segunda-feira, agosto 09, 2010

As surpresas III

É difícil surpreender-me. Com coisas boas, pelo menos. 
Dou por mim a pensar que banalizo demais tudo o que vou vendo e vai acontecendo, transformo facilmente o bom em normal, de tal modo que me encontro frequentemente num estado nem completamente infeliz nem particularmente feliz, só num estado qualquer, por vezes monótono diga-se de passagem. Atenção, não tenho nada contra a monotonia, até a acho boa em certos aspectos precisamente porque com ela sabemos com o que contamos. O que seria de mim sem as minhas rotinas e os meus hábitos? Acabo de me contradizer, não é? Estava para aqui a queixar-me que nada me surpreende e agora digo que até gosto de linhas sem curvas estranhas. Como ninguém disse que para além de ser tudo o que sou ainda tinha que ter lógica, suponho que não há problema em raciocinar desta maneira.
Para quem não deixa o queixo descair com facilidade, duas surpresas no espaço de três dias pode ser difícil de encaixar. A de sexta deixou-me mesmo de boca aberta; de estupefacção e de riso. A de ontem fez-me duvidar dos meus olhos. Naquele cenário havia uma pessoa que não devia estar ali ou então eu não estava onde pensava estar. Também podia estar a sonhar; dado que vi aquele filme há pouco, a minha tendência para remoer o dia a dia e para transforma-lo em filmes a dormir, era bem possível.
Ambas boas. Qual a probabilidade disto acontecer? 
Ok, é melhor não falar de probabilidades, nunca me dei bem com elas...

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