sexta-feira, dezembro 25, 2009

As pessoas

Acho que já falei delas há uns tempos. A grande maioria não me diz nada, se calhar (e é o mais provável) eu também não digo grande coisa à grande maioria das pessoas que me passam pela vida; temos pena, é assim mesmo, não conseguimos agradar a Gregos e a Troianos.
As pessoas dividem-se então entre as que interessam e as que não interessam. Não, não sou interesseira, de todo, mas é que mesmo nada, quem me conhece pode atestar mas isso também não interessa agora; adiante. As que interessam (para mim, claro) são aquelas que à primeiríssima impressão me suscitam um sentimento que nunca consegui explicar muito bem. Não sei se é simpatia, se é confiança, se é genuinidade mas se houvesse uma só palavra que exprimisse estas três "coisas" acho que seria essa. Se a pessoa me inspira isto tudo, maravilha; senão, a minha boca fecha-se a sete chaves e a minha expressão fica horrívelmente desagradável, pelo menos é o que dizem os que me rodeiam. Portanto, se me virem pela primeira vez e eu não vos dirigir a palavra ou apenas responder por monossílabos isso é muito mau sinal. Se sorrio e falo então está tudo bem. Sou tão básica quanto isto, ou tão estúpida quanto isso, depende da perspectiva.
Para aqueles de quem gosto, não sou aquela parvinha que está sempre a sorrir e que trata toda a gente por "inha" ou que diz precisamente o que as pessoas estão à espera de ouvir. Se estiver mal-disposta isso nota-se, se não concordar com alguém digo-o (agora com muito mais tacto que antes), uso muito (demais) a ironia e há quem não entenda (mais do que se pensa). Não sou má, não sou, mesmo. Acho que me pareço com um limão por fora, ou uma lima, uma lima parece sempre mais azeda que um limão; mas por dentro não tem nada a ver. Há pessoas que conseguem tirar a radiografia à lima e ver que por dentro há uma manga madura (assim de repente não estou a ver fruta mais doce que manga madura). Há pessoas que não se deixam enganar pela minha carapaça como me disse a S. esta semana.
"Tu a mim nunca me enganaste... Essa pessoa horrível que tu achas que projectas, eu nunca a vi e quando te via a "actuar" só me dava vontade de rir."
Que leu algures que "Por detrás de um cínico está quase sempre um grande sentimental". Não sei se isto é ser cínico, talvez. Vou procurar ao dicionário.

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