sexta-feira, novembro 13, 2009

As lembranças

Quando ontem à tardinha pelo relógio, mas já à noite pelo céu, vi as mantas enroladas no carrinho à porta do Kaffehaus tive um flashback, só me apeteceu pegar numa e sentar-me a uma das mesas que agora há cá fora. Ainda falei nisso mas recebi de volta um está frio, não? Não, mas vamos lá para dentro então, saíu-me da boca, não faz mal, gosto deste sítio de qualquer maneira; das janelonas que deixam entrar a rua pela sala dentro, dos móveis pequenos e baixos, dos candeeiros descidos e da meia-luz que deles sai. Ali murmura-se, é engraçado.
Pedimos chá, de menta para as duas, não é de saquinho, é mesmo com folhas de hortelã a boiar na água, e ali ficámos um pouco a pôr a conversa em dia. A R. foi uma das boas surpresas deste ano que passou, muito miúda por fora mas graúda q.b. por dentro, desmontou a ideia que eu tinha da geração anterior à minha; isto este ano foi só desmontar ideias pré-concebidas, tem dado uma trabalheira desgraçada...
Quando fomos embora fiquei a pensar nas mantas que punha nas pernas, nos chás que bebia e nos strudels que comia há tempos atrás, um frio de rachar e eu sentada na rua, com luvas, cachecol, casaco apertado e por vezes gorro. O nariz frio, quase húmido, mas fumo a sair da boca que fervia por causa da bebida quente. Às vezes sozinha, outras acompanhada, o frio não me assustava minimamente, aliás ainda hoje não me assusta já a chuva sim.
Aquele tempo foi um misto de coisas muito más e muito boas, tenho tido tendência para apenas me lembrar das boas o que é óptimo, diria mesmo que é bom sinal.

I.

3 comentários:

Requiem disse...

E o frühstück de lá????

Agora fiquei com vontade....se lá for no Domingo a culpa é toda tua.

(ai que saudades de trabalhar no Chiado...)

eu... disse...

Vai vai, o brunch é muito bom :) A culpa até pode ser minha desde que não seja eu a pagar...

Alexandre disse...

Ai que saudades de trabalhar em Lisboa...

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