"Eine Spezzi, bitte. Große!"
A comida? Ali é tudo bom, qualquer coisa ohne Gurke serve. Fico feliz com tão pouco que até chateia, à falta de melhor a comida é, ou era, sempre um recurso fácil. A cereja em cima do meu bolo era sempre uma fatia de Apfelstruddel (tão original que tu és, I. ...) e aquilo que me desiludia sempre era o café, melhor dizendo, o protótipo de café que aquela gente bebe. Enfim, não se pode ser perfeito...
Na hora de pagar repetia-se invariavelmente o ritual do remexer das moedas na bolsa dos trocos até que eu dissesse quanto iria pagar, ou seja, quanto iria deixar de gorjeta pela inata e generalizada falta de simpatia dos empregados daquela terra. Era uma coisa que me chateava imenso, mas porque é que tenho que 'premiar 'alguém por me servir mal só porque é costume? Sempre que isso acontecia lá arredondava a conta de má vontade, pagava e saía geralmente rumo ao 'meu' poiso também habitual dos belos dias.
Aqui encontram-se equivalentes a todas estas pequenas coisas que me fazem lembrar aqueles tempos, excepto a Spezzi. Dirão os que sabem o que aquilo é que posso tentar reproduzir a coisa em casa facilmente e eu respondo que poder, podia, mas não seria a mesma coisa (tão original de novo, I. ...) portanto aproveitei  recentemente aquilo que eu achei que era uma oportunidade: pedir a um amigo que andava por lá em formação que me trouxesse uma garrafa para matar saudades do sabor. É sabido que quando queremos uma coisa bem feita, fazemos nós mas eu pensei sinceramente que isto era uma tarefa fácil, até para uma pessoa tão inteligente como esse meu amigo. Mas não. E eu bem que rezei em pensamentos, "espero que não me apareça com Mezzo Mix, espero que ele não me apareça com Mezzo Mix, espero que ele não me apareça com Mezzo Mix..." É claro que o que podia correr mal, correu. O que é que ele me trouxe? Pois foi Mezzo Mix... Quando peço uma Coca-cola por acaso quero que me tragam uma Pepsi?

1 comentários:

Alexandre disse...

Sabes, cada um tem o que merece :p

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