segunda-feira, novembro 02, 2009

Os bonecos

A banda desenhada é daquelas coisas que eu acho que parece para crianças mas que afinal é para adultos. Melhor dizendo, acho que serve aos dois mundos, é é sem dúvida entendida de maneira diferente; com 10 anos lia literalmente mas com quase 30 leio nas entrelinhas, agora vejo-as e fazem-me abanar a cabeça muitas vezes.
Herdei uma colecção de BD já em estado avançado em miúda e desde aí o bichinho ficou. Não evoluiu muito em termos de estilo porque o que vai aparecendo não me convence por aí além, é tudo muito dark para o meu gosto, é como se tivesse ficado presa ao passado, um género infantil onde alguns animais falam e pensam, onde crianças têm super-poderes, onde génios renascem caricaturizados, onde os adultos fazem os seus papelinhos tolos (curioso, muitos serem jornalistas ou as histórias se passarem em redacções). Tenho muitos álbuns nas línguas originais (viva os Belgas!), alguns traduzidos em português, compro-os cá, mando vir de fora, outros são-me oferecidos por quem sabe desta minha queda (isto não se pode dizer a toda a gente, leva-se logo com um carimbo em cima). Pego neles sempre que me apetece rir ou chorar a rir porque sei que funciona lindamente. Já foram lidos e re-lidos dezenas de vezes (isto é mesmo uma mania...), não sei dizer de quais gosto mais mas se tivesse que eleger um e só um seria o Gaston. A personificação da preguiça e da procrastinação (gosto tanto desta palavra...). A próxima aquisição é o álbum dos 50 anos do Astérix, tinha que ser, hoje vou ver se já chegou em língua original e aproveito para o ler in loco.
Se algum dia passarem por uma FNAC e virem uma tontinha sentada no chão a ler BD, a rir-se sozinha ou a abanar a cabeça é provável que seja eu...

I.

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