domingo, março 07, 2010

Planear para quê?

Só não estava mais quieta porque não conseguia parar de rir, ali no meio do largo do Chiado, de chapéu de chuva aberto e telemóvel ao ouvido, a ver passar um riacho de água pelas minhas botas e ouvir cordas a cair. Eu ali especada e as pessoas abrigadas debaixo dos toldos, que tola aquela... Someone has got to give e como o S. Pedro não estava para aí virado, cedi eu ao excesso de ridículo e corri para a entrada da Brasileira; a rapariga que estava ao meu lado, a páginas tantas, também já se ria com as minhas exclamações parvas, Mas o que é isto...
Finalmente chega a R., com um sorriso ainda maior que o meu, dali até ao Fábulas ficámos com água pelo joelho. Falámos, jantámos, falámos mais e, já tarde, cada uma seguiu o seu caminho. Para casa, que ainda de portátil ao ombro e roupa de trabalho não ia sair para lado nenhum. Afinal não desencaminhei as meninas, elas foram sem mim e eu fiquei a receber mensagens de Onde é que estás? no quentinho da minha cama mas decidida a remediar no dia seguinte. O sentimento que há quem queira saber onde estou numa sexta-feira à noite é bom, lembrei-me disso.
Planear muito para quê se na maior parte das vezes os imprevistos dão cabo de tudo? A chave é o see it coming before it blows and adapt, estou cada vez mais convencida disso, estou-me a agilizar aos poucos e gosto (mas isto é conversa da treta... ).
Enquanto planeávamos a noite de ontem, um telefonema mudou tudo e levou-nos à porta das urgências de um movimentado hospital onde, por sinal, ficámos durante horas. Não só à espera mas também a conversar. Não fomos lá fazer nada a não ser prestar apoio moral e trocar sms com quem estava lá dentro. Não as chegámos a ver mas pelo menos não estavam sozinhas, nós estávamos à porta a ver ambulâncias e pessoas chegar e partir.
Só nos faltava o copo na mão para fingir que estávamos no sítio do costume.

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