quinta-feira, março 18, 2010

It made my day

Há lá coisa melhor que acabar um dia de trabalho daqueles que não se quer voltar a ter em quinhentos anos e ainda ir caminhar nem que sejam 15 minutos sem grande destino, só para desanuviar?
Não, não há.
Quando me disseram que esta cidade tinha de se estranhar primeiro para se entranhar depois, não quis acreditar. Até pensei que quem me dizia isto não estava nada bem. Quatro anos depois começo a achar que Lisboa até tem o seu encanto, era isto que tinha na cabeça ontem enquanto ia do Rato ao miradouro de S. Pedro a mirar, passo o pleonasmo, as vitrines das galerias e a espreitar para dentro das janelas das casas do outro lado da rua. Quando era miúda passava imenso tempo à janela a espreitar os prédios da frente, sempre à noite, quando as casas estavam iluminadas e se conseguia ver a silueta de quem lá vivia. Era coisa de garota, pensar quem eram aquelas pessoas, o que estavam a fazer, o que conversavam, como era a casa por dentro. Depois desse exercício extenuante, andava invariavelmente à bulha como o meu irmão para ver quem é que, naquela noite, tinha o privilégio de fechar as portadas. A minha mãe geralmente desempatava a luta e, ou a minha memória é altamente selectiva, ou era sempre a favor do menino, coitadinho, deixa-o lá ser ele, é mais pequenino. Engraçado... Nunca fui a mais pequenina ou a mais nova.
Andava-se tão bem ontem, já de noite, sem frio em Março, é isto que eu gosto aqui. O passeio não foi longo mas valeu tanto a pena, pelo passeio em si, pela vista, pelas luzes, pelas montras, pelos jelly beans gigantes que não devia ter comido, pelo caminho de volta.
Há dias em que é tão fácil ver o que há de bom no que antes desprezávamos com todas as nossas forças. No meu caso, esta cidade.
A maior parte das vezes é mesmo simples ganhar o dia...

1 comentários:

cai de costas disse...

Quem te leu e quem te lê!

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