sexta-feira, outubro 08, 2010

To do

Tenho esta página aberta há horas, uma data de coisas na cabeça entre as quais a indumentária do casamento que tenho amanhã e o que ainda tenho que fazer antes de ir, dois documentos chatos para acabar de escrever e uma versão interessante do I Will Survive em loop nos ouvidos. 
Olhando para o cenário até acho isto tudo muito coerente. Sou um bocadinho eu, esta confusão mais ou menos encarreirada; as quinhentas coisas começadas e nenhuma acabada, as to-do lists com itens por riscar. Sou também o cruzar dos dedos das duas mãos e esperar (esperar de esperança, não de ficar com o traseiro sentado) que no fim a coisa aterre em segurança; porque é isso que acaba por acontecer, por muita turbulência que apanhe pelo caminho. Nem sempre fui assim mas aos poucos fui percebendo que a mania de querer controlar o mundo não me leva a lado nenhum. É uma lição difícil como tudo de encaixar.
Penso muitas vezes como é que as coisas vão andando agora que já não sou eu que quero mandar em tudo.  E como é que era antes porque, afinal, hoje em dia, eu mais que sobrevivo. Não era mesmo preciso tanta coisa, tanto sofrimento antecipado por coisas de nada, tanto tempo passado a bufar, tanta voz levantada, tanta nota mental, tanta treta. É quando penso assim que tenho vontade de me esbofetear por todas as vezes que insisti na mesma tecla e me senti ansiosa e até preocupei os outros por porcarias de nada.
Se calhar tenho uma estrela qualquer em algum lado, quem diz uma estrela diz outra coisa qualquer, que me dá um pontapé no traseiro de quando em quando, me acorda para a vidinha e me diz Mas tu queixas-te de quê pá? Ou então não e tenho coisas palpáveis como a minha bengala, os meus amigos e o quadro lá de casa que me lembra todos os dias que é para keep calm and carry on.
Pronto e agora dois pares de estalos e vou almoçar que tenho uma data de coisas para acabar.

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