segunda-feira, dezembro 14, 2009

Confissão

Por vezes tenho a sensação que tenho duas caras; dois blogues e duas caras; um (bem, dois) sítio(s) onde sou eu e uma vida real à vista de todos. Não estou a ser dramática, é só isto que eu sinto e tenho para mim que muita gente por aí sente o mesmo, nem que seja lá no fundinho de si. Li algures por aí; pareceu-me que era em jeito de confissão, talvez me engane, talvez não e também não interessa para o caso; um desabafo acerca de consultas de psicoterapia e revi-me; muito. E pensei, bolas, que coragem dizer isto aqui; eu digo-o, a alguns amigos, a alguns familiares, no meu outro espaço que é fechado, mas não ao povo todo. Porquê? Pois, não sei.

Há 1 ano e 4 meses que faço psicoterapia.

Porque achei que era a última carta que tinha a jogar, porque me sentia tão mal que achei não ia a lado nenhum sozinha, porque ou era isto ou me afundava ainda mais e sobretudo porque tive coragem para o fazer. Não foi fácil tomar esta decisão, tive que pôr de parte o meu orgulho; eu, a I. forte que toda a gente conhecia a pedir ajuda, a não dar conta do recado, completamente atolada numa situação que antes afirmava não compreender nem conceber. Senti-me uma fraca mas estava muito enganada, foi a melhor coisa que fiz.
Tive a enorme sorte de encontrar uma psicóloga em quem confiei imediatamente, com quem estabeleci uma relação empática enorme e com que me sinto perfeitamente à vontade. O facto de me ter sido recomendada por uma grande amiga minha, também psicóloga, ajudou muito acho eu. A paciência que ela tem para mim, a maneira como me ouve e me organiza o pensamento, como me guia no entendimento de tanta coisa, como fez com que mudasse tanto, não sei como lhe agradecer. Se não fosse ela, não estava aqui hoje nem seria quem sou hoje e não, não estou a ser dramática; devo-o a ela mas também muito a mim mesma, que nestas coisas ninguém faz milagres por nós.
Lembro-me de uma imagem que ela me deu nas primeiras consultas. Aquilo que nos faz sofrer assemelha-se a um iceberg; a ponta, o problema que se manifestou, é apenas o que está à vista. A calote que está escondida debaixo de água é que é o problema principal porque é a fonte mas para acabar com ela temos que começar por cima, para ver se encontramos algum alívio mais imediato que nos dê coragem para o resto. Ela tem toda a razão. Acho que já parti a ponta, agora estou a chegar à base e isso leva o seu tempo. Custa, dá muito que pensar, mas sinto que me faz bem.

Bem, é isto. Se servir de incentivo ou de exemplo a alguém, óptimo.

I.

4 comentários:

Alexandre disse...

Todos nós precisamos de ajuda numa altura ou noutra, a questão é que alguns não o admitem.

Beijo ;)

carradas de pulseiras disse...

:)!

Quase que podia ser eu...sou aquário, signo chinês cabra, apenas começei a psicoterapia apenas a 2 meses.

Força!

Beijinhos.

eu... disse...

Quase que podia ser tanta gente, não é?
Força também :)

Carina Oliveira disse...

E eu acredito em ti.
Quando chegar ao Verão já conseguiste destruir aquela parte do Iceberg que raspou no barco do Titanic. Aquela que ninguém vê, mas é a mais perigosa de todas.
Eu sei que irás conseguir, porque és espectacular e eu gosto muito de ti.

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