terça-feira, dezembro 22, 2009

Os colegas que se tornam amigos

Simpatizei com ele assim que o conheci, uns meses depois de ter começado a trabalhar onde estou agora, garoto em corpo de homem, a boa disposição em pessoa, via-se que era genuíno. E era, raramente me engano nestas coisas. Chegava todos os dias com um sorriso, no inverno passava na minha mesa para "roubar" creme para as mãos, não digas a ninguém que ponho creme, eu só me ria.
Passado uns tempos foi embora e passado outros tempos fui eu também para o mesmo sítio. Baptizou-me, não vou dizer de que nome, por conviver praticamente só com homens, uma mulher engenheira é uma treta, ou não, sei lá; então quando queriam ter conversas de "homens" à minha frente eu transformava-me naquela personagem inventada por ele. Tinha uma certa piada, tenho que admitir.
Ele continuava na mesma, pois lá está que eu não me engano, mas eu fechei-me porque me fizeram fechar e porque eu deixei. Ele tentou puxar por mim, vamos nadar (o pior torcicolo da minha vida foi culpa dele, corpo na água quente e cabeça à neve), vamos andar de bicicleta, vamos jantar todos. Vamos, vamos, vamos. Não, não, não.
Até que acho que desistiu, ninguém aguenta muito tempo por muita boa vontade que tenha, soube que desistiu quando me perguntou com uma cara que não lhe conhecia: Mas ó miúda qual é o teu problema pá? Acorda prá vida!
Hoje voltei a vê-lo, dois anos depois. Começou a sorrir mal me viu ao fundo do corredor. Está na mesma, acho que até parece mais novo, está descasado, tem novo amor (desta é que é) e vai ter um bebé que quer que seja menina. As meninas gostam mais dos pais, digo-lhe eu. Faltavas tu para dizer essas coisas. Estás melhor, diz-me ele. Pois estou, qualquer dia vou-te visitar... É quando quiseres!
Olha que vou, olha que vou.

1 comentários:

Alexandre disse...

Não sei porquê acho que te ia fazer bem... talvez ;)

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