sexta-feira, setembro 17, 2010

Vou

a caminho de casa, como sempre sobra-me tempo para pensar e para apreciar o que consigo ver do meu lugar. O vidro do autocarro tem uma racha de cima a baixo, faz um efeito estranho nas imagens.
Aquela luz de fim de tarde que ainda havia quando saía de Lisboa, muito amarela e forte, como a dos faróis dos carros de antigamente, fez-me lembrar o depois das trovoadas. Quando o sol consegue passar pelas núvens depois de terem caído cordas do céu, foi nesse momento que pensei. Num dia assim meti a cabeça debaixo da caleira lá no pátio da escola primária. Não fui sozinha, que é muito mais divertido ir au piquêt acompanhada depois de escrever 50 vezes Nunca mais apanho chuva no recreio de propósito no quadro preto. Este tinha sido divido ao meio por um traço, a minha colega precisava de espaço para escrever as mesmas linhas que eu...
Acho que não me enganei muito quanto à trovoada, parece que vai chover, vejo uma cortina azul de núvens no céu e montes de pares de luzes vermelhas dos carros que travam à minha frente. Daqui a três horas, quando chegar a casa, vou-me arrepender de não ter trazido um casaco...

(Foi precisamente neste recreio... mas uns anos depois)

2 comentários:

Vítor Marcelino disse...

Estas na foto? Não me digas que és daquelas meninas que não chegas com os pés ao chão...voltar a casa é sempre bom ;)

eu... disse...

Não, não. De pé.

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