segunda-feira, abril 26, 2010

As surpresas

Quando cheguei a casa na sexta-feira à noite já era sábado. 
Entro pela porta verde, beijo à mãe, vou directa ao quarto e atiro com a mochila para cima da cama como faço sempre. Sento-me, descalço-me e penso que tenho mesmo que tirar as lentes de contacto, 16h de seguida com elas nos olhos já é capaz de chegar...Tirar lentes quer dizer procurar o estojo e o estojo está na mochila logo tenho que enviar um comando ao meu braço para procurar a coisa de por às costas e tirar de lá a bolsa onde guardo a tralha. É melhor levantar-me.
O conteúdo da mala costuma ser tão caótico que nem vale a pena olhar lá para dentro para tirar o que quero, normalmente o tacto é o melhor remédio, é meter a mão na massa e fé em Deus. Como a bolsa está logo em cima até é fácil, abro-a e preparo-me para a despejar (é ainda mais fácil que tactear) mas mesmo a seguir ao fecho está uma coisa que eu não reconheço. Estou a sonhar, só pode ou então estou mesmo cheia de sono... Isto não estava aqui de manhã I., tenta lembrar-te, - fecha olhos, abre olhos - uma caixa castanha com um laço de ráfia?
Puxo a fita para o lado, leio o que está na tampa, percebo tudo e abano a cabeça enquanto abro a caixa. Um post-it amarelo, como se querem os post-it's para serem levados a sério. 
"Será que podem ser usados com o vestido verde?"
Debaixo do post-it, o bingo. Podem... E vão.
Odeio prendas quando não me dizem nada, quando não têm nada a ver comigo, quando são uma obrigação, quando são um frete. Não é seguramente o caso desta...Aliás, isto nem sequer é uma prenda, é uma surpresa.
Penso comigo que tenho que ter muito cuidado com o que digo...

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